Friday, November 30, 2001

Pra que te quero?

Descubro que meus olhos sao pequenos demais pra imensa tarefa de chorar toda a dor do mundo que conecto nesse instante.
Minha alma, que nao é pequena, talvez por susto, escolheu uma janela pequenina em meu rosto, pra que ela nao ficasse ávida de sonhar e contemplar em demasia.
E ainda assim, nao dou conta de processar todo esse pranto que me avassala , impiedoso e bruto.
Pranto, pra que te quero senao pra liberar toda a dor que minha alma grita nao poder mais?!
Preciso de novas janelas. Essas estao embaçadas, sempre gotejantes quando nao, oceanicas, cheias de fog a turvar as proprias lentes aderidas pra focar pequenas letras.
Percebo é claro, que o lince que um dia habitava minha visao, emigrou-se pra distantes Áfricas. Terras distantes e selvagens onde o estar atento nao é disgusting, é apenas natural.
Dor, Dolores, em todas as linguas, deixem meu coraçao em paz. Ja nao tenho mais a inocencia de outrora e ja fui contaminada pela arte de desesperar: nada mais espero senao o encontro marcado desde que aqui cheguei à forceps.

Aaaatchimmm!

Oh, céus!! Essa tonteira nesses últimos dias a denunciar todas as tonterias de meus tempos...
Ontem fui acabar na farmácia, checar a pressão sanguinea. Ando cabaleando bebada pelos cantos, sem nada beber. Ha "drogas"demais no ar, talvez, em todas as noticias que entorpecem meu sistema neurologico- frágil, coluna exposta, nuca sempre invadida.
A mente, em slow-motion, é claro, a varrer todos os arquivos em busca de uma explicaçao, como se isso resultace em algo mutante e eficaz.
Qual nada!
Sim, tirei a pressão. Meu coraçao está convergente. Sistole e diástole- nomes de respeito- resolvem marcar um encontro intimo, e nesse, eu danço, sem música a tocar, sem salao de festas, apenas a sentir o entumescimento na nuca a apimentar todas as meninges de meu cérebro que ainda denuncia um tick-tack quase silencioso: ha uma boba relogio dentro de minha hipófise.

Quem disse que terrorismo é no Taliban? Taliban é aqui, dentro de nossos coraçoes, ávidos por encontros reais e simples, de preferencia, respeitando as fronteiras de suas própias camaras, reserva espacial imperiosa pra que possamos ritimar com a Terra: tic-tack, sem blows-up!

Sim, conheço a morte de perto, ela é sedutora e elegante e vem sempre num convite quase irrecusável te envolvendo como uma doce e fatal paixao, e quando blinkares, estás a dançar num salao onde so os que a olharam nos olhos e nao recusaram seu convite, estao a bailar.

Saúde!

Thursday, November 29, 2001

Fate

Pois é...e a traduçao disso em ingles é destino. Que desdobradamente dá =sem rumo. Eu acho engraçado.
Em nome do destino, desse estado de "sei-la-o-que" inventamos os oráculos modernos: dezenas de leituras diversas, de cartas de tarot, a cartas astrologicas, a borras de cha ou café. So pra nos dar uma pequena corda, ou as vezes uma linha, de que estamos ligados a um rumo, a um fate.
Buscamos o que mesmo?
Sabemos, mas nao incorporamos, que viajamos todos numa imensa bola azul, solta no espaço sideral, rumo a um ponto desconhecido, mas aqui, dentro de latitudes e longitudes marcadas nos mapas, tempos que "saber pra onde vamos e onde estamos, no mínimo".
E ainda ousamos muitas vezes dizer:- Sabes com quem estás falando? Como se quem dissesse isso, de fato, tivesse toda a certeza de seu proprio rumo ou poder.
Que sina! outra expressao que usamos de vez em quando so pra salientar que o "destino de alguem é fatal".
Gente! quanta presunçao se nem sabemos quem comanda a nave onde hoje dizemos estar!

E, continuamos, bebados de nos mesmos, a brigar por votos, candidatos a representaçoes diversas, títulos de propriedade, entre outros, numa tentativa Sísifica de justificarmos o nada...
Quanta energia envolvida na busca de nossa propria identidade como espécie, ou como senhores de qualquer coisa.
As vezes penso que continuamos em exodo e nos recusamos terminantemente a aceitar isso. E nos agarramos com forças mais poderosas que a gravidade ao proprio conceito de "terrenos "quiça terráquios, se admitissimos de fato que nao estamos sós.
Mas não. É esse vão combate em busca de algo que a Terra e as leis que criamos pra domina-la nao pode nos ofertar.
É preciso transcender o apego e olharmos displicentemente pras estrelas e contemplar simplesmente de onde viemos e onde navegamos, num voo silencioso quase fatal.

E la nave va....

Wednesday, November 28, 2001

Inter-rupções!

Odeio isso. Sério? rupturas...interrupções...quebra de continuidade...Essa "coisa"que gera oralidade, carencia, ira, abandono, desconforto diverso e converso...
In-vasão...talvez nao goste das coisas que venham com o prefixo in, talvez revele que sou vulnerável ao outro que chega devastando minha relaçao comigo, sem critério.
Espaço pra autoridades. Aqueles que "roubam seu desejo"e faturam em cima e ainda ganham de quebra sua procuraçao pra continuar agindo em nome do seu bem...
Quem são? quem os nomeia?
Que direitos devoram pra sutilmente ou não, atravessarem sua conversa, sua leitura, seu sono, sua criaçao, sua intimidade com a propria alma?
Gosto da palavra bounderies. Soa melhor do que fronteira. Tem uma sonoridade que parece compor onde nos tocaríamos, se assim escolhessemos.
E tem gente que nem sabe que tem bounderies, nao reconhecem, nem a si, que dirá a outrem...
Será que dai advem a barbarie, a grosseria, o desfiar de tramas delicadas que constituem qualquer unidade e todas suas sutilezas?
E o invasor e interruptor sabem disso?
Nao gosto de ficar com essa dúvida.
Batem na minha porta...e não é uma batida sutil . Nao estou esperando ninguem. Nem assim os invasores se retem. Faz parte deles a interrupçao sem aviso prévio.
Acho que por isso nao gosto de surpresas. Elas sao primas próximas das interrupcoes.
E qualquer parentesco é sempre suspeito.

Não concorda? Então voce faz parte do grupo que desculpa laços de familia e passa por cima de sua relaçao consigo mesmo e até parece se encantar mais com esses links do que com os seus proprios botões...

Tá bom...

Morde aqui pra ver se sai coca-cola?!


OM!!!!

Nada como um poderoso mantra pra nos dar a sensaçao de plenitude...
Buscas externas, diurnas, a tradicional jornada, continuam a trazer a ilusão proporcionada pelo sol.
E como diz o Eclesiastes- nao ha nada de novo sob o sol.
Sonho com esse planeta em melhores relaçoes, do que essas que os humanos parecem curtir como boas ou dignas.
Os mesmos medos, as mesmas hipocrisias, as mesmas ignorancias sustentadas por sistemas diversos de controles e condutas.
Vi, acho que num filme, um cardeal explicando que a finalidade das religioes é dizer as pessoas como elas devem se comportar e em que acreditar.
E parece que é assim com qualquer formal organizacao em torno do "bem comum".
De "condominios"a Constituiçoes maiores, tudo gira em torno da sustentaçao do "império", seja ele economico ou ecumenico, com seus impostos diversos e com todos cegamente dizendo amen, por medo de ser diferente, ou mesmo ousar ver diferente.
Uma pequena mudança na percepçao. Uma pequena possibilidade de sonhar diferente. Uma pequena vontade expressa sem medo de mudar, de viver mais abertos, de se olhar nos olhos dos outros com brilho e simplicidade, um pequeno gesto genuino que nao seja moldado pela encolha de "como fazer pra agradar e ser aceito"...
Um som unissono que nos remete a quem de fato somos, nao o que fingimos ser pra ter espaço, poder, cartas na manga, e todas essas firulas em nome de estamos nos dando bem...
Que esse mantra de agora, possa ressoar em voce que le e tocar sua essencia e lhe fazer vibrar na vida e por ela!

OMMMMMMMMMMM!

Monday, November 26, 2001

De volta à casa

Esse o título de minha tese de healer. Sabíamos que na jornada de healer, uma tese é um "statment of life".
E escrevi assim, livremente, do coraçao, ou da alma, usando a mente apenas como tradutora de um mundo que se revelaria ali naquelas páginas.
Ontem tive a confirmaçao bizarra e profunda disso lendo o capitúlo nove de Mulheres que correm com os lobos.
La, nesse capítulo que se chama: A volta ao lar: O retorno ao próprio Self, revi meu "statment of life".
Foi no ano que me formei, que a tese foi publicada, que minha mae se foi.
E foi nesse mesmo tempo que comecei a voltar pra casa, sem saber de fato, que toda minha "life-time"tem sido isso.
Uma grande tarefa.E, hoje, pela manha, depois de uma noite insone et por cause, constato que minha nakedness é o testemunho necessario de minha alma- sempre a me convidar pra intimidade, desde que me sussurrou ha anos, diante do espelho:- Por que me olha e nao me convida
pra dançar?..
Hoje suspiro, aliviada, ao saber que estou voltando pra casa e ja começo a vislumbrar como é essa morada. Requinte puro, deleite genuino vivente nos detalhes, pequena nuance intensamente propria pra quem ja nasceu na égide de Virgem.
Agora sei que todos meus anseios e todos os poemas e todas as minhas formas de amar- exuberante como a propria natureza, sao apenas bolinhas de sabao, leves e transparentes , contendo em seus reflexos a beleza e as imagens do todo à sua volta.

Bolinhas de sabão-- gestos inocentes da criança que as faz e so ela sabe o que significa, sem saber ao certo. E assim, na efemera passagem de uma vida, num sopro a gerar dezenas de bolinhas levadas pelo vento, sigo, com essa alma que me conta com voz rouca, que a vida, por aqui é apenas isso.
E nisso o segredo de tudo.

Saturday, November 24, 2001

Coisas que nao entendo

Os ricos no mundo. Como se fizeram, e como se mantem?
Os pobres no mundo. Por que tantos e quase inumeráveis?
Como se multiplica a pobresa?
Que endeusamento tem esse sistema politico que continua preservando essa divisao?
- O que é um politico? Qual seria a oculta relacao com a corrupcao- e o que seria isso- se todos trabalhando pra sustentar a divisao entre pobres e ricos, insistem em fabricar discursos e promessas pra atacar a divisao entre pobres e ricos.
No entanto, nunca logram o que prometem…
- Nao entendo o poder oculto que parece governar nosso destino de sobrevivencia..
Nao entendo por que tanta gente precisando trabalhar duro pra ter o direito de pagar suas contas, com tanta riquesa acumulada, guardada e protegida de toda forma, so pra sustentar a diletancia de alguns. Nao entendo esse sistema massivamente cheio de luxurias, expandindo desnecessarias necessidades criadas apenas pra sustentar a cobiça, a impotencia, a ignorancia, gerando nada de fato que liberte e valorize cada um.
- Como posso pensar sobre essas coisas e me manter afastada o suficiente pra perceber toda essa madness?
- E continuo abismada diante de "fatos"que a vida descortina em minha frente- gente que guarda em casa o suficiente pra alimentar toda uma naçao- essa mesma gente que investe nos politicos- que ai estao pra perpetuar essa saga diabolica.
- Nao entendo os caminhos de renuncia que temos que trilhar, pra conseguir uma migalha de live water, quando nao temos siquer uma fagulha de discernimento plantado em nossos cerebros pra ver com mais perspectiva o que de fato se passa nesse cenario multiplicador de doenças e dores.
- E nao entendo todas as dores e doenças que assolam essa espécie, necessitada de dicernimento pra sair da escuridao onde se encontra.
- E parece que essa massiva opressao se perpetua por que a ignorancia, a maior das ilusoes mantidas à custa de "eu quero ser feliz", não perdoa seus filhos, todos carentes da bençao inicial que lhes falta.
Felicidade nada tem a ver com prazer imediato, nem com a obsessiva busca de sair da dor que nos assola e nos mantem miseravelmente sos e sem poder até nos comunicar de fato uns com os outros.

- Sim, estou cheia de pontos de interrogacao e nada mais por enquanto.
- E os sustentadores de toda essa guerra invisivel continuam por ai, a fazer com mais sofisticacao suas magicas, a enganar milhares de embotados que compram qualquer sonho de felicidade, e todos seus discursos e propagandas.

Thursday, November 22, 2001

vanitas, vanitatis

Que sabemos de nossas vaidades? onde ardem nossas fogueiras vãs?
Tenho sentido muito o vazio de tantos e o desespero de cobrir essa vazio a qualquer preço, de qualquer forma, como se isso fosse de fato um enorme incomodo.
Se somos feitos de poeira estelar e total vazio, por que brigar e reagir a isso?
Ah, nossos egos carentes de importancia e reconhecimento!!
Que feitos acreditamos precisamos praticar pra conseguir nos aceitar apenas?
Por isso tanto investimento na intolerancia- a oculta arte de nao aceitar que as diferenças acontecem apenas nas aparencias- a ornar com enfeites tolos o que só o ego aprecia como alimento:
O orgulho inflavel que nutre todas a vaidades e todos seus fogos ilusórios.

E o que a "descoberta"de que esse fogo é falso traz de irritabilidade e desejos mórbidos!

E disso, se compõe todo e qualquer inferno, espaço ardente que consome o vazio da verdade cruel:
somos pó e comemos pó e ousamos negar isso pra nós mesmos nos dando mais importancia do que de fato temos, ao ser, simplesmente, nús e sem vergonha de vivermos sem adornos.

Wednesday, November 21, 2001

thanks

Eu não sei por que o Peru virou prato de Thanks...Eu nada sei sobre thanks without given..

Aqui,por onde vivo ( ou administro minhas tolerancias) fazem uma "festa"regada a peru e gravy..também estranho por que é o som de túmulo, pra mim, embora goste do gosto daquele molhinho bobo.
Mas eu sou de fácil paladar.Gostar é um verbo que pratico com certa frequencia e isso pra mim, por si só, é motivo de graça. E dou graças todos os dias, até por ter sete sentidos, por ser gata com sete vidas, sem saber ao certo em que vida estou.
Por todas as contradiçoes, de pouca expressao, e por todas as possiveis chances de rir, simplesmente, sem que nem porque.
Ah, isso sim é minha definiçao de graça!
Afinal, por que peru morre de véspera ( e isso é outra coisa que também não entendo) dou thanks given ( redundantemente) na véspera.
O que não agradecer? o que recebi sem pedir?
Virgem, sou um poço de recepçao e tudo vem em abundancia, sem o menor respeito pelo que peço.
Por isso, ja desisti de pedir- implica em selecionar um conceito de preferencia e isso é minha própria trajetória.
Estou aqui pra aprender a selecionar, e mal consigo olhar todas as ofertas. São todas como a natureza: abundante e per si, exagerada!
Me contento em me incluir,as vezes, nela, e agradecer quase em silencio e pedir apenas pra ter o direito de ser grata, hoje, amanha, todos os dias.
Não seria esse o recitar da Ave Maria?
Eu acho que sim.

Monday, November 19, 2001

shanabu

ë o nome em japones pra paciencia. A arte de cultuar a paz. parece que o ocidente acredita que cultiva a paz fazendo guerra e 'brigando e matando"pra defender os seus.
A historia de hoje mostra um pais sendo destruido, por conta de um grupo que bombardeou a cidade de NY.
Quem se acha no direito de fazer o outro pagar, nao mede consequencias pra punir os "culpados" e a lei de talião continua seguindo seu curso com livre aceitaçao em todos os olhares e bocas ávidos de vingaça e sangue.

Venho me despedindo da paz, entre as pessoas. As drogas, tomaram conta de todas as naçoes e suas consequencias, mais devastadores do que qualquer outra guerra visivel, impede que muitos vejam onde anda sua ausencia de paz e assim, fica mais fácil, encontrar algum bode expiatório, pra justificar tanto desvio da paz.
E tudo em nome da Paz e de Deus!
E os animos se acirram mais velozmente, por que a in-segurança velada, nao quer dar espaço pra verdade maior e aterradora: estamos aterrados numa terra onde se desviou valores vitais e se briga pra sobreviver com luxúria e chama-se a isso liberdade de escolha.

Desmesuradamente ninguem quer sacrificar sua cota de luxo em nome de "eu mereço o melhor"e quero ser feliz. E com isso, vamos devastando campos e desertificando mais a natureza em todas as suas manifestaçoes.
As relaçoes se sustentam pelas discórdias, e a fugaz administracao de controles de territorios e deveres, como símbolo de liberdade de escolher.
Quantos apegos e quantos erros decorrentes dessa opçao!
Quando é que se vai parar pra se ver nossas açoes desenfreadas pela cegueira de qualquer paixao, como direito de viver?
Não gosto do que sinto, do que vejo, do que pre-vejo, e sou intimada, mais do que nunca a exercer com compaixao toda tolerancia possivel pra nao perder a virtude de shanabu.


The eye of the beholder

Eu te vejo sumir por ai....
te avisei que a cidade era um vao , da tua mao .Olha pra mim ..
Nao faz assim...nao vai la nao...

os letreiros a ti colorir embaraçam a minha visao
eu te vi suspirar de aflicao e sair da sessao
frouxa de rir
Ja te vejo brincado gostando de ser
tua sombra a se multiplicar
nos teus olhos tb posso ver
as vitrines te vendo passar
na galeria

Cada clarao é como um dia depois de outro dia
abrindo o salao
Passas em exposicao
passas sem ver seu vigia
que apanha a poesia que entornas no chao...


Quem foi que disse que Chico nao é O beholder?
ser brasileiro

Tenho ouvido sobre o patriotismo dos Americanos. Ainda ha pouco desliguei a TV por que suportava mal a fala do Presidente a discursar sobre segurança e a nova lei de "trafico aéreo"ou coisa assim.
Ja nao vivo mais. Administro minhas tolerancias. Sei que dependo dos quatro elementos e sei que cada vez menos tenho controle sobre isso. Aliás, qualquer um de nós. Mas considerando que as pessoas nao se relacionam, ou fagocitam ou competem umas com as outras pra ganhar a qualquer preço, nem que seja a discussão, e que como ja disse, administro internamente minha arte de tolerar, por que sei la dentro que o territorio é o mesmo. E esse é inexplorado e irreconhecível por que ainda mapeamos os terrenos exteriores. Propriedades diversas, mesmo que seja o sexo ou o corpo do outro.
A nossa propriedade ou o que poderia ser isso fica na definiçao generica de patria, sua produçao, sua cultura.
E quando digo que sou brasileira, querem saber se sou do Rio de Janeiro e se a cidade ainda é cara e violenta.
Agora, papo sobre música brasileira acontece sempre assim: Vc tem que me ensinar a dançar samba.
Na verdade, sinto o arrepio por todo o corpo a identificar vampiros por toda volta.
Sou brasileira por que nasci no Rio e danço samba?
uau! E pensar que estudei geografia por tanto tempo... e ter que olhar que o lugar onde nasci ainda é ponto de identidade, mesmo que nada meu esteja la, alem de muitas memorias..

Não tem jeito. socializar implica que vc tenha um pais, um time de futebol, um gosto de comida, um toque de mãos, uma visao que reconhece tais artistas e dominio musical qualquer...
E sei que os sentidos fisicos nada socializam, nem me faz ser brasileira, coisa alguma. Um teclado a mais pra ser digitado e dar códigos a qualquer vibraçao.
Meu territorio é virgem, minha patria nao descoberta, e nenhum aventureiro ousou cruzar as fronteiras de sua propria "segurança"pra avançar nessas terras sem dominio: Meu Brazil!
discrepancias

Descobri nessa madrugada que tenho quatro sentidos localizados na cabeça. Olhos cansados de tanto captar símbolos de todas as ordens e a carregar meu hird drive mais do que tudo...
Ouvidos que se sentem mais alerta so por que captam o som do silencio.
Olfato, apenas a sentir o cheiro perfumado da fronha verde, e a buscar outros cheiros na memoria ram...
E o paladar digerindo ainda o gosto de algo que ja nem decodifico mais de tao distante foi a última refeiçao.
Enquanto isso, as maos ávidas pulsam e com elas todo esse enorme continente de corpo coberto de pele e pelo, sem nomear qualquer sentido, e o grito alerta la atras:

Detesto que me toquem!

Ja tenho vulnerabilidade demais em todas as costas, coluna esposta, sistema nervoso disponivel a qualquer olhar, a qualquer desejo invasivo, a qualquer sniff querendo mergulhar em meu cangote.
Sim, todos os sentidos se apagam à noite, e so ai, quem sou de fato aparece, quando eles se desligam, eu apareço como sou.
E quem sabe disso ?
Eu.
Ainda bem que comigo nao me desavenho...
E tenho que concordar com Sartre: - "O inferno é o outro"...

Saturday, November 17, 2001

bla,bla,blog...

Tenho um amigo, dono de web page, que nao sabia o que era blog...E, a essa altura, tendo que explicar- bla, bla, bla...
Dá o que pensar. Toda essa pulverização internauta, tudo tao meteórico, que passei de relance sobre o cosmo de hoje e nem dei tanta bola assim pra chuva de meteoros- reais, que será um espetáculo nos céus por essas noites.
Oh, céus!
Claro, por que estou no sul da Flórida, fui logo ver os pontos possiveis de visibilidade a olho nu...
Primeira cidade mais fácil, não podia deixar de ser, Santa Fé, la no Novo México.
E eu aqui, nessa Miami, sem montanhas, que brinda dias azuis e friozinho num inverno que promete rigor pra esse ano.
No meu displacement, que ja se torna quase cronico, me lembro que tambem sou produtora de estrelinhas e colaboro pra essa chuva meteórica blogal no espaço internauta.
Que pobresa!!! Alem de nao navegar pelas estrelas, literalmente, ainda nao posso me bilocar e estar no deserto de Santa Fe, na noite de hoje.
E tem gente que gosta de estar aterrado na sua localidade...
Fazer o que? Isso sim, é o que chamo de impotencia. E, me vem com esse papo de liberdade, democracia, conquistar sonhos, sei la mais o que...
Tudo bla, bla bla...
Eu continuo acordando no mesmo lugar e tenho que fazer todo esforço anti-gravitacional, no minimo, pra poder me deslocar. Isso sem falar, que tudo isso envolve o poder que o mundo capitalista plotou como básico, dinheiro...

Estamos numa grande ilha, cercados de compras e vendas e preços por todos os lados, tentando nadar pra nao morrer na praia e achando que estamos vivendo. Sim, até por que se quero ver uma simples chuva de meteoros, tenho que pagar entrada no parque.
E bla, bla bla...
Então, blog.

Thursday, November 15, 2001

É minha vez...
((((((((((((((((((((hahahahahaha!)))))))))))))))))))))))
Amigos

Hoje esbarro com essa palavrinha. O que significa? A quem chamaria de amigo? Considerando que tudo que se vive fica registrado no livro da vida, poderia dizer que esse adjetivo fica bem restrito. Aqueles com quem passo bons momentos? Mas e dai? Afinal o conceito de bom pode variar bastante...
Vem e volta tantas vezes, de acordo com a avaliacao do meu sistema de crenças. Sistema esse que anda tambem variando suas proprias qualificaçoes.
Quem passa no buraco da agulha?
E o que fica ?
Se sei que todos os momentos sao bons, por que todos parecem ser únicos, onde, de fato, digo, fulano é meu amigo e la dentro de mim isso ressoa com sincera verdade?
Fica pro silencio, com certeza, nada publicável ou descritível nas palavras de um blog.
São tantas as possibilidades, e tantos angulos de avaliaçao, que prefiro escolher esse:- aquele que passo um bom momento.
E mesmo que a memória seletiva descarte tantas hipóteses, sei, por que sei, que minha alma tem outros critérios, nem sempre compartilhaveis no mesmo diapasão, com os outros.

E será que eles consideram o que? como saber? o adjetivo tem dessas coisas. Ele é muito pessoal e parece que não se consegue mesmo dividi-lo em partes iguais. Ou não?

Amigos? como sabe-los se nao pelos bons momentos compartilhados?...sim, naquela vivencia, que foi boa, alguem dividiu comigo um instante.
E isso não é maravilhoso?

Então? e como sei que passo a maior parte das vivencias comigo mesma, me elejo minha melhor amiga.
E ai de quem nao ache! problema dele....hehehehe!

Wednesday, November 14, 2001

Intimacy


Vc ja viu um deserto à noite? –


Deitados sob a esplendorosa lua cheia, sentindo a brisa do mar e procurando algumas estrelas cadentes, que nao vinham, ela pergunta a ele distraidamente, que responde com simplicidade, ao mesmo tempo que buscando como poderia ser tal experiencia:
- Nao! E como foi essa sua experiencia?

- Humm, foi em Santa Fé- onde fui passar meu aniversario…humm, suspira de novo, afinal estavam celebrando sua noite de aniversario.
E o voo na memoria a transportou para outro ano, outra busca de estrelas cadentes, dessa vez, sem pensar que na verdade, em todas as jornadas, perseguia o mesmo tema: intimidade.

A proximidade com as estrelas tornou-se um must, a busca de significado do ceu, uma profissao, e o simples restar nas areias, tendo a terra como berço e o ceu como teto, se tornara seu mantra predileto.

Uma necessidade maior de se sentir livre, estando assim, entregue à terra e à sombra azulada, contrastando com o negro das folhas que à luz da lua, revela outra vida: a verdade interna de quem contempla e usufrui do silencio na natureza.

- E aí? O que se passou em Santa Fé? Pergunta ele curioso, uma vez que não podia mergulhar em todos os pensamentos e memorias dela.
-Bem, responde ela, voltando ao presente pensamento invocado por ele, é uma longa historia que pode se fazer curta.
Começou com o estranho fato de eu sentir que conhecia a cidade quando, dirigindo, reconheci a entrada principal. A principio apenas notei o sentimento de "voltar a casa".
Depois, quando comecei a ver mais detalhadamente as casas, o estilo de arquitetura, me veio a certeza de ja ter vivido ali. Seria um sonho? Como? Eu sabia que jamais havia estado em Santa Fé. E assim foi seguindo esse pressentimento- misto de estranheza e curiosidade com um aguçado desejo de mergulhar no que se revelava: eu estava em casa.

Se fazia entardecer e aquele por do sol era mais especial do que todos os outros. Por que eu faria anos? Nao sei hoje responder. Apenas sei que minha reverencia àquele ceu magnifico, onde as estrelas vem ao nosso encontro e parece querer tocar nossas cabeças, me fazia mais intima comigo mesma e com o que chamo de Lar.

O sentimento continuava intenso em meu coracao que parecia bater em outro ritmo, como a querer me contar outra historia, uma dessas coisas que ja sabemos e ainda assim queremos ouvir mais uma vez.
Estava cansada da longa viagem de aviao mais o excitamento de dirigir rumo a esse notavel encontro comigo mesma em outros tempos.
Olhei a noite no deserto, da janela do hotel e suspirei aliviada, aguardando o dia que seria um dos mais marcantes de minha vida.

Logo pela manha, aniversariando e sentindo tudo mais vivo do que jamais poderia ser, caminhei pela rua principal em direcao à Catedral de Sao Francisco. Sempre tive uma enorme simpatia e devocao por esse homem e foi um presente saber que ele era o padroeiro da cidade e que a Igreja teria sido construida pelos nativos.
Mais uma vez, a estreita intimidade com tudo isso me fazia caminhar como quem estivesse na lua. Mal podia sentir os proprios pes no chao. Era leve demais de tanta felicidade.
Subitamente fui paralisada por um olhar que me vazava a leveza. Um olhar doce e profundo que me sinalizava ainda um outro conto, outro capitulo de minha propria historia desconhecida.

Era uma india local. Pele macia, longos cabelos negros, roupas que a identificavam como alguem de sua tribo- couro, tons de turquesa, franjas, mais que isso, um sonho na cabeça de minha menina que muitas vezes se viu vestida assim.
Estava sentada com sua banquinha de joias de prata e turquesa e me olhava extasiada. Parei diante dela e sorri, olhando pras peças virtualmente dispostas à venda. E ela, ainda me fitando, pegou um par de brincos, estendendo o braço num gesto simples e nobre. E ao coloca-los na palma de minha mao disse-me:

- Tome-os. É um presente pra voce. Venha nos visitar. E fechou delicadamente minha mao sobre os brincos como a dizer: nao diga nao.
Senti uma energia quente que me percorreu todo o corpo e reconheci um gesto antigo de solidariedade e profunda intimidade que revelava a natureza de minha alma viajante à busca de encontros.

As lagrimas brotaram, confirmando o sinal do toque profundo e com um olhar e um sussurro de agradecimento lhe deixei claro que scumpriria o que ali havia selado.

Naquela noite, ao contemplar o ceu de Santa Fe, soube o segredo da intimidade das estrelas e do vento daquele deserto. Onde se tem o encontro com a raiz, a alma conta em voz calma e doce que a intimidade passa pela entrega da integridade e da certeza de nao negar o que foi revelado.

O deserto à noite lhe poe nu. No seu silencio e na total opressão de tanta grandeza revela quem voce é. Um grao de areia que compoe a imensidao de todas as dunas, e de todo o cosmo. E nessa porcao infinitamente infima se tornas grande por se fundires com o criador que se revela em toda a beleza de uma noite plena de estrelas e um silencio onde so Ele fala a voce:

Feliz aniversario!

Monday, November 12, 2001


MULHERES!!!!

O que seria de
nós agora se os Talibans envadissem todo o ocidente e tivéssemos todas as
mulheres do mundo de usar a burka? Pois assim parece que aconteceu antes da
nossa era quando sacerdotes guerreiros impuseram os seus deuses machos e os
templos da Grande Mãe foram saqueados e o poder e imagem sagrada da mulher
destruido e ela própria dividida em duas, quase como escravas uma submetida
ao bordel e a outra ao marido: aí começou o pesadelo da propriedade privada
e do estado... E esses homens bárbaros vindos das Estepes... impuseram os
seus deuses de guerra à força, e assim metade da humanidade passou a
dominar a outra metade, as mulheres por princípio inferiores e essa questão
nunca foi vista posteriormente ao longo dos séculos por nenhum sistema
político, filosofia ou mesmo psicologia, à parte Yung . É nesta linha que
aparece Zeus engolindo Métis e parir uma filha da sua própria cabeça, se é
que há uma ordem temporal nisto. Uma vez que nesta história as mulheres
não entram e quando entram é por esforço e não naturalmente o que acontece
ainda nos nossos dias embora os conceitos e tradições estejam diluidas em
aparentes liberdades e aí é que está o problema : a mulher supostamente
livre não sabe a sua história e quer ser igual ao homem e não é esse o
caminho para a mulher Total.


(Rosa Leonor)- de Portugal, me mandou esse texto que me deixou a "pensaire" sobre as divas e suas di-visoes, em todas as paisagens desse planeta. Nao pude deixar de recordar do mito do cavaleiro e de como as "princesas em seus solariuns"se derretem pela possibilidade de serem consquistadas pelas espadas, sem saber ao certo, que historia lhes precede tal enredo e, por conseguinte, que destino.

Enquanto isso, a Deusa que mora em minha alma, clama por um espaço que nao encontro siquer nas poesias.
O mundo das TVs a cabo, invade todos os dígitos com suas conquistas e vendas de todas as naturezas, especialmente essa que tapa nossos olhos e bloqueia a expressao de nossa alma- janela onde um dia a Deusa gostava de debruçar e suspirar...

E eu fico tonta na dança de todo esse feminino abundante dividido em sua essencia pra ceder poder ao guerreiro devastador que ainda habita nossos tempos e templos.
Como saber de mim se nao me vejo fletida no olhar do amante que me drena?
Como me conhecer se preciso avida dessa referencia como identidade?
O que posso dizer que sou, sem saber sentir siquer se estou sendo eu mesma, num mundo onde as guerras de todas as ordens sao o tema dos palcos e todos os spots?
Nem siquer gosto de competiçoes por que elas me amargam os sentindos e me embriagam me deixando fora de mim: ausencia da Deusa que me compoem a essencia . Virgem que ostento até no signo, tao mal visto e recebido até nos horoscopos que tambem se tornaram masculinamente competitivos:
tantos a perguntar- qual o melhor signo?

E como me calar ou recusar qualquer presença num espaço tao devastadoramente coberto de lutas e estatisticas gloriosas sobre tantas destruiçoes de "meu reino"?

A Deusa, que ainda habita meu ser mulher, clama por falar e se contenta em saber que existem flores, rosas e outras, que a deixam emanar sua singela preseça, vez por outra...
Em meio a tudo isso, como dizer:- Eu..simplesmente...

Ainda amanheço com pontos de interrogacao na testa e os vejo impressos em minha face diante do espelho nesse instante.

E voce, mulher?







Sunday, November 11, 2001

Nada...
Tem dias que a gente acorda e somem todas as ideias e pensamentos.
Estou diante do branco. Olho as letrinhas e a tela simultaneamente...nada vem. Noite fria e revirada por "presenças"estranhas em meu quarto. Luto com elas e so me lembro de acordar tentando salvar meu piano.
O que seria um piano dentro de um sonho...Esse era parecido com o que tive na infancia..Seja la o que sobrou dela, passei essa noite em torno de salvar o piano. De que? as águas subiam e subiam e eu tocava - "Roberta, acorda, amor..." e eu me lembrei de uma cançao italiana ...sim, eu toquei isso no piano anos atras...que idade?
E levava o piano nas costas, e é claro, acordo com um peso nas costas e aquela dor no coraçao...
Imagens reviradas, e a pressao no peito lá, presente como os acordes da cançao, e eu sem saber nada de mim mesma.
O que é esse misterio sobre sonhos e imagens que movem nossos tecidos e nosso dia a dia e a gente nem se dá conta?
Deve ter um Roberto dormindo na minha sala de estar, onde nao tem um piano amarelo, e talvez, por isso mesmo....

Friday, November 09, 2001

e por falar em tempo

A Afrodite sem olimpo, Letti, anotou uma sincronia entre meu Joao gilberto no texto enquanto ela o ouvia de la...
E la vem de novo mais um conceito sobre tempo. So por que a gente circula nos mesmos canais energeticos, e nao prestamos atençao a isso, achamos o maximo quando descobrimos com nossa atencao sempre dual, que estamos por um glimpse, no mesmo digito. Na mesma Gig.

Será que nao seria a soma de todas essas pequenas observacoes que nos faz acreditar que estamos ligados em alguem? ou é apenas um "clue"pra nos fazer notar algo que sabemos mas botamos nos arquivos esquecidos?
No fundo, cá pra nós, trata-se de como nossa mente funciona, por que o resto - que é tudo, rola macio, em tantas e diferentes órbitas, mas como estamos aqui, girando na vitrola sem parar- essa monotona órbita da terra em torno do sol...pensamos na mesma frequencia e chamamos a qq coisa que sai desse padrao, de sicronia, conincidencia, desencontro, pontualidade, dança de ritmos iguais, relogios biologicos, e as vezes, até química.
Que tambem pode dar quimeras, que tais, e outros bichos- todos nus e sem óculos escuros, na mesma praia, tomando banho no mesmo lugar: o oceano atlantico.
E ha quem duvide disso ou ache até muito louco.
Fazer o que?

Vou ouvir jazz, sem joao girando na vitrola, por que parece ser diferente. E nao é tudo apenas aparencia? talvez, meu caro Watson, talvez, diria o investigador em busca de provas pra justificar sua concretude.

Que horror! O que o endeusamento do tempo nao pode nos trazer de ilusoes!

Thursday, November 08, 2001

datas...
recuso-me a navegar em torno de calendarios e saber que continuo dentro da órbita da terra, cercada de interpretoses em torno de qualquer coisa.
Sençacao de nao sair do lugar. Que lugar afinal, se nem sei onde esse planeta circula, nem as pessoas que penso conhecer so por que um dia trocamos algumas efemerides?
Bobagens, se nao levarmos a serio que o que nos governa é a contabilidade de tempos em tempos e todas as cobrancas que vivemos em torno de, como se isso fosse de fato, o que nos dá importancia de existencia.
Afinal, se nao se tem debito ou credito, que estimulo sobra pra se trocar o que?
Mesmo as falas, instrumento de tentativa de encontro, se postam assim, nuas diante de um tema que , por susposto precisa ser definido. De novo essa coisa que se passa no mundo virtual: cada um com seu video card, sua resolucao, criando suas cores e palavras e acreditando que ve e é visto no mesmo diapasao..
E dizemos que estamos nos comunicando.
E saber que X- Pac é apenas uma invencao a mais de um maluco fugindo da dor de ser humano..
Eu, voce, Joao, girando na vitrola sem parar...todos querendo dar sentindo ao abandono sem significado que é o ato de contar os dias, as noites, as memorias e esquecer algumas pra justificar nossa permanencia por aqui ...

Tuesday, November 06, 2001

who she think she is?
Faz algum tempo ouvi um discurso bem humorado da Oprah à propósito dessa frase:- who she think she is?...
Coisas que fazemos ou pensamos e justificamos em nossas defesas do cotidiano quando a comunicacao nao "funciona",etc.

Guess what? Ha dois dias fui jantar na casa de um amigo e conversa vai e vem ele solta:
- Nao consegui abrir seu blog nothing personal, etc.
E fomos navegar em busca de , quando, pra minha surpresa, ele abre o nakedness e uau! Era outra roupa!
Um tom de vinho "rouge" merlot entra pela tela e eu, boquiaberta nada falo por que me veio, é claro, frase da Fer, minha amiga blogueira de Davis, falando sobre cores em web: - Sandra, vc pensa que ve.

E fiquei com aquela dúvida...Nao, ela mudou as cores, e eu nao soube ainda...
Surpresa!! chego em casa, abro a tela e vejo o marron do meu sofá na tela, como sempre esteve pra meu olhar de "what she thinks she saw? ...

Céus! se é sempre assim, quem será que tem uma "resolucao" que se compara com a minha?
Eu nunca havia pensado nisso:- nós nao vemos e nao pensamos as mesmas cores...e estamos acreditando que sim...como é isso?
Que fantástica descoberta!
By the way, vc nao me contou onde ficou aquela banda de jazz na sua "roupa nova".

Eu continuo procurando.

Saturday, November 03, 2001

when you cross the edge of pleasure
This night, under the blackness in the club of jazz, I could know what is that.
Surrendered by black people, all great souls, sharing wonderful music and food, detached of every concern, just swing on the wave of great music: jazz. Bass, sax, piano and drums...
The bartender, that sweet lady, already know my drink. And she made again that fantastic spice peanuts in the Crocker pot.
Delicious, easy as that!
And tonight I was introduced to Nicole Yarling. She has power. she plays violin. She grounds the "boss"Jesse Jones Jr, and put everyone in extase.
Suitably, I was crossing a new dimension.From where to where? Ivone, my friend song stylist at my left side notice, with me some kind of different vibe. Yes! We were all linked through the beauty, the light of uniqueness of that moment. And I could share with her and the old man crossing slowly between us, what is the real beauty: no form, no age, no skin color, no prejudice, only life and joy.
That was those great moments in The Cotton Club.

Friday, November 02, 2001

Que que é isso?

Acabei de voltar do meu passeio no Olimpo da Afroditte Letti e encontrei uma nota ao meu nakedness pertinho de um poço de desejos...

Perai...network e bloguisse tb tem matrix?

Me deu o que pensar. Gente eu acabei de falar do caldeirao da bruxa etc, mas até onde vai a extensao de nossos desejos mais intimos?
Nao falei que a gente nao sabe onde começa o que ?
Pois é. Lidar com bruxas da nisso. Ta tudo transparente e público.Afinal isso é ou nao assunto de nudez blogavel? Claro que sim. Digno de nota.
Vao la checar.
Poço de desejos

Ha tempos guardei na minha caixinha de Pandorra um pequeno sonho, ou uma pequena ideia: Um dia terei um "local"chamado "Cantinho dos desejos".
A ideia era e é permitir que se possa encontrar um pouco de tudo que se deseja no momento e nao se sabe onde está.
Sabe, aquela espanto refletido na expressao mostrando o ar inconfundivel de:
_ Era justamente isso o que eu queria!

Sim, sou bruxa, mas só sou bruxa, por que parece ser mais respeitoso ou melidroso se passar como tal.
Tenho uma amiga querida que dizia que eu era uma fada com uma imensa saia azul bem cheia de veus leves, bordada de pequenas pessoas a subir querendo estar mais próximas de mim, de alguma forma.
Era como ela via algumas ou muitas das cenas onde eu às vezes aparecia.
Talvez por isso tenha querido tanto me despir de todos os véus, mesmo que da saia rodada da fada, e assim me tornado apenas um bruxinha boa. ( Alias, título de uma peça de M Clara Machado, que protagonizei quando criança).

E o que tem isso a ver com poço dos desejos? ahhan..tanta coisa! afinal, depois de Bunhel( nao é essa a grafia correta mas eu gosto do jeito que está) -com Esse obscuro objeto de desejominha primeira revelacao sobre Poço de desejo-venho me deparar com esse encanto outra vez.
O que acontece com desejos perdidos no espaço? O que a memoria, que nao é virtual, faz com todos esse sonhos?
Onde está esse arquivo? Será que esse template é o que nos mantem vivos latejantes?
Um dia tambem disseram que somos inspiracoes uns dos outros e sempre me incomodou ser um obscuro objeto de desejo e, talvez por isso, passei a navegar pelos obscuros poços alheios pra ver onde me encontrava nos sonhos de cada um...
Vc ja experimentou?
Requer mais do que coragem por que essa viagem é sem destino, rumo ao desconhecido e nao se sabe de verdade, se o trajeto é seu ou de quem mais..
Sim, esse é o poço dos desejos, nada melhor visualmente do que o caldeirao da bruxa e disso eu entendo um pouco. Alias, ha milenios ardo nessa fogueira infinita onde queimam todos os que ousam se desnudar sem medo.
Ainda castigam, por medo da verdade, os que ousam se despir e por isso mesmo, os eternizam como fadas ou bruxas ou mesmo musas que inspiram e conhecem os segredos de todas as receitas pra se preparar um desejo:
OUSADIA! DISCRECAO! SILENCIO! ACAO DESINTERESSADA! INOCENCIA! EXOPONTANEIDADE, ENTREGA!

Quer experimentar? Sem essa de saber à priori se vale à pena...a primeira medida é uma boa dose de ousadia e isso é uma aposta no escuro.

hehehe!

Thursday, November 01, 2001

Very halloween!

Sim, tenho que chegar à sorveteria às 7:15...tenho tempo para um café? Claro! à caminho, cruzo com batman e seus dois pequenos batmanzinhos dormindo no carrinho de gemeos.
A mente enquadra: É halloween!
Um machiatto, por favor, tall! falo pra caixa que me diz que os doces sao so pra crianças.
Acho que minha cara natural deve estar mostrando um monstrengo "unusual" pra receber essa ressalva.
Forget about is halloween!
A noite adensa e com ela os diferentes tipos de personas a desfilar em frente à mesa. O garçon, por si so, ja é uma figura, nem precisa de desfarces...
Peço a sopa e ele nao traz..A agua chega depois do vinho branco. Distraida com tantas mascaras e fantasias, nao sei qual delas focalizar melhor pra ter uma picture do momento. Ja nao consigo focalizar o que quer que vejo. Ha um gap entre o desejo e o fato. sempre. percebo a interferencia de outros transeuntes cortando meu olhar de fotografa atras da camera. Que outras monstruosidades estarao sendo reveladas nesse gap?
Um braço, um corpo malhado, um pedaço de cara..hummm. Doesn't matter! it is halloween!

Qualquer coisa passa a ser válida e engraçada. Até mesmo a possibilidade de nao ter fotos coerentes: meu olhar halloweenico na noite. hahaha!
Por que nao consigo olhar todos os dias como um único halloween? Queria que fosse sempre assim,afinal é mais engraçado ver as sombras projetadas em cada fantasia, do que ter que advinhar o que rola por detras das mascaras de todos os dias, que figuras "smurfes"andam debaixo de cada secretária, de cada homem de bigode e sua pasta de executivo.
Gosto da nudez dessa noite cheia de cores e todos os tipos nada convencionais que desfilam diante de meu olhar de fotografa ambulante.