Monday, February 25, 2002

A medida da mulher

No volteio dos quadris, um segredo mágico se espalha. Ela dança e per si parece um jogo sedutor. Convite inegavel ao profundo dos misterios, no movimento de seu ventre a possessao pela entrega, única, farta, alagada.

Mulheres, todas, quando em contacto com essa força que lhes move, promovem a vida, o retorno das almas nos olhares, a nudez revelada dos que sem saber como, se postam extasiados diante da beleza inenarravel.

Como nao se render a tal poder? por onde ele se extende, nao é dado aos comuns mortais saber, apenas viver, quando possivel, e por instantes, uma viagem magica.

Ali, a morte se rende adormecendo, enfeitiçada pelos volteios simétrios entre rosto, cabelos e braços, a compor a moldura por si so, moduleante, do que quase define uma mulher, sem lhe dar medida.
Polegadas nao as contem, embora ousem ditar seus numeros.
E entre um passo e um amasso, um jorro a mais de vida e viciante liquido enaltecedor...

O jorrar feminino é mais que vida, é a confirmaçao de uma presença que se faz eternizada, fecundante e poderosa.

Não queira ser fisgado pelo seu olhar, pois dessa prisao vital, nao podes escapar. Por isso, os homens, fingem dominar e prover por que nao poder admitir sua real fragilidade diante de tal força avassaladoramente sem limites.

E como negar a vida se ela vem e nos consome? Ali, nao ha repressão ou depressão possiveis. A espada nao vinga embora possa destribuir o sangue e espalha-lo por campos que se tornam inferteis com o tempo.

Os guerreiros tem seus dias contados e ainda lutam e tentam recusar o que os soterra: seu repouso eterno. Nos braços da Deusa, ou mesmo envolvido por ela, na ha guerreiros e por conseguinte extinguem-se as guerras.

E, as vezes, como num dia longo como hoje, passa-se ao largo apenas sentindo-se que a seiva feminina é jorrada em doaçao involuntaria, pra suprir vidas alem mundo talvez e a Deusa me posta e prosta a anunciar em forma de dor sutil, que estamos ainda perdendo espaço entre os mortais e com isso a vida se extingue um pouco mais.

Louvo as mulheres que dançam livres e nao temem por seus ventres envolventes, mesmo tendo que pagar com cancer em suas mamas, o preço de apenas terem tentado ser únicas.

Quisera poder resgatar a todas, amando a todas de tal forma que meu sopro pudesse toca-las uma vez e traze-las inteiras e belas, per si, em sua trajetoria magica e sempre fascinante.

Estala, coraçao de vidro pintado!

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