Sunday, December 30, 2001

Conjecturando...


Será que a gente vai mesmo saber o que acontece com pessoas que "morrem "sem causa clara?

A noticia da passagem de Cassia Eller, me deixou pensando sobre até onde a hipocrisia ajuda a matar as pessoas por que "resolve-se"negar o que de fato se passa e com isso nao se tomam as providencias cabíveis.

Não sei, acaba ficando alguma coisa muito presente no meu blog, por conta de tanta falta de informaçao real.
E do que adianta tentar advinhar? Afinal, isso nao traz a verdade à tona, nem a nudez dos fatos, que eu, pessoalmente, tanto aprecio.

Saturday, December 29, 2001

tabu da traição

Li numa cronica da Martha Medeiros:- "Eu achei que estaria viva para assitir a um debate mundial em torno da fidelidade, este tema que mobiliza as sociedades civilizadas. Achei que o assunto um dia viria à tona sem convencionalismos, que homens e mulheres um dia aprenderiam a lidar com esta angustiante questao com mais delicadeza e menos dramaticidade. Achei que um dia veria as fraquezas e grandezas humanas serem abertamente questionadas dentro das relações amososas. Achei que as pessos um dia discutiriam de forma adulta sobre as transformaçoes internas pelas quais passam e as complicadas diferenças que existe entre amor e desejo. Mas este dia ainda está tao longe que ja nao tenho esperança de testemunha-lo. Terei que me conformar com a hipocrisia mantendo seu reinado, com casamentos ruindo, com relaçoes frageis e com homens e mulheres pagando pela sua ignorancia, eles em espécie, nós em humilhaçao."

Deu vontade de dizer pra Martha e todas as outras mulheres, que enquanto nao soubermos siquer distinguir amor e desejo, nao poderemos falar sobre fidelidade. Enquanto ainda não soubermos distinguir cobiça de desejo, nada saberemos sobre amor. E enquanto ainda fizermos casamentos baseados em convenientes cobiças e arranjos socio-economicos, tambem nada poderemos falar sobre amor .
Então, que espaço sobre pra discutir fidelidade, até em privacidade, quando se sabe que a maioria das unioes sao feitas à luz da conveniencia dos "olhares dos outros", nao do olhar de cada um nos olhos de seu parceiro?

Eu penso que quando as pessoas cultivarem a capacidade de se olhar nos olhos e declararem abertamente o que sentem e querem nào haverá necessidade de discutir traiçao e fidelidade.
Que me desculpe a Martha, no seu sonho social de debate, mas traiçao começa quando nao podemos mais olhar nos olhos do outro e sustentar esse simples gesto de forma nua e entregue.
E isso acontece trocentas milhares de vezes entre todos os humanos- fieis à traiçao, sem tabus.

É só prestar atençao que dá pra ver claramente.
E precisa de contrato pra isso?

Eu abri mão. E por que todos sabem que a traiçao é o que impera, tentam se amarrar em contratos cheios de clausulas sujeitas a ordem e lei, por que não ha o cumprimento mesmo de nenhum juramento ou palavra.
Sobra entao as cortes cheias de juizes e testemunhas e "lares"feitos de paredes bem decoradas e seres trancados em suas pequenas jaulas, com medos uns dos outros.
E depois nao querem que haja terrorismo no mundo.
Como?

Friday, December 28, 2001

password


Essa semana fui informada do "assalto"ao blogger. Nao bastasse os roubos de todas as ordens, agora mais essa: roubo de password pra blogs.

Fiquei com o código circulando na cabeça, girando na vitrola, nao sem parar como eu, voce, Joao, mas sobre o fato de precisarmos de códigos pra nos expressar, aqui, acola, nos blogs.

A ideia de que pra tudo tem um código, apareceu na minha frente como algum moderno truque de um castelo virtual.

Nao se tem mais a senha de Robin Wood, ou o "abre-te Cézamo"do Ali baba, e os quarenta ladroes, mas importamos dessa época, as passwords e mais trocentos zilhoes de ladroes.

Por que acreditamos em segredos e privacidade e gostamos de cultivar essa experiencia, perpetuamos nossas passwords, nossos "segredos de liquidificador"os codinomes beija-flor, entre tantos outros, pra nos sentir talvez, únicos, especiais, pertinentes a um contexto, ou alguem..
Coisas do sistema democratico?

Talvez.
Agora é moda. De código genético, a linguagem java, tudo em sombrio dominio bem lavrado.

Pra cada sistema um código, uma password, um segredinho, uma prova de privacidade e de posse.
Sofisticado nao?

Hummm...sei nao...

Thursday, December 27, 2001

Onde a paz começa...

Fui rever minha nudez. rever o ano, os pedacinhos dele, distribuidos em formas de dias e noites, e me olhei no espelho.
Nao esse que reflete uma cara que se procura, mas o espelho la de dentro do coraçao, onde nao ha uma cara refletida, mas uma alma em quietude.
E assim, como quem nao quer nada, descubro que a paz começa quando paramos o dialogo interno, nos ligamos na fonte que nos abastece e permitimos mansamente, que estar aqui e agora, do jeitinho que é, mesmo com PMS ou dores de cabeça, is just ok.

Nao ha o que perdoar, nao ha o que combater, nao ha o que negar, nem o que esperar, apenas usufruir dessa paz...
Basta boa vontade. É tão simples!
Experimente!
Ao aniversariante...

pois é...faz 2001 anos esse garoto... o mundo todo em volta disso. nasceu sem lugar pra botar a cabeça, símbolo de humildade, dizem alguns...
Sem berço fisico, embora filho de um carpinteiro, sem hospital e médicos assistindo sua vinda, cheio de outros assistentes, os verdadeiros,penso eu.
No dia de seus anos, procurei dentro de mim o que Ele poderia querer como presente pra celebraçao de sua vinda a esse mundo que jamais o recebeu.
E até me senti presenteada, por essa descoberta simples. Eu tambem vim sem me sentir recebida, e tambem passei por perseguiçoes "estranhas"em toda minha infancia.
Algumas semelhanças são meras coincidencias. Fica apenas o convite: Faça de meu coraçao seu lar, e do meu desejo de lhe abraçar seu berço. Isso é real.
E ja que o mundo parece ainda mais conturbado do que quando vieste, vou lhe dar de presente um pouco de alegria, de arte, de risos genuinos, por que afinal, celebration tem a ver com alguma coisa que sentimos gratidao e felicidade por termos tido algo.
E eu realmente quero que voce saiba de minha felicidade em te-lo em meu ninho preparado pra voce hoje, e espero, seja mantido por todos os demais dias que ainda estiver por esse mundo .

Wednesday, December 19, 2001

Protesto

hoje passei o dia tentando acessar esse blog. Recadinho:- esse site está passando por problemas tecnicos..bla.blah. blah.

Pois é...acabo de descobrir uma simbiose entre o blog e eu: ambos passamos por problemas tecnicos de acesso, nos mesmos horarios.

Será que tem mais alguma sincronia que ainda nao estou sabendo?

De qualquer forma deixo aqui lavrado meu protesto. É horrivel ficar com a coluna bloqueada e nao poder se mover direito.
Tudo isso por que andei tocando nesse complicado tema chamado livre-arbitreo.
Mais essa. Sem sistema nervoso, ou hard drive, nao ha comunicacao possivel. Será que ha?

Tuesday, December 18, 2001

The four agreements

The Toltecs way, teachs us four steps to get personal freedom.
They are:

1) Be Impeccable with your word

Speak with integrity. Say only what you mean. Avoid using word to speak against yourself or to gossip about others. Use the power of your word in the direction of truth and love.

2 ) Don't take anything personally

Nothing others do is because of you. What others say and do is a projection of their own reality, their own dream. When you are immune to the opinions and actions of others, you won't be the victim of needless suffering.

3) Don't make assumptions


Find courage to ask questions and to express what you really want. Communicate with others as clearly as you can to avoid misunderstandings, sadness, and drama. With just this one agreemnt, you can completely transform your life.

4) Always do your best

Your best is going to change from moment to moment, it will be different when you are healthy as opposed to sick. Under any circunstance, simply do your best, and you will avoid self-judgment, self-abuse, and regret.

Arc-types II

A volta do Rambo, do Roque, do Batman...
Eis aqui a o arc-type II.

_ Filha, o que voce vai ser quando crescer?
- Hummm. ( Olhando pra mãe, magra, esquelética, malhada, agitada, preocupada com o que vai vestir na festa de fim de ano) a criança olha, sem auto-censura, e diz:- eu quero ser que nem voce!

E a mãe, envaidecida, promete que vai lhe renovar o guarda-roupa, afinal os vestidos dela, ja estao ficando meio apertados, e lhe promete:- Vamos sair e pra comprar umas coisinhas "bem na moda".

E, modelos, nao faltam. Ta cheio de Victorias Secrets, Xuxas, e Angelicas, Madonnas, entre outras figuras pra inspirar, qualquer um.
Espelhos?
Ahann, na-nam. Quem gosta de se olhar no espelho e achar que está "imitando"alguem?
E tem gente que ainda fica com ponto de interrogaçao na testa quando eu pergunto:- Mas quem é Madonna?
Ha pessoas que "brilham"por que encerram um arquetipo. Escolhidas a dedo, vibram na categoria popular mais devastante, por que nao podendo exibir seus "mitos"contentam-se por imita-los sem ter a vaga ideia que nao sao ninguem:- apenas mais um tipo tirado do bau do inconsciente coletivo.E nem por isso deixam de ser "originais". Claro, ninguem ousa outra coisa...

Mergulhados nesse mar de incertezas - dizem que estao vivendo.
A vida de quem?
Das modelos? das atrizes de cinema, às plastificadas e siliconadas figuras quaisquer, que exibem com mais requinte o que muitos reprimem em si proprios.
Os mitos proibidos.
Os talk-shows estao cheios de vitimas, as campanhas de fraternidade universal e fundaçoes religiosas, cheias de crianças abandonadas, as manchetes dos jornais marrons, cheios de sabotadores de toda ordem, e ainda chamam a isso de árquetipo de sobrevivencia?
Acho que posso inferir que se estamos nesse pé, estamos todos navegando nas ondas da sobrevivenci, nao da vida.
E o que seria viver entao?

Voce tem alguma ideia?

Que recursos ou arquetipos voce dispoe pra tocar sua vida? Quantas vezes voce utiliza cada um dos quatro arquetipos citados, como prancha de salvaçao?

Tsc-tsc! mas salvaçao do que ? se estamos todos no mesmo mar energético? Ou isso seria apenas uma faixa de interpretaçao possivel por que os temas "faturam"sempre?
Afinal, gostamos de tudo isso, caso contrario, ja teriamos, produzido outra coisa.
Ou nao?
O homem que "criou o termo"arquetipo, Carl Jung, tambem descobriu que enquanto nao descobrimos os mitos que nos habita, eles governam nossa existencia.

E nisso, nao entra nossos sintomas, nossas doenças, nossas falas, ou mutismos?
Somos todos entao donos de sotaos e closets e baús cheios de tipos que nao queremos ver?
Nao importa.
Alguem com certeza está "usufruindo"dessa possibilidade e se nao for voce, será seu vizinho, seu marido, seu chefe, seu leitor, seu cliente, seu amigo, seu confessor, seu médico, seu amante, todo e aquele que cruzar com voce em algum momento. Até o doce vampiro.
hahahahaha!
E depois dizem que somos "donas de si".

Que coisa, nao?!
Arc-types

A ideia é que ha um baú.. Tipo arca. Nele ficam guardadas coisas que colecionamos, e por tanto devemos considerar que são preciosas.
Mas sera que guardamos somente o que apreciamos no baú? Ou o que achamos que vamos necessitar?
No desfile de personas/personagens que colecionamos, há fantasias de todos os tipos...odaliscas,magos, vampiros, marinheiros, enfermeiras, copeiras, bombeiros, medicos etc..sempre profissões que transitam em nossos sonhos, talvez por termos sido quase sempre consultados sobre :- o que voce vai ser quando crescer?

E o desfile se torna infinito...todos os tipos vividos em nossa historia, ao longo de muitos anos...

Segundo Caroline Myss, há quatro "archetypes of survival": a vitima, a prostituta, o sabotador, e a criança.
A nomenclatura de sobrevivencia me causa espanto. Fica dificil olhar pra isso de frente.

Ha alguma coisa que anda mudando de face. Nao se ve muitas princesas, pagens, reis, e guerreiros por ai.

Tambem, apesar das historias ainda povoarem as mentes infantis com magos de varios tipos, esses, nao estao disponiveis nas escolas profissionais, e muitos deles, sobreviventes ou nao, tambem nao tem espaço no mundo das ofertas e das procuras, mas habitam os comportamentos subliminares de milhares de milhoes.
Se isso for sobrevivencia, ufa!!


Passeando pelas mentes- baus maiores onde vivem nossas fantasias- constato que ha muitos arc-tyes- e prefiro chama-los assim- que prevalecem por ai.
Se nos detivermos so um instante nas entrelinhas dos programas apresentados pela midia, vamos ver que os arquetipos de sobrevivencia estao embrenhados nas redes de nossos contratos, por todos os lados.
Se eles sao sobrevivencia, ha uma co-existencia eleitamente subliminar, refletida nas modas, nas vergonhas, nas hipocrisias reveladas ou omitidas.
E, ao mesmo tempo desavisados, sustentamos todos eles,sem notar que vivem em nossos closets,
com tudo que essa palavra encerra.
E encontramos a prostituta, a criança,a vitima, o dominador, a mae...

Todos censurados diretamente:-
Quem de nós ja nao pronuciou alguma vez o "juizo condenante" de chamar alguem de prostituta, de berrar pra alguem"pare de ser criança", ou mesmo, "Nao tenho saco pra vitimas" ou "Deixe minha mãe fora disso".!
Como se fosse possivel, de fato, controlarmos esses tipos que sobrevivem em nossa alma, e requerem espaço legitimo.
E por que nao o permitimos, escorregam entre uma coisa e um fato, e liga todas as elas, pra espanto de poucos e Ibope de todas as novelas e revistas de fofoca.
O arc-type da prostituta, por exemplo,
está em todas as transaçoes, em todas as esquinas, em todos os guarda-roupas, sempre pronto a aparecer em qualquer possivel negociacao.
Mal compreendido e sempre mal julgado, submetemos essa parte nossa a confinadas zonas escuras, por nao sabermos valorizar o que pra nos poderia ser Price-less...
Alias, sempre que nao conseguimos determinar o que nao tem preco, deixamos a cargo da prostituta a conduta de qualquer dialogo ou acordo.
E ela vem e domina, com seu ventre livre e sem dono- todos os espacos permeaveis .

E quando o dominador chega- ele vem pra instalar a ordem e o ritmo de cada coisa.Estabelecendo
regras e suas consequencias.Tentando invalidar a obra da prostituta, que é um convite ou uma intimaçao ao mundo da ausencia de dominios, sem boudaries, sem compromissos, sem amarras.
Sua linguagem não precisa ser sempre a luxuria, mas ela gosta de transitar por essa avenida.

O que Caroline Myss chama de sobrevivencia, pra mim fica evidente como forças vitais, a ditar ao homem caminhos que ele teme olhar de frente e navegar naturalmente, sem problemas.
E eu me pergunto hoje, por que fazemos dessas forças poderosas, um problema? Por que massacramos seus poderes, se os escondemos em nosso guarda-roupa mais secreto, e os trancamos entre quatro paredes, como que se lhes pudesse deixar sair a voz, apenas debaixo de muito controle.
E isso é real? Ou é apenas um jogo de fantasias proibidas, que por isso mesmo, escapam e estão por ai, em todas as instituiçoes ditas respeitáveis?
Dos casamentos mais pomposos, às academias mais "emedalhadas".
E, na verdade, cá entre nós, isso rende muito assunto, e muita grana, e muito ritual, e muita pornografia, e muitos consultorios cheios de terapia, e muitos seminarios, e até blogs.
Como esse aqui, despindo-se de seu proprio mito, olha nos olhos de quem o le e procura pela true nakedness de cada um.
Sorry, babe! Ninguem está fora do baú que guarda todos os nossos tipos essenciais, de-lhes o nome que quiser.
E por que os negamos, eles nos governam os passos e as jornadas, todas as anamineses, e todas as aminesias.Muito poucos confissionários, e milhares de bares, cafés, cyberspaces, e outros devices.
Se nao podemos nos ver nus, nao podemos conviver com as sombras que habitam nossas modas e make-ups, e muito menos o que ousamos chamar de nossa moralidade.
Sem deboches.


Monday, December 17, 2001

Non-sense

pic this up!

Certas expressoes me causam espanto. Ainda. constato que ha troçentas zilhoes de possibilidades de coisas- informaçoes- que se perdem em mim, na busca de decodifica-las.

A gente aprende a falar e a começar a dar significados e rótulos a tudo. Nomear todas as coisas e vivencias.
E chega um ponto que armazena-las em tres linguas diferentes, dá um tilte.
Entendo por que os computadores, que sao binarios, como nós de certa forma somos duais, podem pifar na hora de apresentar resultados solicitados.

As vezes recebe-se a mensagem de:- Feche algumas windows antes de abrir tal assunto.
E ele grimpa, congela e nao passa nada mesmo.
Fico imaginando quantas janelas a gente abre por dia e a cada estimulo, sensorial+ as todas as possiveis decodificaçoes possiveis pra cada coisa.
E as vezes a ordem de:- pega essa ai e fica com ela, juro que nao vem.
Hoje é um desses dias.
la fora, está glorioso. O sol parece apaixonado e se exibe luxuriosamente na sofistificaçao de seus raios sobre o azul celeste que canta.
E eu, tropega, quase bebada, e fora de foco, desde que acordei com um pesadelo nao memorável, ou seja, sem conseguir recordar algumas cenas.Nada parece possivel, tangivel.
Fui fazer um café forte, pra me colocar noutro diapasao, e nao sei onde deixei a caneca...Sumiu do meu campo visual, como o significado de todos os papeis desornedados, à minha espera, sobre a desk.

Todas as coisas por fazer..listas - ainda bem que anotadas- que parecem totalmente sem sentido diante dessa falta de foco para o externo, ou seja la o que isso tambem possa significar.

Talvez agora eu possa dizer que "experiencio o que chamam de non-sense".

E se tiver que continuar assim, pode ser muito engraçado. Ou não. Pois afinal, o que é tudo senao o que pensamos de tudo.
E se nao pensamos, tudo desaparece, deixar de existir, sem significado e intérprete, o mundo nao há.

Segura essa...Tafarel...P's, R's, C's, M's, H's, A',s e todos os nomes possiveis que possam começar com qualquer inicial...
Nao vou gastar o latim que hoje nao disponho...

Friday, December 14, 2001

Livre-arbitreo

Esses dias tem sido perturbados por esse conceito.Mais do que um conceito, a constatacao da confusao entre arbitrar- fazer juizo- como denominador de escolha.
Em ingles se diz - free-will.
De todo modo, nao consigo aceitar desejo livre, vontade livre, juizo livre, desacompanhado do poder de agir.

Tenho visto e sentido todo o peso dos movimentos dos "poderosos"exercendo qualquer coisa, atingindo até meus tecidos osseos e a paz do meu sono.

E eu sei que nao escolhi, nenhuma ditadura, nenhum terrorismo, nenhum peso em meus ombros, assoberbados com tarefas que se multiplicam por que muitos nao fazem sua parte.
E ainda tenho que 'aceitar"esse conceito teologico de que sou livre pra escolher o que quiser.
Num mundo retalhado em pedacinhos, cheios de donos, certificados, credencias de todas as ordens, so pra transitar, ou exercer o direito de ir e vir, tenho que saber trocentas regras e juizos alheios.
Eu escolhi viver de prana, falar pouco, nao precisar dar explicacoes e nao ter que pedir explicacoes, mas existe a mentira, o blefe, os dardos da inveja a cruzar meu corpo, entre outros, o preço que me impoem pagar pra dizer que "sou civilizada"e que pertenço à naçao brasileira.
Sendo Brasil um pedaço de terra, localizado entre longitudes e latitudes conhecidas.
E se tivesse brotado no Afaganistao, teria hoje menos escolha ainda. Por que meia duzia de pessoas se declaram seguidores de Ala, milhares tem suas noites bombardeadas, e eu ate sinto daqui, todos os gritos de pavor e dor.
E é assim: o cara escolhe ir trabalhar, tipo entre aspas mesmo, por que tem contas a pagar e ele ainda acredita no sistema de crença coletivo, e colhe a morte, via um jato entrando pela janela.
E sobrou o que como possibilidade nessa cegueira ampla que declaram- livre desejo?

Vejo, por que tambem nao ha outra alternativa enquanto espero na fila do caixa do supermercado- as fotos de mais uma artista "destruida"pelas drogas que a consomem de toda forma a vida.
E dizem que é livre escolha se tornar um dependente quimico- por que somos avisados nas propagandas que droga faz mal.
Somos livres pra parar de fumar quando quisermos ou parar de cheirar po, ou parar de comer açucar, ou seja la mais o que for de venenos distribuidos por ai, em nome tambem da tal liberdade de escolha.
Eu nao fumo, nao cheiro, nao sou dependente de açucar nem de anfetaminas, nao chuto o pau da barraca, nem gosto de enfiar o pé na jaca, por que por principio, sou avessa a exageros de qualquer ordem.
A mim, ja basta ter que "lidar"com os venenos dos outros e do mundo, que com certeza nao é o mundo que escolhi viver e estar.
E minha alma anda dando sinais de retirada, aqui e acola, por que ela deve ter alguma escolha que nao o que minha mente- treinada pra julgar e selecionar- nao é capaz de decodificar a contento.
E nesse instante devo estar sendo um pouco livre so pra poder escrever esse blog. E ponto.
É so isso?

Quem se habilita a mostrar outra coisa?

Thursday, December 13, 2001

Silencio mortal

Costumo dizer que gosto do silencio. Distingo barulhos de sons e ouso dizer que tenho um ouvido refinado. Treinado por escalas cromáticas em estudo de piano classico.

Aprendi a importancia da pausa, e o refinamento de seu desenho grafico numa partitura, a indicar o silencio como parte da música e suas harmonias.

Olho pras despedidas - provisórias ou estas outras- como a morte- como uma longa pausa de silencio.
Ultimamente, tenho vivido muitas dessas pausas.
A principio o silvo em meu ouvido a indicar que alguem está a partir. Dai pra frente o silencio. Exatamente como aquele parar de bib-bip mostrado nos monitores caridológicos, nos hospitais.
É um instante mágico. Todos param. No caso dos médicos, retiram suas mascaras protetoras e inclinam a cabeça como num ato solene de entrega ou desistencia.
A grande senhora do silencio - a morte- quando chega, é avassaladoramente imperiosa em seu poder.

Até hoje, ninguem ousou contesta-la ou coisa assim.
E eu me pergunto por que somos tao impotentes e submissos a ela.
Será que por isso, fazemos tantos barulhos e tantos movimentos?

Continuo gostando do silencio. As pausas, nas partituras, como na vida, anunciam que algo importante está por acontecer. No mínimo uma reverencia a esse momento, raro, e muitas vezes tao pouco apreciados.

É assim a cada encontro e a cada separaçao. Uma nota digna de respeito pra que possamos viver um wonder, tao raro, que nem siquer sabemos como.
De tal forma, que apenas o seguimos, sem nada dizer.
Pra Maria Azul- em sua viagem na abertura dos sete coraçoes- e pra todos que fizeram por um instante fazer meu coraçao parar- apenas pra ter revelado o poder maior que nos liga de fato:
O grande silencio- onde nada mais cabe, nem dor nem alegria.

SSSSSSSSSSsssssssss!

Wednesday, December 12, 2001

Drama

Ontem, pela primeira vez, prestei atençao à Whoopi, falando sobre drama. Um diálogo simples, so pra mostrar que fazemos drama o tempo todo e nem notamos.
Insight! Ha culturas que são naturalmente mais dramáticas que outras. Ha lugares onde os encontros se abrem com dramas e ganha mais atençao quem é capaz de provar ser um dramático maior.
Nao pode faltar o suspense. Aquele instante onde a respiraçao para por que ficam todos esperando o que vem a seguir.
Dá gancho. As novelas, vivem disso. E os povos que "amam novelas"tambem.
Descobri que os dramas me cansam. Roubam, naturalmente, o direito de respirar. E, nao ha nada de mais a nao ser a criaçao de um suspense temporario so pra ganhar atençao.
Penso nas tramas de todas as conversas em todos os lugares e de como essa rede alimenta falsamente seus membros.
E com isso deixamos de viver de prana e sua abundancia pra esperar o que será que vai acontecer daqui a pouco...
É um estilo. Mas um estilo que tira o wonder, ou ainda o adia, pra efeitos nada maravilhosos, em sua maioria.
E todos embarcam. A criança, ou melhor seu arquetipo, fica presa a esse suspense quiça inútil, e com isso, tem gente que até se diverte, inadvertidamente, criando sustos e paradas. Da respiratória, à parada da confiança, sem perceber com isso, a quantidade de medo que é produzido e todos seus derivados:- adrenalinas, hormonios em disparo, desequilibrio de todo um sistema so pra ativar por instantes a ausencia de paz.
E de drama em drama, acabamos por inventar guerras. Das novelas e seus temas, a outras, entre tribos e povos, gerando desastres desproporcionais.
Hoje, sei que a midia vive de drama.
Ninguem da uma noticia ou fala da vida de forma natural. O tom dramático, senao tiver inserido nas pautas de leituras, parece revelar que nao ha importancia nos assuntos.
E me perguntei. O que buscamos de fato? os fatos, a verdade, ou a dramaticidade que nos viciaram a viver?

E concluo, mais uma vez, que nao sou desse mundo.
O drama é mais uma das coisas que turn me off.

Prefiro o caminho do silencio e o encontro que se da no espaco do wonder, sem transformar qualquer coisa em tragedia ou comedia. Meu corpo emocional nao precisa desses temperos pra ficar feliz ou em extase.
Na contemplacao simples, tenho o direito de exercer alguma escolha, na conduta dramatica, meu plexo solar explode e eu passo a ficar em funcao dos danos causados- que quase sempre me poem em retirada.
Acho que por isso, quase nao vou mais a cinema. Nao frequento familias, nao leio romances ou assisto novelas.
Acho inutil, nada produtivo pra meu espirito, todas as óperas que humanos apegados ao vampirismo moderno, gostam de sustentar.
E sao maioria. É so ver a producao da midia, pra saber disso.Começo a descobrir minha vocacao pra fora desse contexto.
E assim, sigo na minha companhia, que nunca se faz solitaria, por que nao preciso do push/pull provocado por todos os dramáticos que me cercam.
E quando isso acontece. Não é que me sinto sempre muito mal?!!!

Tuesday, December 11, 2001

Turn me off

Competiçoes a todo custo. Falta de finess de sprit. Mentiras e seus sustentadores.
Pensando bem, estao todos linkados.

Monday, December 10, 2001

Parece que hoje é dia de escrever mais. A falta de nudez legitima me instiga.
Vejo que ha competiçao demais entre os exibidores de platicas e seus cosmeticos.
Como dizer que pode haver encontros dentro desse quadro?
sinto falta da falta dos amantes, solenes e simples, sem subterfugios e estrategias.
talvez por isso resolvi aprender a jogar chess.
Sinto que ali jaz muitos segredos embutidos nos escaninhos medievais que perpetuam em todos os links dos cerebros modernos e seus disfarçes varios.

vamos ver aonde vai dar essa aventura no mundo dos estrategistas, nada bobos, e se achando ma-ra-vi-lho-sos na arte de seduzir e submeter, como se isso fosse um grande mérito.
Gente que bobagem! Ë so tirar a máscara que ja é um grande começo!
Será que é tao dificil assim?
Eu nao acho. E voce?
Ups and Downs

dualidade.ou isso ou aquilo. Como é dificil pro ser humano viver holograficamente.
Pensar entao, impossivel.
Assisto a tantos combates inuteis por que a dicotomia que embota a maioria das mentes é devastadora.
E por que ninguem consegue perceber diferente, toma tudo como pessoal e naturalmente egoico.
Enquanto isso nada a fazer senao construir muros e suas trancas ridiculas.
E como disse nossa MEG- o primeiro muro foi o da vergonha, sustentado pela primeira roupa, e a partir dai, nao se parou de construir-se todo tipo de arsenal e segredos.
Da sofisticada espionagem da guerra fria, aos segredinhos mais ridiculos em nome de sustentar qualquer defesa.
Sim, é vedade. Ainda estamos na Idade Media, com torres e cavaleiros e todo os armazenamentos necessarios pra sustentacao do poder maior: o ego do rei que se emigrou pra barriga de cada orgulhoso vivente.
O resto, a tecnologia encarregou de sofisticar, foi so isso!

Ai, que pobreza!!! ( Com Z pra Andrea que gosta de tudo dentro das regras de ortografia e da gramática)...
E Ai, que pobresa! ( Com S pra Sandra que anda gostando de quebrar com essas regras, entre outras)...

Saturday, December 08, 2001

Desde ontem, ficaram uns versos do poeta Rumi, ruminando em mim:

Jesus was lost in his love for God.
His donkey was drunk with barley.

Drink from the presence of saints,
not from those other jars.

Every object, every being,
is a jar full of delight.

Be a connoisseur,
and taste with caution.

Any wine will get you high.
Judge like a king, and choose the purest,

the ones unadulteated with fear,
or some urgency about "what's needed".

Drink the wine that moves you
as a camel moves when it's been untied,
and is just ambling about.


'Será que existe algum amor que nao embriague. E será que escolhemos de fato o jarro e seu conteúdo, se nem sabemos como vem a sede?

No deserto da vida, é dificilimo ser cauteloso e conhecedor, se a propria sede, nos embriaga de desejo e quer apenas morrer.
Saciar, so é sabido depois da experiencia. E essa é infinitamente perniciosa pra cada um, mesmo os que tem sede de Deus, como Jesus assim parecia ser.
E como transcender se nao ultrapassarmos os limites?
Da propria paixao que nos incandesce
engendra-se as cinzas que nos reduzirá, pra que possamos renascer a cada morte.

Se faz parte do tema todo esse enredo, por que teme-lo entao, e continuarmos morrendo de fome e de sede, em tantos níveis?
e Rumi, continua:

God has given us a dark wine so potent that,
drinking it, we leave the two worlds

God has put into the form of hashish a power
to deliver the taster from self-consciousness.

God has made sleep so
that it erases every thought.
God made Majnun love Layla so much that
just her dog would cause confusion in him.

There ara thousands of wines
that can take over our minds.

Don't think all ecstasies
are the same!

Friday, December 07, 2001

Bets and bits.
Faces of some thing.
Thing. No name, no recognition.
Game.
No rules. Nobody wins or loose.In life there is no heros because there is death.
How to know who is who?
Do you bet? do you play? what for?
I know you don't. THe game of life is not yours neither mine
We know nothing about eternity.
Dreaming we participating of a huge adventure without name.
No registration avaiable.
Only guess.
Searching for pain. Its roots. when begins, where Am I?
All I can see, is just aking..
the deep desire to reach you, whaever this means, or who ever you can be.
Is this real?
In a vain bit I almost believe it.
So, I blinked and nothing else is there or here or everywhere.
I keep some beliefs only to try to prove that I am.
I lost all my job...Looking for a wissow...
Rumi is gone...
So many words vanished in empty space...
What a feeling: this ephemeritis blowed up for spirits. Kids palying with my work...That is all that seems to exist:- nothing is real in my visions.
Even you, that I invented and erased without notice.
No good buy.
No buy
No goods.

Thursday, December 06, 2001

Deal

Ideal. Contratos. com-tratos. Defazendo-se sem-tratos.Sem ideias. Sem deals. Perdemos o bonde. Perdemos o bond. Ficamos no ar, sem ar. Novo contratempo. Outro link, outra ligação. TRiimmmm!
Não sabemos mais pontuar. Como viver sem atos? com-art-atos. Contratos feitos com arte levam um laço proprio que nomeamos de amor, amizade, bom trato.
Deal, Dell!!
Facto, feito, deal! acordamos. Vamos na mesma ideia, na mesma direçao. No mesmo deal. No mesmo plano i-deal!.
Ai podemos dizer que ha algo.sim?
Fora disso, o que sabemos ou dizemos que sabemos?
Quer dizer que sem laços nada? tudo fora? tem jeito de se re-la-cio-nar- sem tratos? so tato, so tantra, somente mente?
Viajo nos hiatos deixados entre as palavras e o poder do verbo que a todos liga, sem perdao e até com linguistica fronteira.
E se voce fala a mesma fala que eu, temos outro trato, outro deal, por que comungamos do poder comum de um so ver-ná-culo.

Tem graça? mas nao é de graça. Custa vivencia, visao, comum-uniao, em acordar.
Nao necessariamente em dormir. Por que?
Nao sei. Ja me deram o verbo pronto e poderoso.
E ainda querem discutir livre arbitreo. Pode?
tsc-tsc-tsc!

Wednesday, December 05, 2001

Entao eu desinvento...

Pra todo lado essa parafernalia em torno de "coisas do diabo"...Os crentes, os credores, os banqueiros, os drogados, todos investindo na mesma ideia: isso é coisa do demo..isso é pecado..E toma de energia nessa parada torta!

Eu proponho desinventar tudo isso.
Nao há duvidas e incertezas, apenas temporais talvezes...
Nao ha erros, apenas experiencias em torno do acerto e do provável.
Nao ha medo, ha mortalidade e sua existencia de qualquer forma.
Portanto, abaixo a frescura e todo esse investimento idiota cheio de dividendos destrutivos...
Guerras, iras, homens-bomba, mentiras e proibiçoes por que inventamos a hipocrisia ...
E nem nos damos conta do quanto investimos de nossos torpegos neuronios em tudo isso...
Umpf!! Que canseira!
mudernismo

Soube ontem, por um americano frequentador de Fortaleza, que a cidade está cheia de torres de 44 andares.
Nordeste muderno, pensei...
Sim, vai ver os guvernatentes locais acham lindo Dalas, Sao Paulo, e adotaram por imitacao, as torres sem medidas de estética e reverencia à natureza.
Sem briza marinha pras ruas de dentro, pras casas que ali sobrevivem ainda, com suas mangueiras, obrigando a todos a artificial vida do ar condicionado, e a um calor desnecessario, mantido por burrice e ganancia, alem, é claro do terrivel mal gosto.
E, posso ver até a cara dos "idiotas"-declaradamente os que andam em volta do mesmo circulo- se considerando muito mudernos com seus celulares, suas roupas importadas, e suas vidraças espelhadas...
O mudernismo e sua contemporaneidade atrasada, chegando pra arrasar com o que de melhor havia no paraiso nordestino brasileiro.

O mundo nao é mais o mesmo, nem nas cançoes.

_- Vamos viver no nordeste Anarina, por que la tem briza, virou folclore.

Tuesday, December 04, 2001

a força do hábito

Ontem vi uma menina brincando de caminhar sobre os spots, saltando de um para o outro, la no estacionamento.
Tomando café da manha, na cozinha, pela janela observava as árvores e aquela menina feliz.
Lembrei-me de minha infancia e de quando amava caminhar sobre os trilhos do trem, despreocupada de tudo, atenta apenas a "não sair da linha".
Voltar da escola caminhando sobre os trilhos tornara-se quase um hábito.
E mal podia supor nos idos de minha meninice que um habito, um dia, deixa de ser uma brincadeira e pode passar a ser um vício:- é quase inconcebível viver sem estar nos trilhos. Nem o carro pode ficar fora da linha do spot por um momento...Entre outras coisas...
Hoje, rio de tudo isso por que nada me tem dado mais prazer do que sair da linha.
Simplesmente isso.
Nao sei quem inventou que Virgem é o certinho signo que está sempre ligado nos detalhes e nos arranjos perfeitos.
Se assim for, estou perdendo a identidade faz tempo, e ...hahahah!
to adorando!

Monday, December 03, 2001

Jingle bell

Opss! Natal na porta...vontade de pegar o trenó e sair por ai, como uma mamae noel a voar pelos ares gelados ou nao, visitando todas as chaminés!

Eu adoraria poder aportar na Festa do dia 8, no Rio, na festa do dia 21 alhures, e sobretudo estar diante do olhar de cada criança que na sua inocencia faz dessa festa uma verdade.
Procuro pela minha criança e ela está a procurar as crianças de outras pessoas, nao os adultos preocupados e tensos com o final do ano, mas as crianças mesmo, de cada um, ávidas por pacotinhos e mistérios, esses que nao chegam a ser aquele tipo de surpresa que assusta, mas a gostosa sensaçao efemera de descobrir alguma coisa.
Cade minha árvorizinha luminosa?
Eu ainda nem montei...
Meu coraçao anda apertadinho e minha cabeça so se ocupa de faze-lo ter mais espaço...O mundo anda precisando de muito mais festas de Natal, muitos sinos no ar, nada de alarmes...
E como meu coraçao é uma extensao de todos os coraçoes, a mamae noel aqui tem muito trabalho pra preparar e por no trenó...
Que tal começar pela estrela guia?
Sinal de esperança e aliança renovada entre Deus e os homens de boa vontade.
Ah, a boa vontade...tenho que por uma boa dose em cada lacinho, docemente solene, como toda criança a dar o melhor de si.
Ufa!!

Sunday, December 02, 2001

Clarisse

Uma amiga me mandou , de Clarisse, esse recadinho:

- Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que
mais queremos é tirar
esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser.
Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela
só temos uma chance de
fazer aquilo que queremos.


Em mim a falta é única e tanta, que faço o contrario- roubo o abraço e o perpetuo em meus sonhos.
La, meu refúgio secreto, o único espaço real, que me restou com livre navegar, com direito a todas as emoçoes dirigidas por minha libidinosa alma.
No físico, ficou essa marca duvidosa:- acho que sonhei!!
É verdade o perfume que ficou em meus lençois? É verdade o gosto de sua pele? é verdade que acordei com voce ao meu lado me olhando em silencio? É verdade que tive seu corpo aberto entregue em todos os detalhes pra meu deleite?
Ou são meus sonhos maiores que a vida de Clarisse?

Fique na dúvida.

Descartes, me ensinaram, pensava e isso o fazia saber que existia.Eu talvez prefira estar na dúvida entre o sonho e a realidade como marca de viver.
Nao, a mim resta apenas o perambular sonambulico entre meu desejo e sua concretude.