Thursday, January 31, 2002

Recaída

E, entao, ele entrou aqui em casa, depois de muito tempo e diz:- Oi, sou eu, seu ex!
Foi o suficiente pra me fazer regredir 15 anos de evoluçao espiritual!


Eu ouvi a afirmativa, atonita, é claro.
Recaida espiritual por que veio à tona todo o sentimento e todo ressentimento de uma relaçao que nao rolou como se esperava?! alooo!!

Percebo que muitas vezes nos olhamos como se fossemos seres em ascençao permanente e contínua. Fazemos isso, talvez sem perceber, o que já é criminoso e nao consta de nenhum código legal, e vamos pela vida à fora, como se o caminho fosse em linha reta e sem retorno.
Curiosa essa forma de nos olhar e nos julgar, o que é pior, eu penso.
Dizer que envelhecer é decadencia, que lidar com o passado e suas memorias cristalizadas é recair, retomar um hábito ou algo arquivado em qualquer dos aneis de nossa historia, é voltar ao passado e é ruim?! Socorro!

Nao, nao vejo assim, Primeiro por que nao acho que voltamos a nada. Se nossa mente percebe uma emoçao, vivida ou ativada por algum estímulo, isso é apenas a percepcao da mente, e o juizo que dali se colhe como conclusao. E é so.
As pessoas parecem confundir o que vem com o que acreditam. Confudir o que se teme com o que se desconhece, com o que nao se gosta, muitas vezes.
E com isso, a eternidade da existencia, e todas as suas formas de apresentacao, seja la fisica, emocional ou afetiva, se torna misturada com o que se tenta decodificar de experiencias anteriores. Ou o que parece dar no mesmo.

De onde será que brota tudo isso? Olho com calma e vejo um velho programa de crenças rodando no nosso sistema interno a guiar nossas percepcoes e a chamar isso de verdadeiro.
E se é assim pra cada cerebro e suas decodificacoes sensuais e linguisticas, temos nao uma torre de babel mas alguns bilhoes delas por ai, em chines, em portugues, em ingles, espanhol, russo, japones, aramaico, e outras linguas mais...
Infinitas possibilidades de julgamento em torno de "tive uma recaida"e nao quero isso de jeito nenhum, gerando todo tipo de reaçoes e atitudes baseadas no medo da repetiçao, por exemplo.
Come on!! Ta tudo no mesmo lugar, quem viajou foi uma mente que se espantou de medo e jorrou um monte de substancias no corpo, dizendo:- alerta! perigo! perigo! e é so.
Mas, uma vez desesencadeda a mente reativa, la se vai um tempao até ajustar de novo o foco de percepcao.
E quem nao tem uma mente reativa? todos temos. A questao é :- por quanto tempo vivemos em funcao do que ela desencadeia em nós conduzindo nossas atitudes, estados de humor, etc..
E pensar que ninguem ve isso como uma doença, uma virose embutida, tal como os virus de computador que entram e dao pane na nossa simples comunicacao eletronica.

Olho pra toda e qualquer experiencia como um pedrinha atirada ao lago que gerará circulos proprios daquele ato ou circunstancia.
E nem todos os alos sao iguais, embora possam ser semelhantes. É apenas isso. Resultado natural do movimento que se fez. Sim, e dai? daonde vem a leitura de recaida?
Do medo de se achar que se vai viver a mesma coisa e experimentar os mesmos efeitos. Isso está acontecendo? nao, objetivamente nao. Mas se sua criaçao assim diz que é, assim lhe parece ser.
Segundo passo:- procurar testemunhas pra justificar o registro da recaida. Especialmente se nao acreditamos que somos capazes de ultrapassar o circulo de giz.
Essa a metáfora da morte do peru. Traça-lhe um circulo em volta e ele percebe como uma prisao e dali nao sai. Fica pronto pra morrer por que nao ve saida.
O que nossa mente nao é capaz de produzir?!!
E que tipos de mentes estamos produzindo todos os dias a partir do que implantaram ali como certo e definitivo?
E ninguem olha pra isso com desconfianca, ninguem olha com clareza para o proprio sistema de crencas e começa a desconfiar dele. O suficiente pra mudar tudo, pra estabelecer um milagre: um shift na percepçao.

Bom seria se todos os momentos nos lembrassemos: assim é por que assim me parece e eu escolho quando mudar o que quero ver e experimentar e sentir.

Wednesday, January 30, 2002

Filhos

Andei lendo algumas artemisias a falar de filhos. Fiquei com os meus botoes. Vi uma pesquisa na TV sobre adolescentes e drogas, e outros casos sérios de esquizofrenia, e toda a agonia de pais, em torno de:- o que fazer?!

Nao tenho filhos biologicos. Tenho muitos outros de outra filiaçao. E sempre vi, como os pais biologicos, especialmente as maes, se atribuem uma tarefa gigantesca de fazer o filho dar certo. Especialmente as maes brasileiras. Sempre olhei pra isso com desconfiança. A palavra é bem essa.
Sem desconsiderar a abordagem astrologica sobre mae/lua, e outros psicologicos, sobre ventre, relacao de amamentacao, atencao na primeira infancia, etc. ainda acho que tem sim, uma carga enorme sobre as maes, sobre 'o resultado do filho".
Cheguei a fazer uma comparaçao esquisita. É esse o termo.Um filho é resultado do que mesmo?
Um esperma e um ovo? mas no entanto o "ambiente"de geracao, chamado de mae, leva toda a carga, ao que parece.
Hummm, nao sei nao. Mas ha muita emocao cultivada em torno de algo que podia sim ser mais proximo da natureza como um todo. Ja repararam que isso so acontece na especie humana? As outras, estao presentes, mas nao interferem sempre no curso natural dos filhotes.
Tenho uma amiga que escreveu um texto uma vez sobre maternidade, que achei genial- ela mostra o disparate da mae, ao longo de toda vida, fazendo o papel eterno da geradora, quando o cordao umbilical ja foi cortado ha muito tempo.
A rigor, dali pra frente, a criança, tem trocentas outras presenças e influencias no seu dia-a-dia. Mas a mae!!

Essa nao escapa de todos os tratados de psicologia ocidental, das cobrancas diversas em torno disso e daquilo, quando se sabe, entre outras coisas, que sempre teve a mae de leite, a baba, a baby-sitter, a madrinha, a avo, a tia, a vizinha, a professora, etc..

Acho que enquanto a mulher nao se souber inteira tambem se dividira entre a amante, a esposa, a mae, a que precisa trabalhar fora pra ajudar no sustento da casa e a sociedade toda em volta de uma so voz: nao toque na mae! mas tambem ninguem a poupa.
A começar pelos proprios filhos que a olham com ar de propriedade exclusiva e muita cobranca se isso ou aquilo nao está no lugar ou a contento.
Eu sempre achei isso pra la de absurdo.
Mae, pra mim, tem que ser olhada com muita, mas muita reverencia, nao mais nao fosse, so por que lhe deu à luz.
Vejo muito, mas muito filho abusado por que as maes se colocam sempre de plantao, e sempre na posicao de eternas heroinas como se o fato de "controlar aquele destino"fosse o mais importante papel de suas vidas.
E isso por si so, ja é de uma incoerencia total.
Como? por que filho é dádiva, nao é propriedade. Segundo por que papel de mae é gerar e cuidar, quando necessario, de desmanchar o laço umbilical, pra nao gerar outros apegos desnecessarios.
E filho é de Deus, por que é quem da o espirito e a vida de verdade.
E nós, nao somos donos da vida de ninguem, nem da nossa, é claro.

Portanto, se cortassem o pitty, que rola sim em excesso, muita coisa poderia simplesmente ser mais mansa.
Cá pra nos, é muita pretensao se admitir dona do projeto, quando na verdade se é apenas uma coadjuvante. E cada um vai seguir de acordo com tantas variaveis, que nao tem mae que de conta disso.
Vamos amansar a pretensao, que a vida agradece e a saude se instala naturalmente.

Tuesday, January 29, 2002

Serendipity

Sim, foi nome de um filme. Segundo o dicionario é a habilidade de encontrar alguma coisa boa acidentalmente.
Gostei mais da versao do personagem do William Holden , onde ele explica em tom didático pra sua secretária - "precisamos criar algo , se-ren-di-pity! O escritor Rich afirma que seu personagem principal tem que sair às ruas e encontrar algo bom, melhor ainda, ele tem a capacidade de extrair sempre algo bom do que vivencia, nao importa o que a vida lhe traga".

Fiquei com esse sonho gravitando meu cochilo e minha dor de cabeça o dia todo.
Nao me lembro mais de minhas experiencias de criança, onde se tem maior dosagem de serendipity. O anjo de guarda mais perto e a inocencia, com certeza, a guiar o olhar de bebe, nos revelando tudo como maravilhas.
Nao me lembro quando perdi minha pipa Serendipity nos ares de todos os anos.
Sei, todavia, que estou sempre procurando ver tudo com olhos positivos, e se chamam a isso de sorte, nos tempos de hoje, nao sei.
Com tantas noticias ruins, tanta violencia espalhada, tanto medo propagado e industrializado, torna-se mais do que essencial - talvez uma fortuna mesmo, sair por ai e so ver coisas boas, por acaso.

Houve um tempo em que era possivel conjugar mais certos verbos e usar,com certeza, no dia a dia, uma palavra como essa.

Hoje, parece, fica por conta de quem usa poderes mágicos, invoca a inocencia provocadamente varrida dos meios de todas as ordens, e a sustenta a qualquer preço, como uma promessa de viver, ou uma meta de existencia.
Tenho uma amiga que trabalha pra sustentar a felicidade e nao deixar de forma alguma que ela se vá.
Conversamos com frequencia e eu acompanho de perto, sua trajetoria, seu projeto cotidiano budista mesmo, de sustentar a leveza e a alegria de viver, despite, tudo.

Eu tremo. Sou afetada pelas vibraçoes de todos os lugares, acordo sentindo ondas diversas que atravessam meu sono e me impinge pesadelos e vivencias bizarras. Tambem trabalho pra sustentar a leveza e a cada dia, percebo que a arte de ver a beleza a cada esquina, vai ficando mais sofisticada.
O acaso, parece nao funcionar mais a favor ou proativamente. Tem muito mais caos no ocaso do que deveria, pro meu gosto e degustaçao geral.
Até nem sei quando foi que Hollywood deixou de produzir os musicais inocentes e passou a investir pesado nas destruiçoes e catastrofes de todo tipo, levando de vez a leveza de muitas possibilidades.
E isso me lembra o Johnny Alf, com Eu e a Brisa- um modo poetico de cantar a tao escassa Serendipity.
Por isso, fica, oh brisa fica pois talvez quem sabe, o inesperado me faça uma surpresa e traga alguem que queira me escutar e junto a mim queira ficar.

Monday, January 28, 2002

Brincadeira de roda

Agora eu era heroi e meu cavalo so falava ingles..A noiva do cowboy era vc alem das outras tres..eu enfrentava os batalhoes, os alemaes e seus canhoes, guardava meu bodoque e ensaiava o roque para as matinees...

Tem gente que perdeu a infancia e confunde as brincadeiras de roda e as cantigas de roda com as escolhas da vida.
Ou será que estamos todos brincando de princesas e herois e ficando de maus por que descobrimos de uma hora pra outra, que nao tem nem mocinho, nem principe, nem nada?

Afinal o mundo da infancia fica aonde?
Pra muitos, uma delicia de momentos, pra outros motivo de exilio na propria mente ou nos desejos, para mim, a terra do faz de conta, fica apenas onde ela pertence : a terra do faz de conta.
E nao confundo a terra, com as contas, nem os cantos, e as cantadas.
Isso é ter os pes no chao, a alma solta, o espirito livre e a mente apenas observando tudo isso, que é o que para ela curtir de fato.
No mais, nao confundo tempo com vida, nem contos de carochinhas com contos da midia.
Todos fantasias diferentes, alimentos pra mentes diversas, e apenas diversao pra meu espirito nem sempre brincalhao.

Nao nao fuja nao, finja que agora eu era seu brinquedo, eu era seu peao, o seu bicho preferido...
Vem me de a mao, a gente agora ja nao tinha medo.
No tempo da maldade, acho que a gente nem tinha nascido..

Bom demais, esse Chico, nao acham?
Feelings

Não sei por que escrevi em ingles. Saiu.Isso me remete à constatação de que ando perdendo o contacto com minha lingua mãe, em questoes essenciais como os sentidos. Há certas coisas ou alguns sentimentos que não consigo mais verbalizar em portugues. Isso me assusta.
Tenho uma amiga inglesa que se expressa diretamente dizendo:- I smell lemon. I see shadows. I taste this or that.
Conversando e conversando, ela me explica que os ingleses so usam "feeling"pra descrever algo que passa pela pele.
E eu repliquei, que em portugues, usamos eu sinto, pra muitas e muitas coisas.
Para mim o sentir, pode significar algo fisico, emocional, ou conotar uma ideia vaga.
E eu, entao, que tenho a alma coberta por uma enorme pele- que é todo meu corpo mais todos seus sete sentidos, fico cheia de dedos pra expressar em ingles, todas as nuances e degrades. Um problema, muitas vezes, com certeza.
E fico pensando:- será que a limitacao do idioma limita tambem a vivencia da pessoa? Nao sei, mas tenho a "sensaçao"que os ingleses nao expressam muito seus sentidos. Sempre os achei um povo frio, contido, e isso me causava espanto.
De perto, tudo parece diferente.Como se eles tivessem uma barreira, visivel apenas pra mim, com todos meus sentidos aguçados, como uma felina, quieta e atenta naturalmente a tudo.
Percebi que ela se sentia tonta e tentava escapar da sensaçao de desmaio. Vi que andava como cambaleante e por um segundo me contive em segui-la e perguntar se precisava de ajuda.Por certo diria que nao. Afinal, "eles"nao comunicam os "feelings" verbalmente, aparentemente.
Eu segui os meus e a segui de perto e pedi que parasse um pouco.
Vi que ela suava frio e perdia os sentidos. Como, se nao os tinha"?
Contradiçoes de idioma, contençao de comportamento, ou seja la o que for, fico com os meus "feelings"abundantes, sem verbo proprio, mas cheios de vida e significados, nem sempre traduzíveis.
Esse muro, nao me contem, e nem eu permito que isso acontença. De alguma forma, sei que foram trocadas vibraçoes, de-se o nome que quiser, e o registro, fica pra quem pode reter.
E não é sempre assim na vida com todos nós?
Não sei. Começo a perceber que nem todos tem uma mesa de trocentos canais, como eu.
E ai, como ficam as trocas, se é que elas existem mesmo?
No mundo de meus sonhos, tudo é possivel, porem, no mundo da concretude, tudo se torna árido como um muro de areia cimentada, embora se saiba que ali, tambem ha vida, cristalizada, talvez. E só.
Expirar parece se tornar menor diante de minha inspiraçao, que sempre parece trazer ares e polens de flores jamais visualizadas, mas plenamente sentidas, e, por tanto, integradas devidamente à experiencia.
Sim, sou gata, com toda certeza, desde os velhos tempos das Deusas nos Templos do Nilo.
Miaauuuuu!

Sunday, January 27, 2002

Fenomenologico

Amo nossa lingua. De vez em quando brotam umas palavras tao sonoramente lindas que dá vontade de repeti-las so para ouvir o som. Sem importancia essa coisa de significado. Até cansativo às vezes.Fica-se traduzindo a raiz, a semantica, e todos esses outros nomes bonitinhos pra se tentar chegar perto da vivencia ou do objeto.
E chegar perto é coisa de atraçao.
Quando recebo um convite, os sentidos da atraçao parecem se aguçar. Sim ou nao, gosto ou nao gosto.
O que se passa?
E estou sempre sendo convidada a: vem aqui. Senta do meu lado. Me da sua mao. Vamos até ali.
O que voce vai fazer mais tarde? etc.
Hoje, fiquei pensando sobre esse fenomeno: o imã.
Parado, ali, e puxando a vibraçao de todos os metais.
Tem gente que tem imã. Não faz nada pra atrair. So se posta e é o suficiente.
Qual o segredo? se é que tem algum. Carisma, presença, sei-la-mais-o-que..
Sou do tipo que nao consegue passar despercebida. E mesmo gostando de sair à francesa, ainda recebo telefonemas pra dizer que "notaram minha ausencia súbita".
E estou sempre achando o contrario. Nao, nao sou distraida. Gosto, como os gatos, de manter a propria individualidade, e excentricidade. E isso parece conotar outras coisas.
Ora bolas, eu sou gato no horóscopo chines, e sei de minha essencia felina, manifestando-se de tantas maneiras.
Agora, o segredo mesmo, está em quando eu me sinto atraída.
Hoje passei algumas horas meditando sobre essa mágica.
Ja viram como gato fica quando algo lhe atrai?
E o que é? Nao ha palavras. Pelo arrepiado, coluna empertigada, maciez nas patas e mudança nas pupilas.
O resto? fica por conta da fenomenologia e pra quem gosta de explicaçoes de todas as ordens.
Eu fico com o sétimo sentido e o que ele traz.

Aguardemos pois.
Abracadabra

Quem nao conhece essa palavra mágica? Acho que todo mundo uma vez na vida ja usou de seus poderes de mago e pronunciou pelo menos uma vez esse mantra pra fazer surgir algo novo, inusitado, transformador.
Pois é. Hoje, depois de ler uns tantos emails do Brasil, com todo o azul do ceu la fora, me peguei escrevendo e falando em voz alta, com minha varinha de condão: abracadabra!

Penso que todo brasileiro, nesses momentos complicados de apagao, sequestro e terrorismo, poderia lembrar de usar seu mago. Andei até lendo blogs- que dizem se abriram como tratado de pessimismo, afetados pela bad wave.

Gente! Eu nao me canso de lembrar:- cade o poder de transformaçao? Será que so eu acredito que tem um mago dentro do proprio eu? Faz parte dos arquétipos...vamos usar, incorporar e exercer o bem querer pra transformar, por que a gente pode.
Afinal, somos criadores sim, e nao tem que ficar submetido a caos nenhum. Pra que?
Estou lhe convidando a usar nesse instante seu poder pessoal e exercer o fascinio do abracadabra e deixar tudo supercalifragilisticoespiralidoso.

Vamos lá!!!

Saturday, January 26, 2002

Bless you!!

Aqui na América, costuma-se dizer isso quando alguem espirra.
Eles engoliram God, e so sai o bless you.
Engraçado, penso eu, é preciso espirrar pra se sentir abençoado? Ora pipocas!
Faz parte daquela lista de coisas que nao entendo. Eu sou assim, um ser humano viajante nessa experiencia, e que está sempre fazendo fotografias de uma porçao de coisas e vivencias. Especialmente essas que nao entendo e pareço guardar pra depois.

Bless you!

Sounds nice! Me dá uma vontade enorme de sair por ai abençoando todos que até nem espirram, especialmente esses que seguram tudo, até o espirro.
E seguram a bexiga, o desejo de qualquer forma, e sei la por que, vivem se queixando que nao tem tempo pra nada.
Depois de bahamiar, o mundo fica com outras cores. Entre outras coisas por que minha alma, que na verdade ama as estrelas sabe sim que somos todos estrelas, quer saibamos disso ou nao, reconheçamos ou nao.
Agora, mais do que nunca, eu sou uma estrela. E sei que faço parte de uma enorme constelaçao, toda linda e graciosamente abençoada.

Eu sou tambem um espelho que reflete toda a beleza do vasto universo, tal como voce. E isso por si so vale todos os espirros do universo, e todos os Bless you, possiveis e inimagináveis.

E se sei quem sou e sou assim, como negar isso?
Nao tenho vocaçao pra denials, nem pra desamor. Nao posso. É tudo grandioso demais pra ser negado em mim, em meu corpo de hoje com todas as marcas de vivencias registradas.
Nao quero plastificar nada, nem a carteira de identidade. Quero tudo vivo, exatamente como o oceano de luz onde habito, junto com vc, Joao, girando, sem parar, nesse universo que contemplo e reflexiono em gratitude e extase.
Sim, sou confortavel em minha natureza expansiva, e sei das dores das contraçoes e o prenuncio que dali, sempre brotará uma nova vida.
Ja pensou no milagre do espirro?
Atchim!!

Bless us! Criadores de sonhos infinitos, participantes inclusos do fantastico processo da grande vida!
Se pudessemos nos valorizar apenas pelos sonhos e desejos, saberiamos, com certeza como Deus- nosso sócio majoritario, nos olha e nos aprecia.
Entao, por que ser menor ou nos encolher de medo diante do fato de estarmos simplesmente vivendo?
Depois da noite no deserto de Santa Fé, e de me saber queen of the world, nao posso. Minha alma, que intimamente me conta tudo que de fato preciso saber, me resgata sempre, de todos os naufragios terroristas, articulados por sonhadores que parecem curtir o medo e um espaço maya caótico.
As vezes, pesa, e a gente sacode a poeira ou simplesmente espirra, pra espantar as alergias, e acertar o sistema respiratorio- esse que nos sintoniza de fato com o delightful space of bliss.

Aqui é inverno, no sul é verao, e estou em plena primavera. Cheia de esperanças e botoes de flores mis se abrindo...
Como? ah, isso é coisa de gente que ultrapassa a fronteira do possivel e faz contacto atraves do silencio e sussura dentro dele a linguagem do amor que é infinito, e nos banha a todos.
Isso é aceitar em todos os níveis o que sai num desejo simples e corriqueiro de:

Bless you!

Friday, January 25, 2002

I am the queen of the world

Says who? Minha alma viajante, me pegou pelas maos e me colocou num navio: Discovery!
Sim, esse o nome do barco. Hoje, a noite, la no topo- naquele mesmo lugar onde Leonardo de Caprio imortalizou a versao vitoriosa do Titanic- eu me descobri a rainha de meu ser.

Inimaginavel! O vento no peito, os bracos abertos, sem imitacao, por que nao e por ai..
E algo irresistivel e incontrolavel, uma vez que a gente se poe naquele pequeno quadradinho so com o vasto oceano diante de voce, e o horizonte...
Essa minha ultima vivencia, antes de chegar em casa e rir a valer com os comentarios de Meg, Rosa, Gusta, Moh, e outras leitoras que me convidaram a desisitir da preguica gravitante e escrever depois de alguns dias...
Eu estive bahamiando, sim. Acabo de inventar um novo verbo.
Pra se ser rainha de si mesma, e preciso bahamiar e se jogar na boleia do navio e sentir ser livre ...
Livre de suditos, pra comecar, livre de atender, livre de corresponder a qualquer expectativa, livre pra se saber unica, no mar da vida e nos mares lindos que cobrem esse planeta, e agente fica por ai, apenas se ligando na literatice de problemas inventados e propagados por quem nao sabe bahamiar.
E foi uma festa no jantar. O americano a minha frente me pergunta se sou italiana...E acaba me pedindo desculpas, sem que nem pra que, penso eu...
E conversando, acaba confessando que precisava fazer essa viagem mais vezes e que ja estava comecando a pensar que ao pisar em terra os problemas estavam por la o esperando.

E eu sugeri que seria otimo que pegassemos todos os politicos, todos os chatos- aqueles que perderam a nocao da vida faz tempo e nao se dao conta disso- e os colocaria pra bahamiar a cada dois meses- tratamento obrigatorio....
Garanto que metade das neuroses e obsessoes de todas as ordens desapareceriam...
E nao e que eu descobri onde foi feito a propaganda da cerveja Corona? Aquela que nos seduz a mudar de latitude....
Sem latu sensu, e claro, deveria ser mesmo imperativo que mudassemos de latitude sempre, assim talvez, pudessemos parar de achar que tudo esta em torno de nossa barriga e o espelho que a reflete.

Que nada!! bobagens, tudo bobagens!!!
E agora mais do que nunca eu sei: Navegar e preciso, sempre!!!

Foi isso que senti como essencial, de fato e de direito.
Estrelas sobre a cabeca e o vasto horizonte a revelar que tudo e possivel no mar de todas as mares e profundidades.
A vida e seus misterios...quem disser que e o contrario, com certeza, nao bahamiou...
E tem que ser assim: de repente, nao mais que de repente...

Amanha tem mais....

Sunday, January 20, 2002

Madrugada chegou...

O sereno caiu...

Meu amor de cansaco , caiu em meus bracos, sorriu e dormiu...

Ah que saudade desses tempos em que Cae cantava isso.

Eu so queria que nao amanhecesse o dia, que nao chegasse a madrugada...
Eu so queria amor... amor e mais nada....


Simples e direto. Esse o meu Cae, esse o poeta que falava o que minha alma, sempre sonhou viver de forma tao simples.

E, nao tem mais isso, nem em verso, nem nada...
So madrugadas, sem amor que de cansaco, sorri e dorme.

Por isso , drume neguinha...drume!!!!

Friday, January 18, 2002

Ufa! que pressao foguíca!

Hoje o dia amanheceu abafado. Inverno com 82o. graus...Algo muito estranho no ar.
Ha um Fog- sombrio, estanho mesmo.
Sensaçao de uma pressao nada barómetra, nem nobre, que amassa nosso peito e impede o horizonte.
Nao dá pra "ser feliz"com isso.
A sensibilidade mais do que à flor da pele- parece querer sair do corpo, que nao se aguenta em pé- quase.
Diante de todos os movimentos do dia, o fog parece servir de lente de aumento e tudo se agiganta.
Depois de um dia azul lindo e fresquinho ontem, essa "coisa chamada"dia seguinte, agora...

Como se pode planejar a vida com exito, diante de todos esses imprevistos tao desagradaveis e acachapantes?

Constato mais uma vez minha dificuldade enorme de gostar de ser humana. De curtir estar num corpo sujeito a todas as pressoes do ar e outras tantas, e toda essa instabilidade, externa, que admito, tenho enorme dificuldade de adaptar.
Se algum dia tivesse que fazer um depoimento sobre estar nesse mundo, nao exitaria em dizer:

Ser humano doi.

Tentativas de "adaptar"é sinal visivel de que nao se está bem, tenta-se ficar mais leve e agradável. E nao me lembro de ter tirado férias de fato- foi sempre esse jogo sisífico, como costumo chamar.
Arre! ufa! que cansaço foguíco!

Esse, com certeza, ultrapassa meu velho e antigo cansaço grego...

Thursday, January 17, 2002

Cornucopia

Abundancia. Simbolo da fonte de. Origem mitica da abundancia. Termos explicativos de dicionarios.
Penso no cavalo branco, puro, com o chifre magico na fronte. Penso no carneiro e seus chifres tambem. Nao consigo associar chifres com abundancia. Embora se lembre com isso- do mito do velocinio de outro.
Seja como for, a imagem ficou girando em minha mente. Compartilho com todos que querem e sintonizem com a fonte maior de riquezas.

A imagem? fica por conta do imaginario de cada um.
Fica combinado assim.

Agora, ca entre nos, de onde veio a outra imagem do chifre? aquela que mailiciosamente se associa a traicao?
Sera que ha uma relacao entre elas?

Eu nao havia cogitado isso. Mas, quem sabe?!!

Deixo pra reflexao esse tema hoje .

Tuesday, January 15, 2002

Navegante

Li ontem, em algum lugar, que a Terra contina deslocando-se a 600.000 kilometros por minuto.

Diante disso, como nao se ver como um viajante. Nao, um navegante. por que viajante implica que se sabe para onde se vai.
Embarco para o Caribe e chego lá. Agora, a ideia de que navegamos no vasto universo e dentro dele, numa bola que gira, já no 'minimo muito surreal ou sobrenatural- como diria a Baby do Brasil.

Vai ver que é por isso que preciso descansar com tanta frequencia.
Tenho milhas demais...E quase nao sinto meus pés no chao.
Coisa de mutantes? Sei lá, sei não.
Fico apenas querendo saber ou quem sabe, poder sentir, onde é meu Alfa. Ponto de inicio e de retorno, síntese da trajetoria de todos nós.
Rumo ao Omega, para retornar um dia ao porto seguro, de onde começamos, seja como for, nossa aventura. Nao importa qual.
E tudo isso ao mesmo tempo parece tao comum, tao todo-dia, que até assusta.
Diante disso, o que seria mesmo desconhecido, ou conhecido?
Tirante o fato que reconheço rostos e lugares e nao sei como, muita coisa fica no plano do despercebido e do desconhecido, e por mais que me esforçe, as livrarias com todas as ideias publicadas sempre vão superar minha possibilidade de chegar perto do que divulgam.
Até no meu pequeno mundo, as vezes me sinto uma estranha no ninho. Se é que sei mesmo o que é isso.
Mas como dizia o poeta: navegar é preciso, viver nao é preciso...
Um dia vou saber o que é isso em vida.
Assim espero.
E tudo isso apenas por lembrar que nunca embarquei num desses enormes navios, que dizem nos leva a navegar no vasto oceano.
Como seria?
Coisas de gente que nao se cansa de estar e ser fascinada pelas estrelas e olha para o ceu e sente saudade de casa. La longe...num pequeno ponto brilhante.
Estranho? eu nao acho.

Monday, January 14, 2002

Ausencia

.
Sim, me dou conta de ter passado um longo tempo ausente. Sem nudez, diriam alguns, talvez...

Eu, depois de ficar assim, assim, tive mesmo vivendo lapsos de varias presencas. Descubro que nao custa muito aparecer e desaparecer. Existir e diferente de se fazer presente.E estar no presente, com certeza, requer muito mais do que podia supor...

O que faz falta, ou como nem siquer saber isso, tantas vezes, quando simplesmente percebi o longo efeito em varios campos de uma simples anestesia.
Sou uma pesquisadora do sentir- talvez fosse esse o titulo de minha real profissao de fe.
Minha alma aprecia o registro de todos os feelings, e parece beber avidamente cada um desses registros.
Expressa-los? Nem sempre e possivel.
Desligada do mundo virtual por dias, me fez refletir onde e como registramos nossas impressoes. E viver, passa por momentos onde nenhum registro se faz notavel ou necessario. Talvez suas documentacoes tambem.
E o que seria de tudo senao o que pensamos de tudo e o que deixamos registrados sobre tudo?
Nao sei. Troquei, quase sem perceber, o simples caminhar no campo de golfe, pelo dedilhado no computador, o deleite de descobrir simples receitas na cozinha, pelo continuo acompanhar de emails e outras coisas.
Nem siquer fui abrir as correspondencias- como se grande parte de mim clamasse por silencio - sem papeis ou palavras documentadas e registraveis.
E somente hoje, de fato, me dei conta, que siquer havia frequentado o escritorio.
O que houve?
Sem registros. Nem pistas. Apenas ausencia e tudo que ela possa abarcar.

Thursday, January 10, 2002

Assim, assim...


Acordei nesse estado. Como se diz, assim, assim...
Noite fria, turbulenta, apesar da sessao de Cranium-sacrum, vivida ontem no grupo de estudos...

Ha algo no meu peito, que parece antigo, muito antigo que me deixa assim.
Consigo localizar, visualizar, indentificar, todos os diagnósticos...Talvez, por ter escrito ontem sobre Medos e Mágoas, e por que sempre vivo muito intensamente tudo que expresso.
Escrever aqui, nesse blog, é mais do que um ato cotidiano. Tornou-se uma espécie de ritual sagrado onde minha alma vem falar atraves de meu dedilhado no teclado.
Ontem, os medos e as mágoas nao foram publicados. O blog estava em manutenção, e assim, ficou meu peito, talvez também em manutençao.

Talvez eu estivesse mesmo precisando desse reparo, furtivo, inquietante até.
Talvez nao seja nada disso. Apenas esse estado meio gasoifelinico, de assim- assim.

Hoje, dentista.E como se nao fosse, a secretaria me liga duas vezes pra relembrar o compromisso.
Fui. E ele, gentil por demais, me pergunta a cada cinco minutos como estou me sentindo.
E com aquele sugador na boca, nem que quisesse muito, poderia dizer:- assim, assim...
E com certeza esse código nao seria decifrado de imediato.

Ele teme causar dor e gerar mágoas. E fica, extremamente cuidadoso pra que nada de "errado "aconteça.
Mais uma peça no quebra-cabeças dos Medos e Mágoas, que só agora foram pro ar.
E quem sabe, minha cara, metade dormente até o nariz, talvez me faça rever minha identidade.
Nao sou temerosa de todas as dores ou de algumas, mas a sensaçao de nao sentir, é nova ou estranha...
Anestesia talvez seja um bom clue pra morte. A gente para de sentir, e com isso, para de pensar, de sonhar, de projetar, de desejar...
Será que tudo isso é coisa só dessa dimensao, num corpo fisico cheio de nervos por todos os lados nos pondo em estado de alerta em todas as direçoes?

Talvez...Assim, assim, dá pra responder ao espaço do tanto faz...E isso é bem palindromico...
Acho que começo a inaugurar esse ano, que me veio dormente, adormecido, adoentada, coisas do ente que ainda pulsa assustado, nesse peito, hoje bem cansado.

Como será o amanhã?

Responda quem puder...o meu destino tem sido como Deus quer...
E eu?

Wednesday, January 09, 2002




Medos e Mágoas


Hoje li um texto bastante interessante do Astrólogo Benedetti sobre esse tema.
Ele diz:- A água é a palavra chave para entendermos a tal da mágoa. A mágoa é um sentimento que fica agarrado à memória. Precisa de lembranças, precisa de um constante recordar do momento e do movimento gerador, o instante exato em que permitimos que o veneno invadisse nosso corpo. E continua:- Cristalizar o gesto do outro, registrar e permitir que a lembrança permanente desse gesto seja um veneno que contamine aquilo que é naturalmente puro e integro dentro de nós, é a mágoa, a má água, e sua expressao mais corrente e comum , o ressentimento, que significa ficar remoendo as experiencias, insistir e escolher o sofrimento por aquilo que nao achamos justo e correto, pelo mal que supostamente foi feito à nossa pessoa e que feriu nossa sensibilidade.
O Texto dá o que pensar, se quisermos, é claro. E, entre outras coisas, nos traz possibilidades de navegar por um mar de outros sentimentos, entre outros o medo de nos magoar.

Penso que a experiencia mais marcante deixada com marca é a dor e sua ferida e, consequentemente, o medo- que nesse caso pode ser um bom instrutor de nossa vulnerabilidade, ou incompetencia, pra lidar com certos temas, ou vivencias.

Tem gente que cai do cavalo, monta outra vez em seguida e vai embora.
Tem gente que cai do cavalo e passa a publicar até tratados de como cavalgar é perigoso, etc.

Vai saber? Cada um é cada um, e o que marca um, e fica como um redemoinho de ventos uivantes nas memórias de uns, para outros é apenas uma briza engraçada que parece trazer sons de fantasmas, também engraçados.

O segredo do registro das experiencias, esse, so voce sabe.
E se nao quiseres abrir a porta com a chave que retens, ninguem vai poder faze-lo. Isso é o que penso.
E, as vezes, optamos por criar mais e mais sotãos, pra nao abrir nunca, por que dá medo ter que encarar o que ali depositamos.
E tem gente, que vive arrumando os armarios externos até pra compensar um monte de outros guardados nos escaninhos das memórias internas, que estao criando poeira, no mínimo.

E quando a gente é apresentado a alguem, na maioria das vezes, nada sabemos das "bagagens"que essa pessoa traz, e muito menos se teremos condiçoes de um dia, fazer com ela, um novo armário, com escovas de dentes e tudo junto.

Viu só como a arte de conviver tem muito mais coisa do que se possa pensar?
Não é só curtir bons momentos felizes...tem todo esse arsenal de memórias, por que somos uma espécie que vive tambem de passado, mesmo que muitos digam que brasileiro nao tem memória.

Afogadas nos copos de cerveja ou de água, nao importa tanto, medos e mágoas, estao sempre sendo arquivados, queiramos ou não...
E eu até ja pensei de forma leviana: se os astrólogos, de forma geral, computam isso à Lua, se um dia implodissem esse satélite, adeus arquivos....

E sem memória, maculantes ou não, o que seríamos?

ja pensou sobre isso?

Tuesday, January 08, 2002

Amores de Verão

Só por que vivo o contraste do inverno, talvez, viajei no imaginário e vi o Rio de Janeiro. Quente. Ardente. Nem tantas brizas, e aquele sufoco no ar a bafejar expectativas entre a fumacinha do asfalto e aquela que evapora da areia e do mar.

Nessas horas é que aparecem , por circunstancias várias, todos os tipos de nudez. Corpos bronzeados, sensualidade exuberante, e a possibilidade a cada esquina de, num piscar de olhos, ceder-se à natural vulnerabilidade que traz os amores de verão.
Fruitos e furtivos como os saborosos sorvertes e as frutas maduras da época. Manga a escorrer pelos pulsos e cantos de bocas, sem falar em todos os tipos de prazeres exóticos, por causa de uma nudez imposta pela natureza.
O Eden se evidencia e o pecado nao mora ao lado, transita por todas as avenidas beira-mar.
E até nem é pecado, por que nao ha transgressoes, apenas vida e muita paixao e desejo no ar.

E vamos parar por aqui, afinal, estou de gorro, sueter, e imaginario é bom até a hora em que nosso real nos chama ao presente e grita:- olha o delírio, moça!

Vai me dizer que voce nunca viveu um amor de verão? Daquelas coisas que se valoriza o ato de ser solteiro, por principio, por momentos, mas que te arrebata de todas as fronteiras pesadas e te põe mais leve que o ar.
Até por que no verão o ar não é leve de jeito nenhum..Tudo queima. E a gente, pra nao sair do modelito, se refresca como pode e se a sustentável leveza do ser permitir, curte a mais efemera das estaçoes.
Mesmo com racionamento de energia. O que cá pra nós, é um total paradoxo.


Coisas da vida do Rio ou coisas de uma carioca em "quase exílio"...
Será que isso existe, hein?!

Monday, January 07, 2002

Finalmente...

Depois de longas horas de espera, consegui postar o texto escrito hoje cedo.
Tive ganas de fazer um link,pelo deleite do que pude ver hoje em Mulheres e Deusas, e nao podia falar nada.
Sensaçao de espera mais do que longa.
Mas Rosa, sabe da Deusa e da arte de se honrar a alma de uma mulher.
Confira :www.rosaleonor.blogspot.com
Sem contacto

Hoje nao tem blog. Depois de perder dois textos ainda tive que lidar com o longo tempo de uma pequena nota que dizia:

Sorry, publishing is temporarily unavaiable...

Coincindencia ou nao, todas as minhas possíveis comunicacoes hoje nao funcionaram.
Ja nao gosto muito de segundas-feiras...aliás, nao gosto e ponto.

Que os lunares e lunáticos me perdoem mas lundi, lunes, ou dia da lua, nao faz minha cabeça nem minha emoçao.
Buscando felicidade...


Alo! Aqui estoy sentada en la grama esperando lo autobus...

Me chama a faxineira do celular pra dizer isso, e assim, se foi o texto anterior sobre busca de felicidade.

Conexões que vem e vão num ritmo desconhecido e como um sopro levam uma fala, um texto, uma relaçao, uma vida...

E pensar que o ser humano basicamente busca estar feliz. Essa efemera coisinha que parece nos escapar sempre que achamos que a conseguimos...
Sim, a felicidade nao está nas vitrines, nem se expoe facilmente a toda hora.
Parece que gosta de brincar de esconde-esconde, e fazer surpresas..
Ha que se gostar de surpresas, na maioria das vezes, e se colocar disponível pra que ela chegue e nos toque e nos brinde com sua graça e leveza.
Sim, a felicidade é leve, e como dizia o poeta e "vive navegando pelo ar..voa tao leve e tem a vida breve, precisa que haja vento sem parar"...

Ora pipocas, se sabemos dessa quimera tao efemera, por que será que tantas pessoas insistem em afirmar que estao correndo atras de sua felicidade?
Mais uma nota pra por na minha lista de coisas que nao entendo.

Fico a olhar pra escassez de felicidade de alguns, e das migalhas da mesma, ou raras gotas que outros bebem e se contentam por tanto tempo.
Níveis de exigencia? zonas de conforto, padrao de consumo, seja la o que for, talvez buscar a felicidade seja apenas saber qual é nossa medida de contentamento.
O que realmente nos faz feliz e nos deixa em extase e por quanto tempo sustentamos isso.
Penso nas pessoas que buscam suas "adctions" (e morro de implicancia com essa palavra e seus derivados) , como forma de tentar sustentar a felicidade por alguns momentos de extase quimico, talvez.
Perda de medidas sempre a nos levar a sair pela porta dos fundos, as vezes sem direito a retorno.
Tanta coisa que nao sabemos ao brincarmos nos jardins das delicias, em nome de buscar a felicidade e de preencher esse espaço que "achamos"nos faz completos.
Voce sabe a medida de sua completude?
Onde está?
A minha, com certeza, nao tem a ver com a metade de uma laranja. Eu acho. E é horrivel quando a dúvida aparece e denuncia que pode nao ser nada disso.
Afinal, eu fico sempre feliz por coisas tao simples que falam direto ao meu coraçao e sao sempre tao inesperadas, talvez por que, ao que parece, tem muita gente correndo atras da felicidade e esquecendo de repente, que ela pode estar até no banco de espera...
Esperando que a gente se aquiete por um pouco e deixe que a pluma, leve como o ar, nos toque por um instante.

Sunday, January 06, 2002

embracing....

Não é sempre. Mas vez por outra sinto essa enorme e potente força que me abarca. Nesses momentos sinto que posso abraçar a tudo e todos. Num gesto profundo de aceitaçao total, vivo, com intensidade, a força real do amor.

Essa mansa e avassaladora presença que me acompanha e que, também vez por outra, permito que fale em mim, através de mim, por todos os poros e especialmente no olhar e na escuta.

Assim, trago pra casa- essa que realmente chamo meu lar- minha alma, todos que contemplo, toco, abraço, danço, ouço e entrelaço em momentos raros.
E todos, nem sabem que nessas pequenas fatias de ternura que por ora derramo, estou apenas praticando uma melodia:

Embracing You!

Enjoy it, if you can, and become immortal...

Friday, January 04, 2002

sonhar mais um sonho impossivel

Ha uma cançao que diz isso: sonhar mais um sonho impossível, lutar quando é fácil ceder, vencer o inimigo invencível, negar quando a regra é vender...

Descubro que meus sonhos estão sempre no lugar deles: sonhos.
E como tal são todos impossíveis. Quando passam a ser possíveis deixam de ser sonhos, passam a ser concretudes.
Sou uma sonhadora que se descobre brigando com as concretudes. Elas sao chatas, duras, requerem atençao continua e esse eterno processo de "tomar conta de"pra que continuem concretas e nao virem coisas efemeras.
Como as coisas materiais todas sao.
Ja pensou o trabalho que dá ficar regando tudo no mundo material? vigiar o saldo bancario, a kilometragem e manutençao do carro, o brilho dos dentes, e dos cabelos, o nível do colesterol, a limpesa e a ordem da casa, e o armário da cozinha pra ver se ainda tem café e sal, entre outras coisas.
Isso sem falar na lavanderia e na biblioteca.
Onde será que está aquele cd favorito que eu guardei aqui?
E assim la se vao horas e dias, noites sem sono e continua pre-ocupaçao com a felicidade- que de tao efemera se perdeu nesse tomar conta do dia-a-dia.
Juro que queria pegar quem inventou toda essa bobagem.
A gente sonha dormindo, e nao lembra da mensagem por que vem logo um telefonema lhe lembrar que tem algo pra "tomar conta"no mundo concreto.
E concluir que nao dá pra ser apenas uma sonhadora é dose.
Dose de desistencia, por que os sonhos de tao volateis desaparecem até na hora em que vamos falar deles. Sim por que somente po-los no papel, ja fazem com que desapareçam, passam pra dimensao do concreto.
E saber que nossa existencia é este istmo entre o sonho e o concreto. Criaturas com desejos de criadores e frageis mortais sustentadores dos proprios desejos.
Assim, inventamos a paixão, construimos castelos inimaginaveis de quereres, so pra daqui a pouco, quase sempre, descobrirmos que fabricamos ilusões, e so por que nao queremos admitir que é verdade, nos tornamos doentes.
Doentes de medo, de dor, de sofrer por nao poder ver que nossos sonhos sao por si só, oníricos.
E nós, dentro dessa prisão incólome, a nos achar os reis das cocadas todas, pra dizer que estamos vivendo e que felicidade é nossa meta, hoje e sempre.
E inventamos qualquer brinquedo pra nos distrair da descoberta fatal:- sonhar é de outro mundo, não do concreto.
E assim, descubro que minhas criaçoes, sao melhores que minhas criaturas.
E quem foi que disse que Deus, não sabe disso?
Pra provar o contrario, até inventamos a arte e a ciencia, e as colocamos em antagonicos pontos, pra ficarmos balançando de um lado para o outro, criando disputas inúteis por que tambem efemeras e ilusórias. Coisas pra passar o tempo, que vai passar de qualquer forma, independente do nosso testemunho.
Ou será que o tempo só existe por que nós o documentamos e lhe damos importancia?
Fica a resposta por conta dos historiadores que adoram recortar fatos e suas datas em ordem cronológica.
Eu continuarei a ficar com a cançao girando em minha cabeça.
E voce?

Thursday, January 03, 2002

what is new?

Dizem que o ano é novo. E talvez por isso, todas as coisas tambem passariam a ser novas. As caras, os alôs, as contas, as cartas no correio, tudo novo, tudo dentro do principio que regula vida nova.

Ah, ai sim eu diria que estaria estreiando um ano novo.

Além do calendário novo, que nao troquei ainda, o que de fato parece novo? Minha respiraçao, por exemplo está mudada. Passou a ter um funga-funga novo que nao tinha: peguei um flu.
Minha cara, bem nao posso dizer que estou com a cara de ontem, por que não é verdade, estou com cara do ano passado.
Planos? mas que planos? alem de querer dormir e restar como bela adormecida ( coisa da gripe e seus adendos) nao tem nenhum duende aqui ao lado pra me fazer companhia.

E ainda tenho que ler que publicaram um anúncio na Argentina oferecendo um emprego pra Presidente. Todos os cinco que se candidataram em uma semana, pediram demissao logo em seguida.
Ah, isso sim é novo!
Alem do mais nao vi a cara do Euro-dolar. A moeda que veio pra desbancar a unidade monetaria isolada de cada pais e mostrar que está mais do que na hora de tomarmos coragem pra nos unificar de vez e acabar com essas diferenças cambiais, no mínimo.

Finalmente minha previsão feita em 1991 aconteceu...

Será que ouso fazer mais algumas? Hummmm, o veu de Avalon está suspenso e sinto que a Deusa nao me deixa falar muito. Apenas me revela alguns segredos e visões, ainda não compartilháveis.
Portanto, aquietem-se eu nao posso trair a grande mãe.
Rezem pra que ela permite que eu fale....

Tuesday, January 01, 2002

2002...pálido-dr-ômico!!!

Pra mim foi assim..uma passagem pálida. Resfriada, precisando de um Dr...alguns telefonemas de saudaçoes e eu sentindo a euforia daquela beberragem pra gripe que havia tomado.
Cheers! Parece que bebi uma garrafa de champagne. Sem beijo na boca, sem desejos, sem projeçoes, sem cores...
Mal ouvia o som de alguns torpedos ou fogos de artifício, à distancia. E bota distancia..
A surdez temporaria me fazia nem pensar, siquer lembrar que havia uma passagem de ano.
Mas que ano que passou?
Eu nem vi. Foi tanto atropelo, tanta correria, tanto cansaço e confusão, que nem percebi.
Só hoje, quando ainda tonta, passei pela portaria e o "doorman"me disse:- Happy new year!

E eu levei um susto. E veio um aha!! Ano novo!!
Acho que ai sim acordei e me dei conta. E por falar em conta, é preciso lembrar pra escrever os cheques com outro final.Dois. Gosto desse número e gosto da soma dos dois.
Deve ser por isso que devo ter vindo pra terra num dia quatro.
E quem é que está interessado nisso? Quantas milhares de pessoas de fato vão se ligar na possivel magia de um ano como esse tão único?!

No ano dois mil e dois...contar-se-á um dia, pelo menos, a Europa começou a circular sua nova moeda.
Tambem gosto disso. Sinto o cheiro de um marco histórico, mesmo que a Argentina nao consiga alguem pra por na Casa Rosada que parece querer mudar de cor...
Sinto a presença de sinais de novos tempos, nem que seja pra começar uma outra forma de flexionar as fronteiras, todas elas, pois ja chega de tanta rigidez nesses impávidos colossos por ai.

Fico com a suave e terna forma como meu ano começou: ssssssszzzzzzzzz!