Sunday, December 30, 2001

Conjecturando...


Será que a gente vai mesmo saber o que acontece com pessoas que "morrem "sem causa clara?

A noticia da passagem de Cassia Eller, me deixou pensando sobre até onde a hipocrisia ajuda a matar as pessoas por que "resolve-se"negar o que de fato se passa e com isso nao se tomam as providencias cabíveis.

Não sei, acaba ficando alguma coisa muito presente no meu blog, por conta de tanta falta de informaçao real.
E do que adianta tentar advinhar? Afinal, isso nao traz a verdade à tona, nem a nudez dos fatos, que eu, pessoalmente, tanto aprecio.

Saturday, December 29, 2001

tabu da traição

Li numa cronica da Martha Medeiros:- "Eu achei que estaria viva para assitir a um debate mundial em torno da fidelidade, este tema que mobiliza as sociedades civilizadas. Achei que o assunto um dia viria à tona sem convencionalismos, que homens e mulheres um dia aprenderiam a lidar com esta angustiante questao com mais delicadeza e menos dramaticidade. Achei que um dia veria as fraquezas e grandezas humanas serem abertamente questionadas dentro das relações amososas. Achei que as pessos um dia discutiriam de forma adulta sobre as transformaçoes internas pelas quais passam e as complicadas diferenças que existe entre amor e desejo. Mas este dia ainda está tao longe que ja nao tenho esperança de testemunha-lo. Terei que me conformar com a hipocrisia mantendo seu reinado, com casamentos ruindo, com relaçoes frageis e com homens e mulheres pagando pela sua ignorancia, eles em espécie, nós em humilhaçao."

Deu vontade de dizer pra Martha e todas as outras mulheres, que enquanto nao soubermos siquer distinguir amor e desejo, nao poderemos falar sobre fidelidade. Enquanto ainda não soubermos distinguir cobiça de desejo, nada saberemos sobre amor. E enquanto ainda fizermos casamentos baseados em convenientes cobiças e arranjos socio-economicos, tambem nada poderemos falar sobre amor .
Então, que espaço sobre pra discutir fidelidade, até em privacidade, quando se sabe que a maioria das unioes sao feitas à luz da conveniencia dos "olhares dos outros", nao do olhar de cada um nos olhos de seu parceiro?

Eu penso que quando as pessoas cultivarem a capacidade de se olhar nos olhos e declararem abertamente o que sentem e querem nào haverá necessidade de discutir traiçao e fidelidade.
Que me desculpe a Martha, no seu sonho social de debate, mas traiçao começa quando nao podemos mais olhar nos olhos do outro e sustentar esse simples gesto de forma nua e entregue.
E isso acontece trocentas milhares de vezes entre todos os humanos- fieis à traiçao, sem tabus.

É só prestar atençao que dá pra ver claramente.
E precisa de contrato pra isso?

Eu abri mão. E por que todos sabem que a traiçao é o que impera, tentam se amarrar em contratos cheios de clausulas sujeitas a ordem e lei, por que não ha o cumprimento mesmo de nenhum juramento ou palavra.
Sobra entao as cortes cheias de juizes e testemunhas e "lares"feitos de paredes bem decoradas e seres trancados em suas pequenas jaulas, com medos uns dos outros.
E depois nao querem que haja terrorismo no mundo.
Como?

Friday, December 28, 2001

password


Essa semana fui informada do "assalto"ao blogger. Nao bastasse os roubos de todas as ordens, agora mais essa: roubo de password pra blogs.

Fiquei com o código circulando na cabeça, girando na vitrola, nao sem parar como eu, voce, Joao, mas sobre o fato de precisarmos de códigos pra nos expressar, aqui, acola, nos blogs.

A ideia de que pra tudo tem um código, apareceu na minha frente como algum moderno truque de um castelo virtual.

Nao se tem mais a senha de Robin Wood, ou o "abre-te Cézamo"do Ali baba, e os quarenta ladroes, mas importamos dessa época, as passwords e mais trocentos zilhoes de ladroes.

Por que acreditamos em segredos e privacidade e gostamos de cultivar essa experiencia, perpetuamos nossas passwords, nossos "segredos de liquidificador"os codinomes beija-flor, entre tantos outros, pra nos sentir talvez, únicos, especiais, pertinentes a um contexto, ou alguem..
Coisas do sistema democratico?

Talvez.
Agora é moda. De código genético, a linguagem java, tudo em sombrio dominio bem lavrado.

Pra cada sistema um código, uma password, um segredinho, uma prova de privacidade e de posse.
Sofisticado nao?

Hummm...sei nao...

Thursday, December 27, 2001

Onde a paz começa...

Fui rever minha nudez. rever o ano, os pedacinhos dele, distribuidos em formas de dias e noites, e me olhei no espelho.
Nao esse que reflete uma cara que se procura, mas o espelho la de dentro do coraçao, onde nao ha uma cara refletida, mas uma alma em quietude.
E assim, como quem nao quer nada, descubro que a paz começa quando paramos o dialogo interno, nos ligamos na fonte que nos abastece e permitimos mansamente, que estar aqui e agora, do jeitinho que é, mesmo com PMS ou dores de cabeça, is just ok.

Nao ha o que perdoar, nao ha o que combater, nao ha o que negar, nem o que esperar, apenas usufruir dessa paz...
Basta boa vontade. É tão simples!
Experimente!
Ao aniversariante...

pois é...faz 2001 anos esse garoto... o mundo todo em volta disso. nasceu sem lugar pra botar a cabeça, símbolo de humildade, dizem alguns...
Sem berço fisico, embora filho de um carpinteiro, sem hospital e médicos assistindo sua vinda, cheio de outros assistentes, os verdadeiros,penso eu.
No dia de seus anos, procurei dentro de mim o que Ele poderia querer como presente pra celebraçao de sua vinda a esse mundo que jamais o recebeu.
E até me senti presenteada, por essa descoberta simples. Eu tambem vim sem me sentir recebida, e tambem passei por perseguiçoes "estranhas"em toda minha infancia.
Algumas semelhanças são meras coincidencias. Fica apenas o convite: Faça de meu coraçao seu lar, e do meu desejo de lhe abraçar seu berço. Isso é real.
E ja que o mundo parece ainda mais conturbado do que quando vieste, vou lhe dar de presente um pouco de alegria, de arte, de risos genuinos, por que afinal, celebration tem a ver com alguma coisa que sentimos gratidao e felicidade por termos tido algo.
E eu realmente quero que voce saiba de minha felicidade em te-lo em meu ninho preparado pra voce hoje, e espero, seja mantido por todos os demais dias que ainda estiver por esse mundo .

Wednesday, December 19, 2001

Protesto

hoje passei o dia tentando acessar esse blog. Recadinho:- esse site está passando por problemas tecnicos..bla.blah. blah.

Pois é...acabo de descobrir uma simbiose entre o blog e eu: ambos passamos por problemas tecnicos de acesso, nos mesmos horarios.

Será que tem mais alguma sincronia que ainda nao estou sabendo?

De qualquer forma deixo aqui lavrado meu protesto. É horrivel ficar com a coluna bloqueada e nao poder se mover direito.
Tudo isso por que andei tocando nesse complicado tema chamado livre-arbitreo.
Mais essa. Sem sistema nervoso, ou hard drive, nao ha comunicacao possivel. Será que ha?

Tuesday, December 18, 2001

The four agreements

The Toltecs way, teachs us four steps to get personal freedom.
They are:

1) Be Impeccable with your word

Speak with integrity. Say only what you mean. Avoid using word to speak against yourself or to gossip about others. Use the power of your word in the direction of truth and love.

2 ) Don't take anything personally

Nothing others do is because of you. What others say and do is a projection of their own reality, their own dream. When you are immune to the opinions and actions of others, you won't be the victim of needless suffering.

3) Don't make assumptions


Find courage to ask questions and to express what you really want. Communicate with others as clearly as you can to avoid misunderstandings, sadness, and drama. With just this one agreemnt, you can completely transform your life.

4) Always do your best

Your best is going to change from moment to moment, it will be different when you are healthy as opposed to sick. Under any circunstance, simply do your best, and you will avoid self-judgment, self-abuse, and regret.

Arc-types II

A volta do Rambo, do Roque, do Batman...
Eis aqui a o arc-type II.

_ Filha, o que voce vai ser quando crescer?
- Hummm. ( Olhando pra mãe, magra, esquelética, malhada, agitada, preocupada com o que vai vestir na festa de fim de ano) a criança olha, sem auto-censura, e diz:- eu quero ser que nem voce!

E a mãe, envaidecida, promete que vai lhe renovar o guarda-roupa, afinal os vestidos dela, ja estao ficando meio apertados, e lhe promete:- Vamos sair e pra comprar umas coisinhas "bem na moda".

E, modelos, nao faltam. Ta cheio de Victorias Secrets, Xuxas, e Angelicas, Madonnas, entre outras figuras pra inspirar, qualquer um.
Espelhos?
Ahann, na-nam. Quem gosta de se olhar no espelho e achar que está "imitando"alguem?
E tem gente que ainda fica com ponto de interrogaçao na testa quando eu pergunto:- Mas quem é Madonna?
Ha pessoas que "brilham"por que encerram um arquetipo. Escolhidas a dedo, vibram na categoria popular mais devastante, por que nao podendo exibir seus "mitos"contentam-se por imita-los sem ter a vaga ideia que nao sao ninguem:- apenas mais um tipo tirado do bau do inconsciente coletivo.E nem por isso deixam de ser "originais". Claro, ninguem ousa outra coisa...

Mergulhados nesse mar de incertezas - dizem que estao vivendo.
A vida de quem?
Das modelos? das atrizes de cinema, às plastificadas e siliconadas figuras quaisquer, que exibem com mais requinte o que muitos reprimem em si proprios.
Os mitos proibidos.
Os talk-shows estao cheios de vitimas, as campanhas de fraternidade universal e fundaçoes religiosas, cheias de crianças abandonadas, as manchetes dos jornais marrons, cheios de sabotadores de toda ordem, e ainda chamam a isso de árquetipo de sobrevivencia?
Acho que posso inferir que se estamos nesse pé, estamos todos navegando nas ondas da sobrevivenci, nao da vida.
E o que seria viver entao?

Voce tem alguma ideia?

Que recursos ou arquetipos voce dispoe pra tocar sua vida? Quantas vezes voce utiliza cada um dos quatro arquetipos citados, como prancha de salvaçao?

Tsc-tsc! mas salvaçao do que ? se estamos todos no mesmo mar energético? Ou isso seria apenas uma faixa de interpretaçao possivel por que os temas "faturam"sempre?
Afinal, gostamos de tudo isso, caso contrario, ja teriamos, produzido outra coisa.
Ou nao?
O homem que "criou o termo"arquetipo, Carl Jung, tambem descobriu que enquanto nao descobrimos os mitos que nos habita, eles governam nossa existencia.

E nisso, nao entra nossos sintomas, nossas doenças, nossas falas, ou mutismos?
Somos todos entao donos de sotaos e closets e baús cheios de tipos que nao queremos ver?
Nao importa.
Alguem com certeza está "usufruindo"dessa possibilidade e se nao for voce, será seu vizinho, seu marido, seu chefe, seu leitor, seu cliente, seu amigo, seu confessor, seu médico, seu amante, todo e aquele que cruzar com voce em algum momento. Até o doce vampiro.
hahahahaha!
E depois dizem que somos "donas de si".

Que coisa, nao?!
Arc-types

A ideia é que ha um baú.. Tipo arca. Nele ficam guardadas coisas que colecionamos, e por tanto devemos considerar que são preciosas.
Mas sera que guardamos somente o que apreciamos no baú? Ou o que achamos que vamos necessitar?
No desfile de personas/personagens que colecionamos, há fantasias de todos os tipos...odaliscas,magos, vampiros, marinheiros, enfermeiras, copeiras, bombeiros, medicos etc..sempre profissões que transitam em nossos sonhos, talvez por termos sido quase sempre consultados sobre :- o que voce vai ser quando crescer?

E o desfile se torna infinito...todos os tipos vividos em nossa historia, ao longo de muitos anos...

Segundo Caroline Myss, há quatro "archetypes of survival": a vitima, a prostituta, o sabotador, e a criança.
A nomenclatura de sobrevivencia me causa espanto. Fica dificil olhar pra isso de frente.

Ha alguma coisa que anda mudando de face. Nao se ve muitas princesas, pagens, reis, e guerreiros por ai.

Tambem, apesar das historias ainda povoarem as mentes infantis com magos de varios tipos, esses, nao estao disponiveis nas escolas profissionais, e muitos deles, sobreviventes ou nao, tambem nao tem espaço no mundo das ofertas e das procuras, mas habitam os comportamentos subliminares de milhares de milhoes.
Se isso for sobrevivencia, ufa!!


Passeando pelas mentes- baus maiores onde vivem nossas fantasias- constato que ha muitos arc-tyes- e prefiro chama-los assim- que prevalecem por ai.
Se nos detivermos so um instante nas entrelinhas dos programas apresentados pela midia, vamos ver que os arquetipos de sobrevivencia estao embrenhados nas redes de nossos contratos, por todos os lados.
Se eles sao sobrevivencia, ha uma co-existencia eleitamente subliminar, refletida nas modas, nas vergonhas, nas hipocrisias reveladas ou omitidas.
E, ao mesmo tempo desavisados, sustentamos todos eles,sem notar que vivem em nossos closets,
com tudo que essa palavra encerra.
E encontramos a prostituta, a criança,a vitima, o dominador, a mae...

Todos censurados diretamente:-
Quem de nós ja nao pronuciou alguma vez o "juizo condenante" de chamar alguem de prostituta, de berrar pra alguem"pare de ser criança", ou mesmo, "Nao tenho saco pra vitimas" ou "Deixe minha mãe fora disso".!
Como se fosse possivel, de fato, controlarmos esses tipos que sobrevivem em nossa alma, e requerem espaço legitimo.
E por que nao o permitimos, escorregam entre uma coisa e um fato, e liga todas as elas, pra espanto de poucos e Ibope de todas as novelas e revistas de fofoca.
O arc-type da prostituta, por exemplo,
está em todas as transaçoes, em todas as esquinas, em todos os guarda-roupas, sempre pronto a aparecer em qualquer possivel negociacao.
Mal compreendido e sempre mal julgado, submetemos essa parte nossa a confinadas zonas escuras, por nao sabermos valorizar o que pra nos poderia ser Price-less...
Alias, sempre que nao conseguimos determinar o que nao tem preco, deixamos a cargo da prostituta a conduta de qualquer dialogo ou acordo.
E ela vem e domina, com seu ventre livre e sem dono- todos os espacos permeaveis .

E quando o dominador chega- ele vem pra instalar a ordem e o ritmo de cada coisa.Estabelecendo
regras e suas consequencias.Tentando invalidar a obra da prostituta, que é um convite ou uma intimaçao ao mundo da ausencia de dominios, sem boudaries, sem compromissos, sem amarras.
Sua linguagem não precisa ser sempre a luxuria, mas ela gosta de transitar por essa avenida.

O que Caroline Myss chama de sobrevivencia, pra mim fica evidente como forças vitais, a ditar ao homem caminhos que ele teme olhar de frente e navegar naturalmente, sem problemas.
E eu me pergunto hoje, por que fazemos dessas forças poderosas, um problema? Por que massacramos seus poderes, se os escondemos em nosso guarda-roupa mais secreto, e os trancamos entre quatro paredes, como que se lhes pudesse deixar sair a voz, apenas debaixo de muito controle.
E isso é real? Ou é apenas um jogo de fantasias proibidas, que por isso mesmo, escapam e estão por ai, em todas as instituiçoes ditas respeitáveis?
Dos casamentos mais pomposos, às academias mais "emedalhadas".
E, na verdade, cá entre nós, isso rende muito assunto, e muita grana, e muito ritual, e muita pornografia, e muitos consultorios cheios de terapia, e muitos seminarios, e até blogs.
Como esse aqui, despindo-se de seu proprio mito, olha nos olhos de quem o le e procura pela true nakedness de cada um.
Sorry, babe! Ninguem está fora do baú que guarda todos os nossos tipos essenciais, de-lhes o nome que quiser.
E por que os negamos, eles nos governam os passos e as jornadas, todas as anamineses, e todas as aminesias.Muito poucos confissionários, e milhares de bares, cafés, cyberspaces, e outros devices.
Se nao podemos nos ver nus, nao podemos conviver com as sombras que habitam nossas modas e make-ups, e muito menos o que ousamos chamar de nossa moralidade.
Sem deboches.


Monday, December 17, 2001

Non-sense

pic this up!

Certas expressoes me causam espanto. Ainda. constato que ha troçentas zilhoes de possibilidades de coisas- informaçoes- que se perdem em mim, na busca de decodifica-las.

A gente aprende a falar e a começar a dar significados e rótulos a tudo. Nomear todas as coisas e vivencias.
E chega um ponto que armazena-las em tres linguas diferentes, dá um tilte.
Entendo por que os computadores, que sao binarios, como nós de certa forma somos duais, podem pifar na hora de apresentar resultados solicitados.

As vezes recebe-se a mensagem de:- Feche algumas windows antes de abrir tal assunto.
E ele grimpa, congela e nao passa nada mesmo.
Fico imaginando quantas janelas a gente abre por dia e a cada estimulo, sensorial+ as todas as possiveis decodificaçoes possiveis pra cada coisa.
E as vezes a ordem de:- pega essa ai e fica com ela, juro que nao vem.
Hoje é um desses dias.
la fora, está glorioso. O sol parece apaixonado e se exibe luxuriosamente na sofistificaçao de seus raios sobre o azul celeste que canta.
E eu, tropega, quase bebada, e fora de foco, desde que acordei com um pesadelo nao memorável, ou seja, sem conseguir recordar algumas cenas.Nada parece possivel, tangivel.
Fui fazer um café forte, pra me colocar noutro diapasao, e nao sei onde deixei a caneca...Sumiu do meu campo visual, como o significado de todos os papeis desornedados, à minha espera, sobre a desk.

Todas as coisas por fazer..listas - ainda bem que anotadas- que parecem totalmente sem sentido diante dessa falta de foco para o externo, ou seja la o que isso tambem possa significar.

Talvez agora eu possa dizer que "experiencio o que chamam de non-sense".

E se tiver que continuar assim, pode ser muito engraçado. Ou não. Pois afinal, o que é tudo senao o que pensamos de tudo.
E se nao pensamos, tudo desaparece, deixar de existir, sem significado e intérprete, o mundo nao há.

Segura essa...Tafarel...P's, R's, C's, M's, H's, A',s e todos os nomes possiveis que possam começar com qualquer inicial...
Nao vou gastar o latim que hoje nao disponho...

Friday, December 14, 2001

Livre-arbitreo

Esses dias tem sido perturbados por esse conceito.Mais do que um conceito, a constatacao da confusao entre arbitrar- fazer juizo- como denominador de escolha.
Em ingles se diz - free-will.
De todo modo, nao consigo aceitar desejo livre, vontade livre, juizo livre, desacompanhado do poder de agir.

Tenho visto e sentido todo o peso dos movimentos dos "poderosos"exercendo qualquer coisa, atingindo até meus tecidos osseos e a paz do meu sono.

E eu sei que nao escolhi, nenhuma ditadura, nenhum terrorismo, nenhum peso em meus ombros, assoberbados com tarefas que se multiplicam por que muitos nao fazem sua parte.
E ainda tenho que 'aceitar"esse conceito teologico de que sou livre pra escolher o que quiser.
Num mundo retalhado em pedacinhos, cheios de donos, certificados, credencias de todas as ordens, so pra transitar, ou exercer o direito de ir e vir, tenho que saber trocentas regras e juizos alheios.
Eu escolhi viver de prana, falar pouco, nao precisar dar explicacoes e nao ter que pedir explicacoes, mas existe a mentira, o blefe, os dardos da inveja a cruzar meu corpo, entre outros, o preço que me impoem pagar pra dizer que "sou civilizada"e que pertenço à naçao brasileira.
Sendo Brasil um pedaço de terra, localizado entre longitudes e latitudes conhecidas.
E se tivesse brotado no Afaganistao, teria hoje menos escolha ainda. Por que meia duzia de pessoas se declaram seguidores de Ala, milhares tem suas noites bombardeadas, e eu ate sinto daqui, todos os gritos de pavor e dor.
E é assim: o cara escolhe ir trabalhar, tipo entre aspas mesmo, por que tem contas a pagar e ele ainda acredita no sistema de crença coletivo, e colhe a morte, via um jato entrando pela janela.
E sobrou o que como possibilidade nessa cegueira ampla que declaram- livre desejo?

Vejo, por que tambem nao ha outra alternativa enquanto espero na fila do caixa do supermercado- as fotos de mais uma artista "destruida"pelas drogas que a consomem de toda forma a vida.
E dizem que é livre escolha se tornar um dependente quimico- por que somos avisados nas propagandas que droga faz mal.
Somos livres pra parar de fumar quando quisermos ou parar de cheirar po, ou parar de comer açucar, ou seja la mais o que for de venenos distribuidos por ai, em nome tambem da tal liberdade de escolha.
Eu nao fumo, nao cheiro, nao sou dependente de açucar nem de anfetaminas, nao chuto o pau da barraca, nem gosto de enfiar o pé na jaca, por que por principio, sou avessa a exageros de qualquer ordem.
A mim, ja basta ter que "lidar"com os venenos dos outros e do mundo, que com certeza nao é o mundo que escolhi viver e estar.
E minha alma anda dando sinais de retirada, aqui e acola, por que ela deve ter alguma escolha que nao o que minha mente- treinada pra julgar e selecionar- nao é capaz de decodificar a contento.
E nesse instante devo estar sendo um pouco livre so pra poder escrever esse blog. E ponto.
É so isso?

Quem se habilita a mostrar outra coisa?

Thursday, December 13, 2001

Silencio mortal

Costumo dizer que gosto do silencio. Distingo barulhos de sons e ouso dizer que tenho um ouvido refinado. Treinado por escalas cromáticas em estudo de piano classico.

Aprendi a importancia da pausa, e o refinamento de seu desenho grafico numa partitura, a indicar o silencio como parte da música e suas harmonias.

Olho pras despedidas - provisórias ou estas outras- como a morte- como uma longa pausa de silencio.
Ultimamente, tenho vivido muitas dessas pausas.
A principio o silvo em meu ouvido a indicar que alguem está a partir. Dai pra frente o silencio. Exatamente como aquele parar de bib-bip mostrado nos monitores caridológicos, nos hospitais.
É um instante mágico. Todos param. No caso dos médicos, retiram suas mascaras protetoras e inclinam a cabeça como num ato solene de entrega ou desistencia.
A grande senhora do silencio - a morte- quando chega, é avassaladoramente imperiosa em seu poder.

Até hoje, ninguem ousou contesta-la ou coisa assim.
E eu me pergunto por que somos tao impotentes e submissos a ela.
Será que por isso, fazemos tantos barulhos e tantos movimentos?

Continuo gostando do silencio. As pausas, nas partituras, como na vida, anunciam que algo importante está por acontecer. No mínimo uma reverencia a esse momento, raro, e muitas vezes tao pouco apreciados.

É assim a cada encontro e a cada separaçao. Uma nota digna de respeito pra que possamos viver um wonder, tao raro, que nem siquer sabemos como.
De tal forma, que apenas o seguimos, sem nada dizer.
Pra Maria Azul- em sua viagem na abertura dos sete coraçoes- e pra todos que fizeram por um instante fazer meu coraçao parar- apenas pra ter revelado o poder maior que nos liga de fato:
O grande silencio- onde nada mais cabe, nem dor nem alegria.

SSSSSSSSSSsssssssss!

Wednesday, December 12, 2001

Drama

Ontem, pela primeira vez, prestei atençao à Whoopi, falando sobre drama. Um diálogo simples, so pra mostrar que fazemos drama o tempo todo e nem notamos.
Insight! Ha culturas que são naturalmente mais dramáticas que outras. Ha lugares onde os encontros se abrem com dramas e ganha mais atençao quem é capaz de provar ser um dramático maior.
Nao pode faltar o suspense. Aquele instante onde a respiraçao para por que ficam todos esperando o que vem a seguir.
Dá gancho. As novelas, vivem disso. E os povos que "amam novelas"tambem.
Descobri que os dramas me cansam. Roubam, naturalmente, o direito de respirar. E, nao ha nada de mais a nao ser a criaçao de um suspense temporario so pra ganhar atençao.
Penso nas tramas de todas as conversas em todos os lugares e de como essa rede alimenta falsamente seus membros.
E com isso deixamos de viver de prana e sua abundancia pra esperar o que será que vai acontecer daqui a pouco...
É um estilo. Mas um estilo que tira o wonder, ou ainda o adia, pra efeitos nada maravilhosos, em sua maioria.
E todos embarcam. A criança, ou melhor seu arquetipo, fica presa a esse suspense quiça inútil, e com isso, tem gente que até se diverte, inadvertidamente, criando sustos e paradas. Da respiratória, à parada da confiança, sem perceber com isso, a quantidade de medo que é produzido e todos seus derivados:- adrenalinas, hormonios em disparo, desequilibrio de todo um sistema so pra ativar por instantes a ausencia de paz.
E de drama em drama, acabamos por inventar guerras. Das novelas e seus temas, a outras, entre tribos e povos, gerando desastres desproporcionais.
Hoje, sei que a midia vive de drama.
Ninguem da uma noticia ou fala da vida de forma natural. O tom dramático, senao tiver inserido nas pautas de leituras, parece revelar que nao ha importancia nos assuntos.
E me perguntei. O que buscamos de fato? os fatos, a verdade, ou a dramaticidade que nos viciaram a viver?

E concluo, mais uma vez, que nao sou desse mundo.
O drama é mais uma das coisas que turn me off.

Prefiro o caminho do silencio e o encontro que se da no espaco do wonder, sem transformar qualquer coisa em tragedia ou comedia. Meu corpo emocional nao precisa desses temperos pra ficar feliz ou em extase.
Na contemplacao simples, tenho o direito de exercer alguma escolha, na conduta dramatica, meu plexo solar explode e eu passo a ficar em funcao dos danos causados- que quase sempre me poem em retirada.
Acho que por isso, quase nao vou mais a cinema. Nao frequento familias, nao leio romances ou assisto novelas.
Acho inutil, nada produtivo pra meu espirito, todas as óperas que humanos apegados ao vampirismo moderno, gostam de sustentar.
E sao maioria. É so ver a producao da midia, pra saber disso.Começo a descobrir minha vocacao pra fora desse contexto.
E assim, sigo na minha companhia, que nunca se faz solitaria, por que nao preciso do push/pull provocado por todos os dramáticos que me cercam.
E quando isso acontece. Não é que me sinto sempre muito mal?!!!

Tuesday, December 11, 2001

Turn me off

Competiçoes a todo custo. Falta de finess de sprit. Mentiras e seus sustentadores.
Pensando bem, estao todos linkados.

Monday, December 10, 2001

Parece que hoje é dia de escrever mais. A falta de nudez legitima me instiga.
Vejo que ha competiçao demais entre os exibidores de platicas e seus cosmeticos.
Como dizer que pode haver encontros dentro desse quadro?
sinto falta da falta dos amantes, solenes e simples, sem subterfugios e estrategias.
talvez por isso resolvi aprender a jogar chess.
Sinto que ali jaz muitos segredos embutidos nos escaninhos medievais que perpetuam em todos os links dos cerebros modernos e seus disfarçes varios.

vamos ver aonde vai dar essa aventura no mundo dos estrategistas, nada bobos, e se achando ma-ra-vi-lho-sos na arte de seduzir e submeter, como se isso fosse um grande mérito.
Gente que bobagem! Ë so tirar a máscara que ja é um grande começo!
Será que é tao dificil assim?
Eu nao acho. E voce?
Ups and Downs

dualidade.ou isso ou aquilo. Como é dificil pro ser humano viver holograficamente.
Pensar entao, impossivel.
Assisto a tantos combates inuteis por que a dicotomia que embota a maioria das mentes é devastadora.
E por que ninguem consegue perceber diferente, toma tudo como pessoal e naturalmente egoico.
Enquanto isso nada a fazer senao construir muros e suas trancas ridiculas.
E como disse nossa MEG- o primeiro muro foi o da vergonha, sustentado pela primeira roupa, e a partir dai, nao se parou de construir-se todo tipo de arsenal e segredos.
Da sofisticada espionagem da guerra fria, aos segredinhos mais ridiculos em nome de sustentar qualquer defesa.
Sim, é vedade. Ainda estamos na Idade Media, com torres e cavaleiros e todo os armazenamentos necessarios pra sustentacao do poder maior: o ego do rei que se emigrou pra barriga de cada orgulhoso vivente.
O resto, a tecnologia encarregou de sofisticar, foi so isso!

Ai, que pobreza!!! ( Com Z pra Andrea que gosta de tudo dentro das regras de ortografia e da gramática)...
E Ai, que pobresa! ( Com S pra Sandra que anda gostando de quebrar com essas regras, entre outras)...

Saturday, December 08, 2001

Desde ontem, ficaram uns versos do poeta Rumi, ruminando em mim:

Jesus was lost in his love for God.
His donkey was drunk with barley.

Drink from the presence of saints,
not from those other jars.

Every object, every being,
is a jar full of delight.

Be a connoisseur,
and taste with caution.

Any wine will get you high.
Judge like a king, and choose the purest,

the ones unadulteated with fear,
or some urgency about "what's needed".

Drink the wine that moves you
as a camel moves when it's been untied,
and is just ambling about.


'Será que existe algum amor que nao embriague. E será que escolhemos de fato o jarro e seu conteúdo, se nem sabemos como vem a sede?

No deserto da vida, é dificilimo ser cauteloso e conhecedor, se a propria sede, nos embriaga de desejo e quer apenas morrer.
Saciar, so é sabido depois da experiencia. E essa é infinitamente perniciosa pra cada um, mesmo os que tem sede de Deus, como Jesus assim parecia ser.
E como transcender se nao ultrapassarmos os limites?
Da propria paixao que nos incandesce
engendra-se as cinzas que nos reduzirá, pra que possamos renascer a cada morte.

Se faz parte do tema todo esse enredo, por que teme-lo entao, e continuarmos morrendo de fome e de sede, em tantos níveis?
e Rumi, continua:

God has given us a dark wine so potent that,
drinking it, we leave the two worlds

God has put into the form of hashish a power
to deliver the taster from self-consciousness.

God has made sleep so
that it erases every thought.
God made Majnun love Layla so much that
just her dog would cause confusion in him.

There ara thousands of wines
that can take over our minds.

Don't think all ecstasies
are the same!

Friday, December 07, 2001

Bets and bits.
Faces of some thing.
Thing. No name, no recognition.
Game.
No rules. Nobody wins or loose.In life there is no heros because there is death.
How to know who is who?
Do you bet? do you play? what for?
I know you don't. THe game of life is not yours neither mine
We know nothing about eternity.
Dreaming we participating of a huge adventure without name.
No registration avaiable.
Only guess.
Searching for pain. Its roots. when begins, where Am I?
All I can see, is just aking..
the deep desire to reach you, whaever this means, or who ever you can be.
Is this real?
In a vain bit I almost believe it.
So, I blinked and nothing else is there or here or everywhere.
I keep some beliefs only to try to prove that I am.
I lost all my job...Looking for a wissow...
Rumi is gone...
So many words vanished in empty space...
What a feeling: this ephemeritis blowed up for spirits. Kids palying with my work...That is all that seems to exist:- nothing is real in my visions.
Even you, that I invented and erased without notice.
No good buy.
No buy
No goods.

Thursday, December 06, 2001

Deal

Ideal. Contratos. com-tratos. Defazendo-se sem-tratos.Sem ideias. Sem deals. Perdemos o bonde. Perdemos o bond. Ficamos no ar, sem ar. Novo contratempo. Outro link, outra ligação. TRiimmmm!
Não sabemos mais pontuar. Como viver sem atos? com-art-atos. Contratos feitos com arte levam um laço proprio que nomeamos de amor, amizade, bom trato.
Deal, Dell!!
Facto, feito, deal! acordamos. Vamos na mesma ideia, na mesma direçao. No mesmo deal. No mesmo plano i-deal!.
Ai podemos dizer que ha algo.sim?
Fora disso, o que sabemos ou dizemos que sabemos?
Quer dizer que sem laços nada? tudo fora? tem jeito de se re-la-cio-nar- sem tratos? so tato, so tantra, somente mente?
Viajo nos hiatos deixados entre as palavras e o poder do verbo que a todos liga, sem perdao e até com linguistica fronteira.
E se voce fala a mesma fala que eu, temos outro trato, outro deal, por que comungamos do poder comum de um so ver-ná-culo.

Tem graça? mas nao é de graça. Custa vivencia, visao, comum-uniao, em acordar.
Nao necessariamente em dormir. Por que?
Nao sei. Ja me deram o verbo pronto e poderoso.
E ainda querem discutir livre arbitreo. Pode?
tsc-tsc-tsc!

Wednesday, December 05, 2001

Entao eu desinvento...

Pra todo lado essa parafernalia em torno de "coisas do diabo"...Os crentes, os credores, os banqueiros, os drogados, todos investindo na mesma ideia: isso é coisa do demo..isso é pecado..E toma de energia nessa parada torta!

Eu proponho desinventar tudo isso.
Nao há duvidas e incertezas, apenas temporais talvezes...
Nao ha erros, apenas experiencias em torno do acerto e do provável.
Nao ha medo, ha mortalidade e sua existencia de qualquer forma.
Portanto, abaixo a frescura e todo esse investimento idiota cheio de dividendos destrutivos...
Guerras, iras, homens-bomba, mentiras e proibiçoes por que inventamos a hipocrisia ...
E nem nos damos conta do quanto investimos de nossos torpegos neuronios em tudo isso...
Umpf!! Que canseira!
mudernismo

Soube ontem, por um americano frequentador de Fortaleza, que a cidade está cheia de torres de 44 andares.
Nordeste muderno, pensei...
Sim, vai ver os guvernatentes locais acham lindo Dalas, Sao Paulo, e adotaram por imitacao, as torres sem medidas de estética e reverencia à natureza.
Sem briza marinha pras ruas de dentro, pras casas que ali sobrevivem ainda, com suas mangueiras, obrigando a todos a artificial vida do ar condicionado, e a um calor desnecessario, mantido por burrice e ganancia, alem, é claro do terrivel mal gosto.
E, posso ver até a cara dos "idiotas"-declaradamente os que andam em volta do mesmo circulo- se considerando muito mudernos com seus celulares, suas roupas importadas, e suas vidraças espelhadas...
O mudernismo e sua contemporaneidade atrasada, chegando pra arrasar com o que de melhor havia no paraiso nordestino brasileiro.

O mundo nao é mais o mesmo, nem nas cançoes.

_- Vamos viver no nordeste Anarina, por que la tem briza, virou folclore.

Tuesday, December 04, 2001

a força do hábito

Ontem vi uma menina brincando de caminhar sobre os spots, saltando de um para o outro, la no estacionamento.
Tomando café da manha, na cozinha, pela janela observava as árvores e aquela menina feliz.
Lembrei-me de minha infancia e de quando amava caminhar sobre os trilhos do trem, despreocupada de tudo, atenta apenas a "não sair da linha".
Voltar da escola caminhando sobre os trilhos tornara-se quase um hábito.
E mal podia supor nos idos de minha meninice que um habito, um dia, deixa de ser uma brincadeira e pode passar a ser um vício:- é quase inconcebível viver sem estar nos trilhos. Nem o carro pode ficar fora da linha do spot por um momento...Entre outras coisas...
Hoje, rio de tudo isso por que nada me tem dado mais prazer do que sair da linha.
Simplesmente isso.
Nao sei quem inventou que Virgem é o certinho signo que está sempre ligado nos detalhes e nos arranjos perfeitos.
Se assim for, estou perdendo a identidade faz tempo, e ...hahahah!
to adorando!

Monday, December 03, 2001

Jingle bell

Opss! Natal na porta...vontade de pegar o trenó e sair por ai, como uma mamae noel a voar pelos ares gelados ou nao, visitando todas as chaminés!

Eu adoraria poder aportar na Festa do dia 8, no Rio, na festa do dia 21 alhures, e sobretudo estar diante do olhar de cada criança que na sua inocencia faz dessa festa uma verdade.
Procuro pela minha criança e ela está a procurar as crianças de outras pessoas, nao os adultos preocupados e tensos com o final do ano, mas as crianças mesmo, de cada um, ávidas por pacotinhos e mistérios, esses que nao chegam a ser aquele tipo de surpresa que assusta, mas a gostosa sensaçao efemera de descobrir alguma coisa.
Cade minha árvorizinha luminosa?
Eu ainda nem montei...
Meu coraçao anda apertadinho e minha cabeça so se ocupa de faze-lo ter mais espaço...O mundo anda precisando de muito mais festas de Natal, muitos sinos no ar, nada de alarmes...
E como meu coraçao é uma extensao de todos os coraçoes, a mamae noel aqui tem muito trabalho pra preparar e por no trenó...
Que tal começar pela estrela guia?
Sinal de esperança e aliança renovada entre Deus e os homens de boa vontade.
Ah, a boa vontade...tenho que por uma boa dose em cada lacinho, docemente solene, como toda criança a dar o melhor de si.
Ufa!!

Sunday, December 02, 2001

Clarisse

Uma amiga me mandou , de Clarisse, esse recadinho:

- Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que
mais queremos é tirar
esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser.
Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela
só temos uma chance de
fazer aquilo que queremos.


Em mim a falta é única e tanta, que faço o contrario- roubo o abraço e o perpetuo em meus sonhos.
La, meu refúgio secreto, o único espaço real, que me restou com livre navegar, com direito a todas as emoçoes dirigidas por minha libidinosa alma.
No físico, ficou essa marca duvidosa:- acho que sonhei!!
É verdade o perfume que ficou em meus lençois? É verdade o gosto de sua pele? é verdade que acordei com voce ao meu lado me olhando em silencio? É verdade que tive seu corpo aberto entregue em todos os detalhes pra meu deleite?
Ou são meus sonhos maiores que a vida de Clarisse?

Fique na dúvida.

Descartes, me ensinaram, pensava e isso o fazia saber que existia.Eu talvez prefira estar na dúvida entre o sonho e a realidade como marca de viver.
Nao, a mim resta apenas o perambular sonambulico entre meu desejo e sua concretude.

Friday, November 30, 2001

Pra que te quero?

Descubro que meus olhos sao pequenos demais pra imensa tarefa de chorar toda a dor do mundo que conecto nesse instante.
Minha alma, que nao é pequena, talvez por susto, escolheu uma janela pequenina em meu rosto, pra que ela nao ficasse ávida de sonhar e contemplar em demasia.
E ainda assim, nao dou conta de processar todo esse pranto que me avassala , impiedoso e bruto.
Pranto, pra que te quero senao pra liberar toda a dor que minha alma grita nao poder mais?!
Preciso de novas janelas. Essas estao embaçadas, sempre gotejantes quando nao, oceanicas, cheias de fog a turvar as proprias lentes aderidas pra focar pequenas letras.
Percebo é claro, que o lince que um dia habitava minha visao, emigrou-se pra distantes Áfricas. Terras distantes e selvagens onde o estar atento nao é disgusting, é apenas natural.
Dor, Dolores, em todas as linguas, deixem meu coraçao em paz. Ja nao tenho mais a inocencia de outrora e ja fui contaminada pela arte de desesperar: nada mais espero senao o encontro marcado desde que aqui cheguei à forceps.

Aaaatchimmm!

Oh, céus!! Essa tonteira nesses últimos dias a denunciar todas as tonterias de meus tempos...
Ontem fui acabar na farmácia, checar a pressão sanguinea. Ando cabaleando bebada pelos cantos, sem nada beber. Ha "drogas"demais no ar, talvez, em todas as noticias que entorpecem meu sistema neurologico- frágil, coluna exposta, nuca sempre invadida.
A mente, em slow-motion, é claro, a varrer todos os arquivos em busca de uma explicaçao, como se isso resultace em algo mutante e eficaz.
Qual nada!
Sim, tirei a pressão. Meu coraçao está convergente. Sistole e diástole- nomes de respeito- resolvem marcar um encontro intimo, e nesse, eu danço, sem música a tocar, sem salao de festas, apenas a sentir o entumescimento na nuca a apimentar todas as meninges de meu cérebro que ainda denuncia um tick-tack quase silencioso: ha uma boba relogio dentro de minha hipófise.

Quem disse que terrorismo é no Taliban? Taliban é aqui, dentro de nossos coraçoes, ávidos por encontros reais e simples, de preferencia, respeitando as fronteiras de suas própias camaras, reserva espacial imperiosa pra que possamos ritimar com a Terra: tic-tack, sem blows-up!

Sim, conheço a morte de perto, ela é sedutora e elegante e vem sempre num convite quase irrecusável te envolvendo como uma doce e fatal paixao, e quando blinkares, estás a dançar num salao onde so os que a olharam nos olhos e nao recusaram seu convite, estao a bailar.

Saúde!

Thursday, November 29, 2001

Fate

Pois é...e a traduçao disso em ingles é destino. Que desdobradamente dá =sem rumo. Eu acho engraçado.
Em nome do destino, desse estado de "sei-la-o-que" inventamos os oráculos modernos: dezenas de leituras diversas, de cartas de tarot, a cartas astrologicas, a borras de cha ou café. So pra nos dar uma pequena corda, ou as vezes uma linha, de que estamos ligados a um rumo, a um fate.
Buscamos o que mesmo?
Sabemos, mas nao incorporamos, que viajamos todos numa imensa bola azul, solta no espaço sideral, rumo a um ponto desconhecido, mas aqui, dentro de latitudes e longitudes marcadas nos mapas, tempos que "saber pra onde vamos e onde estamos, no mínimo".
E ainda ousamos muitas vezes dizer:- Sabes com quem estás falando? Como se quem dissesse isso, de fato, tivesse toda a certeza de seu proprio rumo ou poder.
Que sina! outra expressao que usamos de vez em quando so pra salientar que o "destino de alguem é fatal".
Gente! quanta presunçao se nem sabemos quem comanda a nave onde hoje dizemos estar!

E, continuamos, bebados de nos mesmos, a brigar por votos, candidatos a representaçoes diversas, títulos de propriedade, entre outros, numa tentativa Sísifica de justificarmos o nada...
Quanta energia envolvida na busca de nossa propria identidade como espécie, ou como senhores de qualquer coisa.
As vezes penso que continuamos em exodo e nos recusamos terminantemente a aceitar isso. E nos agarramos com forças mais poderosas que a gravidade ao proprio conceito de "terrenos "quiça terráquios, se admitissimos de fato que nao estamos sós.
Mas não. É esse vão combate em busca de algo que a Terra e as leis que criamos pra domina-la nao pode nos ofertar.
É preciso transcender o apego e olharmos displicentemente pras estrelas e contemplar simplesmente de onde viemos e onde navegamos, num voo silencioso quase fatal.

E la nave va....

Wednesday, November 28, 2001

Inter-rupções!

Odeio isso. Sério? rupturas...interrupções...quebra de continuidade...Essa "coisa"que gera oralidade, carencia, ira, abandono, desconforto diverso e converso...
In-vasão...talvez nao goste das coisas que venham com o prefixo in, talvez revele que sou vulnerável ao outro que chega devastando minha relaçao comigo, sem critério.
Espaço pra autoridades. Aqueles que "roubam seu desejo"e faturam em cima e ainda ganham de quebra sua procuraçao pra continuar agindo em nome do seu bem...
Quem são? quem os nomeia?
Que direitos devoram pra sutilmente ou não, atravessarem sua conversa, sua leitura, seu sono, sua criaçao, sua intimidade com a propria alma?
Gosto da palavra bounderies. Soa melhor do que fronteira. Tem uma sonoridade que parece compor onde nos tocaríamos, se assim escolhessemos.
E tem gente que nem sabe que tem bounderies, nao reconhecem, nem a si, que dirá a outrem...
Será que dai advem a barbarie, a grosseria, o desfiar de tramas delicadas que constituem qualquer unidade e todas suas sutilezas?
E o invasor e interruptor sabem disso?
Nao gosto de ficar com essa dúvida.
Batem na minha porta...e não é uma batida sutil . Nao estou esperando ninguem. Nem assim os invasores se retem. Faz parte deles a interrupçao sem aviso prévio.
Acho que por isso nao gosto de surpresas. Elas sao primas próximas das interrupcoes.
E qualquer parentesco é sempre suspeito.

Não concorda? Então voce faz parte do grupo que desculpa laços de familia e passa por cima de sua relaçao consigo mesmo e até parece se encantar mais com esses links do que com os seus proprios botões...

Tá bom...

Morde aqui pra ver se sai coca-cola?!


OM!!!!

Nada como um poderoso mantra pra nos dar a sensaçao de plenitude...
Buscas externas, diurnas, a tradicional jornada, continuam a trazer a ilusão proporcionada pelo sol.
E como diz o Eclesiastes- nao ha nada de novo sob o sol.
Sonho com esse planeta em melhores relaçoes, do que essas que os humanos parecem curtir como boas ou dignas.
Os mesmos medos, as mesmas hipocrisias, as mesmas ignorancias sustentadas por sistemas diversos de controles e condutas.
Vi, acho que num filme, um cardeal explicando que a finalidade das religioes é dizer as pessoas como elas devem se comportar e em que acreditar.
E parece que é assim com qualquer formal organizacao em torno do "bem comum".
De "condominios"a Constituiçoes maiores, tudo gira em torno da sustentaçao do "império", seja ele economico ou ecumenico, com seus impostos diversos e com todos cegamente dizendo amen, por medo de ser diferente, ou mesmo ousar ver diferente.
Uma pequena mudança na percepçao. Uma pequena possibilidade de sonhar diferente. Uma pequena vontade expressa sem medo de mudar, de viver mais abertos, de se olhar nos olhos dos outros com brilho e simplicidade, um pequeno gesto genuino que nao seja moldado pela encolha de "como fazer pra agradar e ser aceito"...
Um som unissono que nos remete a quem de fato somos, nao o que fingimos ser pra ter espaço, poder, cartas na manga, e todas essas firulas em nome de estamos nos dando bem...
Que esse mantra de agora, possa ressoar em voce que le e tocar sua essencia e lhe fazer vibrar na vida e por ela!

OMMMMMMMMMMM!

Monday, November 26, 2001

De volta à casa

Esse o título de minha tese de healer. Sabíamos que na jornada de healer, uma tese é um "statment of life".
E escrevi assim, livremente, do coraçao, ou da alma, usando a mente apenas como tradutora de um mundo que se revelaria ali naquelas páginas.
Ontem tive a confirmaçao bizarra e profunda disso lendo o capitúlo nove de Mulheres que correm com os lobos.
La, nesse capítulo que se chama: A volta ao lar: O retorno ao próprio Self, revi meu "statment of life".
Foi no ano que me formei, que a tese foi publicada, que minha mae se foi.
E foi nesse mesmo tempo que comecei a voltar pra casa, sem saber de fato, que toda minha "life-time"tem sido isso.
Uma grande tarefa.E, hoje, pela manha, depois de uma noite insone et por cause, constato que minha nakedness é o testemunho necessario de minha alma- sempre a me convidar pra intimidade, desde que me sussurrou ha anos, diante do espelho:- Por que me olha e nao me convida
pra dançar?..
Hoje suspiro, aliviada, ao saber que estou voltando pra casa e ja começo a vislumbrar como é essa morada. Requinte puro, deleite genuino vivente nos detalhes, pequena nuance intensamente propria pra quem ja nasceu na égide de Virgem.
Agora sei que todos meus anseios e todos os poemas e todas as minhas formas de amar- exuberante como a propria natureza, sao apenas bolinhas de sabao, leves e transparentes , contendo em seus reflexos a beleza e as imagens do todo à sua volta.

Bolinhas de sabão-- gestos inocentes da criança que as faz e so ela sabe o que significa, sem saber ao certo. E assim, na efemera passagem de uma vida, num sopro a gerar dezenas de bolinhas levadas pelo vento, sigo, com essa alma que me conta com voz rouca, que a vida, por aqui é apenas isso.
E nisso o segredo de tudo.

Saturday, November 24, 2001

Coisas que nao entendo

Os ricos no mundo. Como se fizeram, e como se mantem?
Os pobres no mundo. Por que tantos e quase inumeráveis?
Como se multiplica a pobresa?
Que endeusamento tem esse sistema politico que continua preservando essa divisao?
- O que é um politico? Qual seria a oculta relacao com a corrupcao- e o que seria isso- se todos trabalhando pra sustentar a divisao entre pobres e ricos, insistem em fabricar discursos e promessas pra atacar a divisao entre pobres e ricos.
No entanto, nunca logram o que prometem…
- Nao entendo o poder oculto que parece governar nosso destino de sobrevivencia..
Nao entendo por que tanta gente precisando trabalhar duro pra ter o direito de pagar suas contas, com tanta riquesa acumulada, guardada e protegida de toda forma, so pra sustentar a diletancia de alguns. Nao entendo esse sistema massivamente cheio de luxurias, expandindo desnecessarias necessidades criadas apenas pra sustentar a cobiça, a impotencia, a ignorancia, gerando nada de fato que liberte e valorize cada um.
- Como posso pensar sobre essas coisas e me manter afastada o suficiente pra perceber toda essa madness?
- E continuo abismada diante de "fatos"que a vida descortina em minha frente- gente que guarda em casa o suficiente pra alimentar toda uma naçao- essa mesma gente que investe nos politicos- que ai estao pra perpetuar essa saga diabolica.
- Nao entendo os caminhos de renuncia que temos que trilhar, pra conseguir uma migalha de live water, quando nao temos siquer uma fagulha de discernimento plantado em nossos cerebros pra ver com mais perspectiva o que de fato se passa nesse cenario multiplicador de doenças e dores.
- E nao entendo todas as dores e doenças que assolam essa espécie, necessitada de dicernimento pra sair da escuridao onde se encontra.
- E parece que essa massiva opressao se perpetua por que a ignorancia, a maior das ilusoes mantidas à custa de "eu quero ser feliz", não perdoa seus filhos, todos carentes da bençao inicial que lhes falta.
Felicidade nada tem a ver com prazer imediato, nem com a obsessiva busca de sair da dor que nos assola e nos mantem miseravelmente sos e sem poder até nos comunicar de fato uns com os outros.

- Sim, estou cheia de pontos de interrogacao e nada mais por enquanto.
- E os sustentadores de toda essa guerra invisivel continuam por ai, a fazer com mais sofisticacao suas magicas, a enganar milhares de embotados que compram qualquer sonho de felicidade, e todos seus discursos e propagandas.

Thursday, November 22, 2001

vanitas, vanitatis

Que sabemos de nossas vaidades? onde ardem nossas fogueiras vãs?
Tenho sentido muito o vazio de tantos e o desespero de cobrir essa vazio a qualquer preço, de qualquer forma, como se isso fosse de fato um enorme incomodo.
Se somos feitos de poeira estelar e total vazio, por que brigar e reagir a isso?
Ah, nossos egos carentes de importancia e reconhecimento!!
Que feitos acreditamos precisamos praticar pra conseguir nos aceitar apenas?
Por isso tanto investimento na intolerancia- a oculta arte de nao aceitar que as diferenças acontecem apenas nas aparencias- a ornar com enfeites tolos o que só o ego aprecia como alimento:
O orgulho inflavel que nutre todas a vaidades e todos seus fogos ilusórios.

E o que a "descoberta"de que esse fogo é falso traz de irritabilidade e desejos mórbidos!

E disso, se compõe todo e qualquer inferno, espaço ardente que consome o vazio da verdade cruel:
somos pó e comemos pó e ousamos negar isso pra nós mesmos nos dando mais importancia do que de fato temos, ao ser, simplesmente, nús e sem vergonha de vivermos sem adornos.

Wednesday, November 21, 2001

thanks

Eu não sei por que o Peru virou prato de Thanks...Eu nada sei sobre thanks without given..

Aqui,por onde vivo ( ou administro minhas tolerancias) fazem uma "festa"regada a peru e gravy..também estranho por que é o som de túmulo, pra mim, embora goste do gosto daquele molhinho bobo.
Mas eu sou de fácil paladar.Gostar é um verbo que pratico com certa frequencia e isso pra mim, por si só, é motivo de graça. E dou graças todos os dias, até por ter sete sentidos, por ser gata com sete vidas, sem saber ao certo em que vida estou.
Por todas as contradiçoes, de pouca expressao, e por todas as possiveis chances de rir, simplesmente, sem que nem porque.
Ah, isso sim é minha definiçao de graça!
Afinal, por que peru morre de véspera ( e isso é outra coisa que também não entendo) dou thanks given ( redundantemente) na véspera.
O que não agradecer? o que recebi sem pedir?
Virgem, sou um poço de recepçao e tudo vem em abundancia, sem o menor respeito pelo que peço.
Por isso, ja desisti de pedir- implica em selecionar um conceito de preferencia e isso é minha própria trajetória.
Estou aqui pra aprender a selecionar, e mal consigo olhar todas as ofertas. São todas como a natureza: abundante e per si, exagerada!
Me contento em me incluir,as vezes, nela, e agradecer quase em silencio e pedir apenas pra ter o direito de ser grata, hoje, amanha, todos os dias.
Não seria esse o recitar da Ave Maria?
Eu acho que sim.

Monday, November 19, 2001

shanabu

ë o nome em japones pra paciencia. A arte de cultuar a paz. parece que o ocidente acredita que cultiva a paz fazendo guerra e 'brigando e matando"pra defender os seus.
A historia de hoje mostra um pais sendo destruido, por conta de um grupo que bombardeou a cidade de NY.
Quem se acha no direito de fazer o outro pagar, nao mede consequencias pra punir os "culpados" e a lei de talião continua seguindo seu curso com livre aceitaçao em todos os olhares e bocas ávidos de vingaça e sangue.

Venho me despedindo da paz, entre as pessoas. As drogas, tomaram conta de todas as naçoes e suas consequencias, mais devastadores do que qualquer outra guerra visivel, impede que muitos vejam onde anda sua ausencia de paz e assim, fica mais fácil, encontrar algum bode expiatório, pra justificar tanto desvio da paz.
E tudo em nome da Paz e de Deus!
E os animos se acirram mais velozmente, por que a in-segurança velada, nao quer dar espaço pra verdade maior e aterradora: estamos aterrados numa terra onde se desviou valores vitais e se briga pra sobreviver com luxúria e chama-se a isso liberdade de escolha.

Desmesuradamente ninguem quer sacrificar sua cota de luxo em nome de "eu mereço o melhor"e quero ser feliz. E com isso, vamos devastando campos e desertificando mais a natureza em todas as suas manifestaçoes.
As relaçoes se sustentam pelas discórdias, e a fugaz administracao de controles de territorios e deveres, como símbolo de liberdade de escolher.
Quantos apegos e quantos erros decorrentes dessa opçao!
Quando é que se vai parar pra se ver nossas açoes desenfreadas pela cegueira de qualquer paixao, como direito de viver?
Não gosto do que sinto, do que vejo, do que pre-vejo, e sou intimada, mais do que nunca a exercer com compaixao toda tolerancia possivel pra nao perder a virtude de shanabu.


The eye of the beholder

Eu te vejo sumir por ai....
te avisei que a cidade era um vao , da tua mao .Olha pra mim ..
Nao faz assim...nao vai la nao...

os letreiros a ti colorir embaraçam a minha visao
eu te vi suspirar de aflicao e sair da sessao
frouxa de rir
Ja te vejo brincado gostando de ser
tua sombra a se multiplicar
nos teus olhos tb posso ver
as vitrines te vendo passar
na galeria

Cada clarao é como um dia depois de outro dia
abrindo o salao
Passas em exposicao
passas sem ver seu vigia
que apanha a poesia que entornas no chao...


Quem foi que disse que Chico nao é O beholder?
ser brasileiro

Tenho ouvido sobre o patriotismo dos Americanos. Ainda ha pouco desliguei a TV por que suportava mal a fala do Presidente a discursar sobre segurança e a nova lei de "trafico aéreo"ou coisa assim.
Ja nao vivo mais. Administro minhas tolerancias. Sei que dependo dos quatro elementos e sei que cada vez menos tenho controle sobre isso. Aliás, qualquer um de nós. Mas considerando que as pessoas nao se relacionam, ou fagocitam ou competem umas com as outras pra ganhar a qualquer preço, nem que seja a discussão, e que como ja disse, administro internamente minha arte de tolerar, por que sei la dentro que o territorio é o mesmo. E esse é inexplorado e irreconhecível por que ainda mapeamos os terrenos exteriores. Propriedades diversas, mesmo que seja o sexo ou o corpo do outro.
A nossa propriedade ou o que poderia ser isso fica na definiçao generica de patria, sua produçao, sua cultura.
E quando digo que sou brasileira, querem saber se sou do Rio de Janeiro e se a cidade ainda é cara e violenta.
Agora, papo sobre música brasileira acontece sempre assim: Vc tem que me ensinar a dançar samba.
Na verdade, sinto o arrepio por todo o corpo a identificar vampiros por toda volta.
Sou brasileira por que nasci no Rio e danço samba?
uau! E pensar que estudei geografia por tanto tempo... e ter que olhar que o lugar onde nasci ainda é ponto de identidade, mesmo que nada meu esteja la, alem de muitas memorias..

Não tem jeito. socializar implica que vc tenha um pais, um time de futebol, um gosto de comida, um toque de mãos, uma visao que reconhece tais artistas e dominio musical qualquer...
E sei que os sentidos fisicos nada socializam, nem me faz ser brasileira, coisa alguma. Um teclado a mais pra ser digitado e dar códigos a qualquer vibraçao.
Meu territorio é virgem, minha patria nao descoberta, e nenhum aventureiro ousou cruzar as fronteiras de sua propria "segurança"pra avançar nessas terras sem dominio: Meu Brazil!
discrepancias

Descobri nessa madrugada que tenho quatro sentidos localizados na cabeça. Olhos cansados de tanto captar símbolos de todas as ordens e a carregar meu hird drive mais do que tudo...
Ouvidos que se sentem mais alerta so por que captam o som do silencio.
Olfato, apenas a sentir o cheiro perfumado da fronha verde, e a buscar outros cheiros na memoria ram...
E o paladar digerindo ainda o gosto de algo que ja nem decodifico mais de tao distante foi a última refeiçao.
Enquanto isso, as maos ávidas pulsam e com elas todo esse enorme continente de corpo coberto de pele e pelo, sem nomear qualquer sentido, e o grito alerta la atras:

Detesto que me toquem!

Ja tenho vulnerabilidade demais em todas as costas, coluna esposta, sistema nervoso disponivel a qualquer olhar, a qualquer desejo invasivo, a qualquer sniff querendo mergulhar em meu cangote.
Sim, todos os sentidos se apagam à noite, e so ai, quem sou de fato aparece, quando eles se desligam, eu apareço como sou.
E quem sabe disso ?
Eu.
Ainda bem que comigo nao me desavenho...
E tenho que concordar com Sartre: - "O inferno é o outro"...

Saturday, November 17, 2001

bla,bla,blog...

Tenho um amigo, dono de web page, que nao sabia o que era blog...E, a essa altura, tendo que explicar- bla, bla, bla...
Dá o que pensar. Toda essa pulverização internauta, tudo tao meteórico, que passei de relance sobre o cosmo de hoje e nem dei tanta bola assim pra chuva de meteoros- reais, que será um espetáculo nos céus por essas noites.
Oh, céus!
Claro, por que estou no sul da Flórida, fui logo ver os pontos possiveis de visibilidade a olho nu...
Primeira cidade mais fácil, não podia deixar de ser, Santa Fé, la no Novo México.
E eu aqui, nessa Miami, sem montanhas, que brinda dias azuis e friozinho num inverno que promete rigor pra esse ano.
No meu displacement, que ja se torna quase cronico, me lembro que tambem sou produtora de estrelinhas e colaboro pra essa chuva meteórica blogal no espaço internauta.
Que pobresa!!! Alem de nao navegar pelas estrelas, literalmente, ainda nao posso me bilocar e estar no deserto de Santa Fe, na noite de hoje.
E tem gente que gosta de estar aterrado na sua localidade...
Fazer o que? Isso sim, é o que chamo de impotencia. E, me vem com esse papo de liberdade, democracia, conquistar sonhos, sei la mais o que...
Tudo bla, bla bla...
Eu continuo acordando no mesmo lugar e tenho que fazer todo esforço anti-gravitacional, no minimo, pra poder me deslocar. Isso sem falar, que tudo isso envolve o poder que o mundo capitalista plotou como básico, dinheiro...

Estamos numa grande ilha, cercados de compras e vendas e preços por todos os lados, tentando nadar pra nao morrer na praia e achando que estamos vivendo. Sim, até por que se quero ver uma simples chuva de meteoros, tenho que pagar entrada no parque.
E bla, bla bla...
Então, blog.

Thursday, November 15, 2001

É minha vez...
((((((((((((((((((((hahahahahaha!)))))))))))))))))))))))
Amigos

Hoje esbarro com essa palavrinha. O que significa? A quem chamaria de amigo? Considerando que tudo que se vive fica registrado no livro da vida, poderia dizer que esse adjetivo fica bem restrito. Aqueles com quem passo bons momentos? Mas e dai? Afinal o conceito de bom pode variar bastante...
Vem e volta tantas vezes, de acordo com a avaliacao do meu sistema de crenças. Sistema esse que anda tambem variando suas proprias qualificaçoes.
Quem passa no buraco da agulha?
E o que fica ?
Se sei que todos os momentos sao bons, por que todos parecem ser únicos, onde, de fato, digo, fulano é meu amigo e la dentro de mim isso ressoa com sincera verdade?
Fica pro silencio, com certeza, nada publicável ou descritível nas palavras de um blog.
São tantas as possibilidades, e tantos angulos de avaliaçao, que prefiro escolher esse:- aquele que passo um bom momento.
E mesmo que a memória seletiva descarte tantas hipóteses, sei, por que sei, que minha alma tem outros critérios, nem sempre compartilhaveis no mesmo diapasão, com os outros.

E será que eles consideram o que? como saber? o adjetivo tem dessas coisas. Ele é muito pessoal e parece que não se consegue mesmo dividi-lo em partes iguais. Ou não?

Amigos? como sabe-los se nao pelos bons momentos compartilhados?...sim, naquela vivencia, que foi boa, alguem dividiu comigo um instante.
E isso não é maravilhoso?

Então? e como sei que passo a maior parte das vivencias comigo mesma, me elejo minha melhor amiga.
E ai de quem nao ache! problema dele....hehehehe!

Wednesday, November 14, 2001

Intimacy


Vc ja viu um deserto à noite? –


Deitados sob a esplendorosa lua cheia, sentindo a brisa do mar e procurando algumas estrelas cadentes, que nao vinham, ela pergunta a ele distraidamente, que responde com simplicidade, ao mesmo tempo que buscando como poderia ser tal experiencia:
- Nao! E como foi essa sua experiencia?

- Humm, foi em Santa Fé- onde fui passar meu aniversario…humm, suspira de novo, afinal estavam celebrando sua noite de aniversario.
E o voo na memoria a transportou para outro ano, outra busca de estrelas cadentes, dessa vez, sem pensar que na verdade, em todas as jornadas, perseguia o mesmo tema: intimidade.

A proximidade com as estrelas tornou-se um must, a busca de significado do ceu, uma profissao, e o simples restar nas areias, tendo a terra como berço e o ceu como teto, se tornara seu mantra predileto.

Uma necessidade maior de se sentir livre, estando assim, entregue à terra e à sombra azulada, contrastando com o negro das folhas que à luz da lua, revela outra vida: a verdade interna de quem contempla e usufrui do silencio na natureza.

- E aí? O que se passou em Santa Fé? Pergunta ele curioso, uma vez que não podia mergulhar em todos os pensamentos e memorias dela.
-Bem, responde ela, voltando ao presente pensamento invocado por ele, é uma longa historia que pode se fazer curta.
Começou com o estranho fato de eu sentir que conhecia a cidade quando, dirigindo, reconheci a entrada principal. A principio apenas notei o sentimento de "voltar a casa".
Depois, quando comecei a ver mais detalhadamente as casas, o estilo de arquitetura, me veio a certeza de ja ter vivido ali. Seria um sonho? Como? Eu sabia que jamais havia estado em Santa Fé. E assim foi seguindo esse pressentimento- misto de estranheza e curiosidade com um aguçado desejo de mergulhar no que se revelava: eu estava em casa.

Se fazia entardecer e aquele por do sol era mais especial do que todos os outros. Por que eu faria anos? Nao sei hoje responder. Apenas sei que minha reverencia àquele ceu magnifico, onde as estrelas vem ao nosso encontro e parece querer tocar nossas cabeças, me fazia mais intima comigo mesma e com o que chamo de Lar.

O sentimento continuava intenso em meu coracao que parecia bater em outro ritmo, como a querer me contar outra historia, uma dessas coisas que ja sabemos e ainda assim queremos ouvir mais uma vez.
Estava cansada da longa viagem de aviao mais o excitamento de dirigir rumo a esse notavel encontro comigo mesma em outros tempos.
Olhei a noite no deserto, da janela do hotel e suspirei aliviada, aguardando o dia que seria um dos mais marcantes de minha vida.

Logo pela manha, aniversariando e sentindo tudo mais vivo do que jamais poderia ser, caminhei pela rua principal em direcao à Catedral de Sao Francisco. Sempre tive uma enorme simpatia e devocao por esse homem e foi um presente saber que ele era o padroeiro da cidade e que a Igreja teria sido construida pelos nativos.
Mais uma vez, a estreita intimidade com tudo isso me fazia caminhar como quem estivesse na lua. Mal podia sentir os proprios pes no chao. Era leve demais de tanta felicidade.
Subitamente fui paralisada por um olhar que me vazava a leveza. Um olhar doce e profundo que me sinalizava ainda um outro conto, outro capitulo de minha propria historia desconhecida.

Era uma india local. Pele macia, longos cabelos negros, roupas que a identificavam como alguem de sua tribo- couro, tons de turquesa, franjas, mais que isso, um sonho na cabeça de minha menina que muitas vezes se viu vestida assim.
Estava sentada com sua banquinha de joias de prata e turquesa e me olhava extasiada. Parei diante dela e sorri, olhando pras peças virtualmente dispostas à venda. E ela, ainda me fitando, pegou um par de brincos, estendendo o braço num gesto simples e nobre. E ao coloca-los na palma de minha mao disse-me:

- Tome-os. É um presente pra voce. Venha nos visitar. E fechou delicadamente minha mao sobre os brincos como a dizer: nao diga nao.
Senti uma energia quente que me percorreu todo o corpo e reconheci um gesto antigo de solidariedade e profunda intimidade que revelava a natureza de minha alma viajante à busca de encontros.

As lagrimas brotaram, confirmando o sinal do toque profundo e com um olhar e um sussurro de agradecimento lhe deixei claro que scumpriria o que ali havia selado.

Naquela noite, ao contemplar o ceu de Santa Fe, soube o segredo da intimidade das estrelas e do vento daquele deserto. Onde se tem o encontro com a raiz, a alma conta em voz calma e doce que a intimidade passa pela entrega da integridade e da certeza de nao negar o que foi revelado.

O deserto à noite lhe poe nu. No seu silencio e na total opressão de tanta grandeza revela quem voce é. Um grao de areia que compoe a imensidao de todas as dunas, e de todo o cosmo. E nessa porcao infinitamente infima se tornas grande por se fundires com o criador que se revela em toda a beleza de uma noite plena de estrelas e um silencio onde so Ele fala a voce:

Feliz aniversario!

Monday, November 12, 2001


MULHERES!!!!

O que seria de
nós agora se os Talibans envadissem todo o ocidente e tivéssemos todas as
mulheres do mundo de usar a burka? Pois assim parece que aconteceu antes da
nossa era quando sacerdotes guerreiros impuseram os seus deuses machos e os
templos da Grande Mãe foram saqueados e o poder e imagem sagrada da mulher
destruido e ela própria dividida em duas, quase como escravas uma submetida
ao bordel e a outra ao marido: aí começou o pesadelo da propriedade privada
e do estado... E esses homens bárbaros vindos das Estepes... impuseram os
seus deuses de guerra à força, e assim metade da humanidade passou a
dominar a outra metade, as mulheres por princípio inferiores e essa questão
nunca foi vista posteriormente ao longo dos séculos por nenhum sistema
político, filosofia ou mesmo psicologia, à parte Yung . É nesta linha que
aparece Zeus engolindo Métis e parir uma filha da sua própria cabeça, se é
que há uma ordem temporal nisto. Uma vez que nesta história as mulheres
não entram e quando entram é por esforço e não naturalmente o que acontece
ainda nos nossos dias embora os conceitos e tradições estejam diluidas em
aparentes liberdades e aí é que está o problema : a mulher supostamente
livre não sabe a sua história e quer ser igual ao homem e não é esse o
caminho para a mulher Total.


(Rosa Leonor)- de Portugal, me mandou esse texto que me deixou a "pensaire" sobre as divas e suas di-visoes, em todas as paisagens desse planeta. Nao pude deixar de recordar do mito do cavaleiro e de como as "princesas em seus solariuns"se derretem pela possibilidade de serem consquistadas pelas espadas, sem saber ao certo, que historia lhes precede tal enredo e, por conseguinte, que destino.

Enquanto isso, a Deusa que mora em minha alma, clama por um espaço que nao encontro siquer nas poesias.
O mundo das TVs a cabo, invade todos os dígitos com suas conquistas e vendas de todas as naturezas, especialmente essa que tapa nossos olhos e bloqueia a expressao de nossa alma- janela onde um dia a Deusa gostava de debruçar e suspirar...

E eu fico tonta na dança de todo esse feminino abundante dividido em sua essencia pra ceder poder ao guerreiro devastador que ainda habita nossos tempos e templos.
Como saber de mim se nao me vejo fletida no olhar do amante que me drena?
Como me conhecer se preciso avida dessa referencia como identidade?
O que posso dizer que sou, sem saber sentir siquer se estou sendo eu mesma, num mundo onde as guerras de todas as ordens sao o tema dos palcos e todos os spots?
Nem siquer gosto de competiçoes por que elas me amargam os sentindos e me embriagam me deixando fora de mim: ausencia da Deusa que me compoem a essencia . Virgem que ostento até no signo, tao mal visto e recebido até nos horoscopos que tambem se tornaram masculinamente competitivos:
tantos a perguntar- qual o melhor signo?

E como me calar ou recusar qualquer presença num espaço tao devastadoramente coberto de lutas e estatisticas gloriosas sobre tantas destruiçoes de "meu reino"?

A Deusa, que ainda habita meu ser mulher, clama por falar e se contenta em saber que existem flores, rosas e outras, que a deixam emanar sua singela preseça, vez por outra...
Em meio a tudo isso, como dizer:- Eu..simplesmente...

Ainda amanheço com pontos de interrogacao na testa e os vejo impressos em minha face diante do espelho nesse instante.

E voce, mulher?







Sunday, November 11, 2001

Nada...
Tem dias que a gente acorda e somem todas as ideias e pensamentos.
Estou diante do branco. Olho as letrinhas e a tela simultaneamente...nada vem. Noite fria e revirada por "presenças"estranhas em meu quarto. Luto com elas e so me lembro de acordar tentando salvar meu piano.
O que seria um piano dentro de um sonho...Esse era parecido com o que tive na infancia..Seja la o que sobrou dela, passei essa noite em torno de salvar o piano. De que? as águas subiam e subiam e eu tocava - "Roberta, acorda, amor..." e eu me lembrei de uma cançao italiana ...sim, eu toquei isso no piano anos atras...que idade?
E levava o piano nas costas, e é claro, acordo com um peso nas costas e aquela dor no coraçao...
Imagens reviradas, e a pressao no peito lá, presente como os acordes da cançao, e eu sem saber nada de mim mesma.
O que é esse misterio sobre sonhos e imagens que movem nossos tecidos e nosso dia a dia e a gente nem se dá conta?
Deve ter um Roberto dormindo na minha sala de estar, onde nao tem um piano amarelo, e talvez, por isso mesmo....

Friday, November 09, 2001

e por falar em tempo

A Afrodite sem olimpo, Letti, anotou uma sincronia entre meu Joao gilberto no texto enquanto ela o ouvia de la...
E la vem de novo mais um conceito sobre tempo. So por que a gente circula nos mesmos canais energeticos, e nao prestamos atençao a isso, achamos o maximo quando descobrimos com nossa atencao sempre dual, que estamos por um glimpse, no mesmo digito. Na mesma Gig.

Será que nao seria a soma de todas essas pequenas observacoes que nos faz acreditar que estamos ligados em alguem? ou é apenas um "clue"pra nos fazer notar algo que sabemos mas botamos nos arquivos esquecidos?
No fundo, cá pra nós, trata-se de como nossa mente funciona, por que o resto - que é tudo, rola macio, em tantas e diferentes órbitas, mas como estamos aqui, girando na vitrola sem parar- essa monotona órbita da terra em torno do sol...pensamos na mesma frequencia e chamamos a qq coisa que sai desse padrao, de sicronia, conincidencia, desencontro, pontualidade, dança de ritmos iguais, relogios biologicos, e as vezes, até química.
Que tambem pode dar quimeras, que tais, e outros bichos- todos nus e sem óculos escuros, na mesma praia, tomando banho no mesmo lugar: o oceano atlantico.
E ha quem duvide disso ou ache até muito louco.
Fazer o que?

Vou ouvir jazz, sem joao girando na vitrola, por que parece ser diferente. E nao é tudo apenas aparencia? talvez, meu caro Watson, talvez, diria o investigador em busca de provas pra justificar sua concretude.

Que horror! O que o endeusamento do tempo nao pode nos trazer de ilusoes!

Thursday, November 08, 2001

datas...
recuso-me a navegar em torno de calendarios e saber que continuo dentro da órbita da terra, cercada de interpretoses em torno de qualquer coisa.
Sençacao de nao sair do lugar. Que lugar afinal, se nem sei onde esse planeta circula, nem as pessoas que penso conhecer so por que um dia trocamos algumas efemerides?
Bobagens, se nao levarmos a serio que o que nos governa é a contabilidade de tempos em tempos e todas as cobrancas que vivemos em torno de, como se isso fosse de fato, o que nos dá importancia de existencia.
Afinal, se nao se tem debito ou credito, que estimulo sobra pra se trocar o que?
Mesmo as falas, instrumento de tentativa de encontro, se postam assim, nuas diante de um tema que , por susposto precisa ser definido. De novo essa coisa que se passa no mundo virtual: cada um com seu video card, sua resolucao, criando suas cores e palavras e acreditando que ve e é visto no mesmo diapasao..
E dizemos que estamos nos comunicando.
E saber que X- Pac é apenas uma invencao a mais de um maluco fugindo da dor de ser humano..
Eu, voce, Joao, girando na vitrola sem parar...todos querendo dar sentindo ao abandono sem significado que é o ato de contar os dias, as noites, as memorias e esquecer algumas pra justificar nossa permanencia por aqui ...

Tuesday, November 06, 2001

who she think she is?
Faz algum tempo ouvi um discurso bem humorado da Oprah à propósito dessa frase:- who she think she is?...
Coisas que fazemos ou pensamos e justificamos em nossas defesas do cotidiano quando a comunicacao nao "funciona",etc.

Guess what? Ha dois dias fui jantar na casa de um amigo e conversa vai e vem ele solta:
- Nao consegui abrir seu blog nothing personal, etc.
E fomos navegar em busca de , quando, pra minha surpresa, ele abre o nakedness e uau! Era outra roupa!
Um tom de vinho "rouge" merlot entra pela tela e eu, boquiaberta nada falo por que me veio, é claro, frase da Fer, minha amiga blogueira de Davis, falando sobre cores em web: - Sandra, vc pensa que ve.

E fiquei com aquela dúvida...Nao, ela mudou as cores, e eu nao soube ainda...
Surpresa!! chego em casa, abro a tela e vejo o marron do meu sofá na tela, como sempre esteve pra meu olhar de "what she thinks she saw? ...

Céus! se é sempre assim, quem será que tem uma "resolucao" que se compara com a minha?
Eu nunca havia pensado nisso:- nós nao vemos e nao pensamos as mesmas cores...e estamos acreditando que sim...como é isso?
Que fantástica descoberta!
By the way, vc nao me contou onde ficou aquela banda de jazz na sua "roupa nova".

Eu continuo procurando.

Saturday, November 03, 2001

when you cross the edge of pleasure
This night, under the blackness in the club of jazz, I could know what is that.
Surrendered by black people, all great souls, sharing wonderful music and food, detached of every concern, just swing on the wave of great music: jazz. Bass, sax, piano and drums...
The bartender, that sweet lady, already know my drink. And she made again that fantastic spice peanuts in the Crocker pot.
Delicious, easy as that!
And tonight I was introduced to Nicole Yarling. She has power. she plays violin. She grounds the "boss"Jesse Jones Jr, and put everyone in extase.
Suitably, I was crossing a new dimension.From where to where? Ivone, my friend song stylist at my left side notice, with me some kind of different vibe. Yes! We were all linked through the beauty, the light of uniqueness of that moment. And I could share with her and the old man crossing slowly between us, what is the real beauty: no form, no age, no skin color, no prejudice, only life and joy.
That was those great moments in The Cotton Club.

Friday, November 02, 2001

Que que é isso?

Acabei de voltar do meu passeio no Olimpo da Afroditte Letti e encontrei uma nota ao meu nakedness pertinho de um poço de desejos...

Perai...network e bloguisse tb tem matrix?

Me deu o que pensar. Gente eu acabei de falar do caldeirao da bruxa etc, mas até onde vai a extensao de nossos desejos mais intimos?
Nao falei que a gente nao sabe onde começa o que ?
Pois é. Lidar com bruxas da nisso. Ta tudo transparente e público.Afinal isso é ou nao assunto de nudez blogavel? Claro que sim. Digno de nota.
Vao la checar.
Poço de desejos

Ha tempos guardei na minha caixinha de Pandorra um pequeno sonho, ou uma pequena ideia: Um dia terei um "local"chamado "Cantinho dos desejos".
A ideia era e é permitir que se possa encontrar um pouco de tudo que se deseja no momento e nao se sabe onde está.
Sabe, aquela espanto refletido na expressao mostrando o ar inconfundivel de:
_ Era justamente isso o que eu queria!

Sim, sou bruxa, mas só sou bruxa, por que parece ser mais respeitoso ou melidroso se passar como tal.
Tenho uma amiga querida que dizia que eu era uma fada com uma imensa saia azul bem cheia de veus leves, bordada de pequenas pessoas a subir querendo estar mais próximas de mim, de alguma forma.
Era como ela via algumas ou muitas das cenas onde eu às vezes aparecia.
Talvez por isso tenha querido tanto me despir de todos os véus, mesmo que da saia rodada da fada, e assim me tornado apenas um bruxinha boa. ( Alias, título de uma peça de M Clara Machado, que protagonizei quando criança).

E o que tem isso a ver com poço dos desejos? ahhan..tanta coisa! afinal, depois de Bunhel( nao é essa a grafia correta mas eu gosto do jeito que está) -com Esse obscuro objeto de desejominha primeira revelacao sobre Poço de desejo-venho me deparar com esse encanto outra vez.
O que acontece com desejos perdidos no espaço? O que a memoria, que nao é virtual, faz com todos esse sonhos?
Onde está esse arquivo? Será que esse template é o que nos mantem vivos latejantes?
Um dia tambem disseram que somos inspiracoes uns dos outros e sempre me incomodou ser um obscuro objeto de desejo e, talvez por isso, passei a navegar pelos obscuros poços alheios pra ver onde me encontrava nos sonhos de cada um...
Vc ja experimentou?
Requer mais do que coragem por que essa viagem é sem destino, rumo ao desconhecido e nao se sabe de verdade, se o trajeto é seu ou de quem mais..
Sim, esse é o poço dos desejos, nada melhor visualmente do que o caldeirao da bruxa e disso eu entendo um pouco. Alias, ha milenios ardo nessa fogueira infinita onde queimam todos os que ousam se desnudar sem medo.
Ainda castigam, por medo da verdade, os que ousam se despir e por isso mesmo, os eternizam como fadas ou bruxas ou mesmo musas que inspiram e conhecem os segredos de todas as receitas pra se preparar um desejo:
OUSADIA! DISCRECAO! SILENCIO! ACAO DESINTERESSADA! INOCENCIA! EXOPONTANEIDADE, ENTREGA!

Quer experimentar? Sem essa de saber à priori se vale à pena...a primeira medida é uma boa dose de ousadia e isso é uma aposta no escuro.

hehehe!

Thursday, November 01, 2001

Very halloween!

Sim, tenho que chegar à sorveteria às 7:15...tenho tempo para um café? Claro! à caminho, cruzo com batman e seus dois pequenos batmanzinhos dormindo no carrinho de gemeos.
A mente enquadra: É halloween!
Um machiatto, por favor, tall! falo pra caixa que me diz que os doces sao so pra crianças.
Acho que minha cara natural deve estar mostrando um monstrengo "unusual" pra receber essa ressalva.
Forget about is halloween!
A noite adensa e com ela os diferentes tipos de personas a desfilar em frente à mesa. O garçon, por si so, ja é uma figura, nem precisa de desfarces...
Peço a sopa e ele nao traz..A agua chega depois do vinho branco. Distraida com tantas mascaras e fantasias, nao sei qual delas focalizar melhor pra ter uma picture do momento. Ja nao consigo focalizar o que quer que vejo. Ha um gap entre o desejo e o fato. sempre. percebo a interferencia de outros transeuntes cortando meu olhar de fotografa atras da camera. Que outras monstruosidades estarao sendo reveladas nesse gap?
Um braço, um corpo malhado, um pedaço de cara..hummm. Doesn't matter! it is halloween!

Qualquer coisa passa a ser válida e engraçada. Até mesmo a possibilidade de nao ter fotos coerentes: meu olhar halloweenico na noite. hahaha!
Por que nao consigo olhar todos os dias como um único halloween? Queria que fosse sempre assim,afinal é mais engraçado ver as sombras projetadas em cada fantasia, do que ter que advinhar o que rola por detras das mascaras de todos os dias, que figuras "smurfes"andam debaixo de cada secretária, de cada homem de bigode e sua pasta de executivo.
Gosto da nudez dessa noite cheia de cores e todos os tipos nada convencionais que desfilam diante de meu olhar de fotografa ambulante.

Tuesday, October 30, 2001

Oráculo


E de novo a vidente repete a frase que ouvi a vida inteira:- Voce tem que cuidar dessa energia de inveja!
Voce sabe que voce é muito invejada, nao sabe?-

E eu faço a cara de sempre, aquela tipo "fala alguma coisa diferente".
E ela continua, séria:- sim por que isso é muito sério!
As pessoas sempre querem estar no seu lugar, e viverem a sua vida, etc. e isso está afetando a sua saúde.

Céus!!!

E o que que se faz com um assunto desses? Afinal, eu sei, eu sinto, mas se for tocar no tema, fazem de conta que nao sabem do que se trata.
Quem é que declaradamente assume que emana feelings de inveja sobre alguem?
E por que ? Que falta de intimidade é essa que gera esse espaço de silencio venenoso, tudo velado, e aquela conversa xoxa, sobre uma pergunta besta qualquer, so pra disfarçar o que de fato se passa?
Eu posso ver, eu posso sentir, eu poderia até mandar as vibraçoes de volta..e vem o juramento de healer me mostrando que é hora de trabalho: transmutar a energia circundante e perdoar..
Afinal, nao tenho feito outra coisa a cada despertar, e a cada vez que, ainda sonada venho visitar minha correspondencia nos arquivos virtuais.
Afinal, qual é?

Mais despojamento, impossivel! e parece que quanto mais se caminha nessa direçao, mais transtornos e vendavais nas emocoes de quem marcha na direçao oposta. Talvez dai a inveja:

Como seria bom estar no espaço de alguem que parece caminhar sobre as águas!

Sunday, October 28, 2001

Ser ou Estar Mulher


Em 13 de março, o dia todo uma zueira em torno do dia internacional da mulher. Depoimentos diversos, entrevistas, balanços numéricos sobre as conquistas políticas e direitos de voz e expressão na sociedade trabalhista. Questionamento sobre salários inferiores, e em meio a tudo isso, citações de postos de destaque outrora ocupados unicamentes por homens e, como conseqüência, os aplausos pelas brigas ganhas num espaço onde só o homem podia aparecer com seus feitos, seu orgulho, sua conquista territorial. E sempre a comparação com o homem como se isso fosse o que de fato fundasse o ser mulher.

Ouvindo e vendo tudo isso me perguntei como me sentia... silêncio... Lá dentro nada ecoou como especial na arte de ser mulher... Acabei até por não saber ao certo o que é isso. Pois afinal, como? Se ainda somos vistas como aquelas que competem com os homens por um lugar melhor, oh céus! Pensei que estou mulher, mas não me sinto mulher. Ou será que ser mulher é diferente de estar mulher?

Afinal, o que é isso? o que seria essa guerra fria entre sexos - definição temporal e fisiológica de uma expressão ou quem sabe impressão corporal?

Sim, tenho seios. Preciso abaixar a calcinha pra fazer xixi, sangro todos os meses, meço o tamanho da saia e do decote a cada vez que vou estar em "algum lugar" porque fui condicionada a isso. Cuido da casa e tenho prazer em cozinhar, não o faço por obrigação porque nada em meu ser mulher é obrigatório. Contemplo os detalhes de manifestação da beleza da natureza, agradeço por essa virtude sempre, e compartilho o que sei com os que me queiram receber. Me identifico com os oceanos e nascentes, e gosto da idéia de ser como as grandes águas que se espraiam nas areias.

Não me perco nos cosméticos como possibilidades de endosso à beleza porque prefiro senti-la ao natural e sabe-se lá como fonte interna e não necessariamente na busca de um espelho que reflita uma griffe xis ou ipsilone. Gosto de sonhar e visionar planos diferentes e sei que posso além do útero gerar sempre, porque assim me é dado como condiçao básica de existência. E isso me apraz.

Penso tanto ou mais que muitos dos homens e ainda carrego uma inesgotável fonte intuitiva que me revela segredos de suas almas e de suas falsas comparsas. E isso não é excludente. A capacidade de sentir, propriedade do feminino em todo o planeta chega a esgotar, às vezes, o tamanho de meu proprio ventre, e meu coração nem sempre bate outra vez apenas por mais um caso de amor ...

Ser ou estar mulher... que questões envolve esse binômio uterino que nenhuma televisão é capaz de filmar e propagar? E mesmo as mulheres quando falam diante das câmaras não conseguem, sei lá por que razões, dizerem em palavras o que de fato se passa... talvez porque o verbo parece ser masculino.

E sobra a exibição das curvas, dos olhares mareados, do sorriso fêmeo único, e hoje em dia, o balançar dos traseiros torneados ou até mesmo fabricados por alguma ginástica extra. E isso seria o que a mulher se tornou pra ser vista e apreciada? E tome de revistas exibindo a Deusa em todas as cores e poses, pra deleite dos incautos e beócios homens que fazem de tudo pra alcançá-la e até acreditam que conseguiram, quando soltam seu esperma num grito de dor/quase prazer, pela parca possibilidade de nuns segundos terem a sensação de que a tocaram em sua essência.

Senhora de seus mistérios, infindáveis, por vezes e quase sempre ocultos por sua própria alma, biologia e sensibilidade, a mulher segue seu percurso histórico de receptividade e colheita no poder absoluto jamais reconhecível porque nunca antes descoberto de fato.

Ainda está para se descobrir o véu que encerra a beleza desse sexo, muitas vezes chamado de frágil, porque ainda se confude a fortaleza do oculto com a contudência da manifestação da virilidade, óbvia e efêmera, e por isso mesmo tão frágil.

E nós mulheres, porque sabemos disso, em nosso íntimo, cultivamos todo esse jogo e o perpetuamos ainda numa brincadeira lúdica e sagaz, que os homens e quiçá todos os seus descendentes lutam por dominar, sem poder, porque impossibilitados de sua decodificação, se contentam em nos adorar pelo avesso e a fingir que a tudo dominam.

E la nave va...

Sandra Paes


Em homenagem a todas as Deusas que habitam o olimpo da minha lista Artemis
Nesses tempos pos 11 de setembro, sinto no ar um outro germe que nao Anthrax...

Ainda olho pras estrelas e busco as constelacoes que um dia me fizeram navegar por mundos de silencio e muita, mas muita reverencia pela vida.
Vida essa que por uma fraçao de tempo- muito poderoso ainda, pode se extinguir ou mudar de dimensao, por que afinal se eu sei que existem 74, por que haveria de ficar prisioneira nessa daqui, tao caotica?

O que esta se tornando esse mundo tao cheio de pessoas, multiplicadas como bacterias cosmicas que perderam a nocao simples de onde vieram e o que estao a fazer aqui? somos todos descendentes de deuses e seria no minimo louvavel que os conhecessemos pra honrar nossa origem e parar com toda essa loucura incontrolavel.
Sempre soube que o dia tem 24 horas pra todo mundo, e que o calendario- essa coisa que passou a ter asas em alguns lugares- sempre leva a culpa de estar correndo muito e nausear seus transeuntes.
Voltei a ouvir nos ultimos tempos, outra vez , aquela famosa desculpa_ "estou numa correria louca, depois isso ou aquilo...
Ö agora, nunca pode e nao dá.
Nao ha mais nem sinais fechados pras pessoas pararem( ate por que, pelo menos, nao se faz mais isso) e trocarem aquele "ola, como vai?".
E so pra lembrar, o único filho que Chronus nao devorou foi Zeus!

Será que nao está de novo na hora da Justiça divina se manifestar? Oh, Ceus!

Saturday, October 27, 2001

Ilusoes do tempo. Estou esperando um frio anunciado que nao chega. Dizem que a humidade do ar vai continuar alta.Tudo no ar parece demais, ate o atrasar do relogio pra ganhar mais hora de sono( disseram os trabalhadores da midia).Eu ganhei mais uma hora de trabalho. Por que se tem que generalizar dizendo que todos vao dormir mais uma hora? Por essas e outras detesto generalizacoes. E o sabado de inverno atipico, tao sonhado por mim, nao chega, nao chega, nao chega...
E alem do mais nem vai dar pra falar com o blogueiro Nux Vomica...como e mesmo o nome dele?
Sei que e algo assim...ou me lembra o nome desse remedio homeopata- que expressao quase idiosincratica essa!
Enfim, estou querendo arrumar essa pagina, e arrumar as malas. Vontade de partir tenho sempre no coracao- nada vagabundo - diga-se de passagem, talevez por que nunca acalentei de fato o enorme desejo de simplesmente estar..pra que mais??
Vai ver, por isso, ando sem nenhuma vontade de movimentos. Contraditorio? nao acho.tudo coerente. Estar implica em deixar o ser poder ser, e como isso e possivel com tantas tarefas e deveres? E ainda dizem que virginiano e o signo do dia-a-dia e da obrigacao...quem escreveu essa bobagem algum dia e plantou essa ideia em todos os horoscopeiros do mundo, nada sabe da essencia de Virgem: puro Hamlet!

Thursday, October 25, 2001



Grrmmmmm

Frio. Sinto frio. Meias?...meus pés estão gelando.A nudez incomoda a minha alma nessa madrugada.Sei que estou sendo chamada às falas. Não consigo balbuciar...como falar ou escrever?
Desde quando começamos a sentir frio nesse calor de 82 graus? A mente lógica nao quer aceitar o sentimento. Nao há coerencia em sentir frio se o termometro indica calor...
Pois é.

Nudez tem dessas coisas. Te revela em quadros e espaços conhecidos coisas que vc precisa saber de voce.
Estou no Alaska em plena quente e úmida Miami.
Vendo muitos filmes, negando todos os personagens que me sao apresentados, especialmente o último que ousou ligar pra minha casa e me retirar da redoma, me impondo uma vestimenta que nao está no meu closet...
Macacos me mordam!
É sempre assim essa falsa intimidade?
Que gelo!

E agora?

Tuesday, October 23, 2001

Quem ama cuida
Com certeza essa axioma que perambula em muitas cabeças ja te pegou alguma vez em flagrante,
E o que é mais estranho é toda a cobrança afiançada que vem dai.Qualquer descuido e ja começa logo outro discurso sobre a falta de amor.
Tsc tsc! como ha certezas incertas nesse mundo, nada real!
E acordo com essa melodia soando em minha nauta imaginacao:
"Ëu quero ser exorcizado pela água benta desse olhar infindo".Ah, onde está esse disco? e antes de tudo o mais ringggg! - Alo! Ainda sonada ouço uma voz tremula: desculpe te acordar a essa hora mas eu recebi uma noticia horrivel!

E lá dentro minha alma sussurando"preciso transfundir seu sangue pro meu coracao que é tao vagabundo"...
E no outro ouvido:- Snifff! som de choro triste, profundo, dor!balbucios desconexos...

E eu ainda ouço a melodia que segue dentro de mim: "Que bom é ser fotografado mas pelas retinas desses olhos lindos! Me deixe hipnotizado pra acabar de vez com essa disritimia"...

Vem logo! vem curar seu nego que chegou de porre la da boemia...

E ele pensava que me acordara tocando o telefone..mas simultaneamente a minha alma ja vinha me cantando, sussurando a verdade mais crua e nua do que a noticia dada num telefonema. Qualquer que seja ele, ha antes essa intimidade gostosamente devassadora entre eu e minha alma. Essa força que seduz silenciosa na sua total nudez, embriagando de carinho e presença todos aqueles que um dia contemplei e retive em minhas janelas da alma, nunca desavisada.
Sim, estou nua. E é assim que me coloco diante da vida.

Talvez, por isso, tantos chamados em momentos que requer total intimidade..talvez, por isso, minha solitaria vida fisica. Sim, sou muitas, pássaro de voo incerto, evasao de exposicoes nunca projetadas em preto e branco numa galeria conhecida.
Sim, coleciono fotos. Meu olhar nunca simulado mas multifacetado em milhares de lentes retem em segredo aparente tudo que contempla e sonha.
Ah, enfim minha alma - essa amante única- me olhou despida, me olhou pro-fundo e sussurou bem intima"Por que me miras e nao me sacas para bailar"?
E estou aqui, nesse salao infinito dentro de uma linha em branco a blogar todas as valsas que ecoam em cada tic-tac desse teclado que tem sons que sou eu a te convidar pra essa dança cruel:
Desnude-se e wellcome!

Monday, October 22, 2001

Sim, ha muitos anos queria ser astronauta...desde criança. desde que descobri, aos cinco anos de idade, que nao se morre...entao ali começou minha imaginaria jornada nessa Terra- o planeta azul - com eu chamava, muito antes de Gagarin e muito antes da Apolo 11.
Sempre soube que estaria de passagem nessa Terra e que todas as historias eram apenas historias que as pessoas acumulavam nas suas memorias e gostavam de passar pra frente, como se fosse a única possibilidade de percepcao real.( coisas da visao de uma criança olhando para adultos que se definem como tal).
E depois toda aquela enorme discussao sobre certo e errado.. Isso é fato, diziam alguns com ar de donos da verdade. Nao isso é boato. E em meio a tantas palavras e historias sabia que estavam todos fazendo sua narrativa. Sempre deseperados ou esperançosos querendo adeptos pra sua versao ou testemunho.
E foi assim que soube que astronautar teria que ficar pra uma outra época. Afinal, nao havia naves espaciais disponiveis e eu era apenas uma menina sonhando com todas as estrelas que via sobre minha cabeça naquele imenso ceu- que chamava simplesmente de meu teto.
Cheguei a fazer curso de controle da mente e nele aprendi que podia viajar com segurança por onde quisesse programar minha mente. E isso era tao fascinante que um dia até me perguntaram se eu era vidente.
Coisas de quem nao acredita que tudo começa no sonho e na habilidade do sonhador de criar e criar e navegar e fazer disso um ponto na existencia.
Depois , essa historia de cobrar direitos autorais etc, ja é outra coisa. É a historia daqueles outros que vivem inventando que é importante fazer o sonho de alguns, muito poucos, se tornar real e conhecido e valorizado por que ao coloca-los a venda, todos pagam.. Pra achar incrivel conhecer e "possuir"um pedacinho do sonho de alguns...muito poucos, poucos mesmo.
Nao sei se acho esse pedaço muito interessante por que vejo uma outra janela se abrindo e um outro selo de controle sobre isso: nasceu a griffie e suas filhas todas "mothersuckers".E todos os carentes de imagens e marcas diferentes pra tentarem acreditar que sao vistos, escondidos detras de suas fantasias registradas com nomes bem populares: Calvin Klein, Dijon, Gap, Cartier, Gutti, BMW,Versace, Ana Karam, Channel, Godiva, Rolex, epa!

populares?

Quem foi que disse que o povo pode comprar esses disfarces? entao, esse é o segredo dos que sonharam as marcas: fazer de conta que sem elas vc nao é ninguem e fazer voce acreditar que com elas voce é melhor, mais elegante, mais fina, mais voce...e todos acabam comprando todas as propagandas de imagens e sonhos pra realçar sua nudez...Olha só que pesadelo fantastico! E nisso quanta industria, quanto medo, quanta doença, quanto amor se perdeu, meu Deus!
E tem gente que acha que é a marca que usa e ainda olha para o outro e busca uma marca conhecida pra dizer "cool "que legal!.
E eu na minha nudez intimista até acho graça. Afinal o que seria da infinita possibilidade de controlar bilhoes de cabeças criativas consumindo criações? mapalia!
Esse era o nome do quadro que pintei na adolescencia e postei na porta do armario.

Sim, me lembraria a cada vez que procurava um roupa pra vestir que todas as modas eram apenas sonhos de diferentes pessoas vendendo seus estilos de se mostrar nada mais que isso.
E, de novo, a mesma coisa: como se parecer mais diferente do que a propria nudez ? E de tanto procurar diferentes imagens fomos nos perdendo nos caleidoscopios de todas as miragens e suas tonterias.

E ai, vais querer uma Margarita com Tequila Mexicana?